sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

PE. CORREIA DA CUNHA – ACÇÃO CATÓLICA IX












A JUVENTUDE É A FASE ÁUREA DA VIDA



No dia em que o teólogo Ismael Sanches, líder (director espiritual) do Grupo de Jovens OBJECTIVO fundado no ano de 1971, na Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora, pelo Padre Correia da Cunha, promove um debate, na Arte Galeria da Graça, sobre a sua obra: CASA – PONTE DE HONRA em que bem define o Mundo, o Cosmos e o Universo. Tudo isto junto e sabe-se lá mais o quê, é a nossa casa é a habitação de todos nós.


O seu talento como expositor faz do beneditino Ismael Sanches um conferencista que ainda hoje continua abrir largos horizontes, ajudando os jovens a encontrarem os caminhos de plenitude do seu lugar na vida.

No tema que transcrevo neste post da autoria do Padre Correia da Cunha sobre as dificuldades dos jovens, faz-me recuar a um tempo em que o prior de São Vicente de Fora tudo fazia para ganhar a juventude e recuperar os seus muitos carismas.

Não era para ele fácil entender as atitudes e movimentos da juventude, mas nunca deixava de perder a oportunidade de os atrair confiando-os ao jovem Padre Ismael e prestando todo o apoio para o ajudar nessa missão de contribuir para o desenvolvimento do jovem como pessoa e crente.

A juventude é a fase áurea da vida e ser jovem é estar no esplendor do que há de melhor na existência humana. O Padre Correia da Cunha bem o sabia e por isso acolhia com muita amizade e respeito os seus jovens, daí eles sentirem à vontade na sua proximidade. A gente jovem procura e necessita ter a oportunidade de questionar e escutar os bons lideres, pois só a juventude cultiva, desde cedo, a infinita generosidade.







AS DIFICULDADES DOS JOVENS


São inúmeras as dificuldades dos jovens, ninguém tem disso, a mínima duvida. Quantas vezes o director de almas juvenis se verá tentado a desanimar ao ver a inconstância dos que ele queria fazer firmes e fortes na sua vontade. 

O operariado de transição da adolescência para a vida adulta, para a virilidade não é somente um período de crescimento mas também um período de descobertas e portanto de movimento. 

Descobrir supõe anterior ignorância ou inconsciência que agora é iluminada por novas luzes que a inteligência adquire. Mas uma só destas descobertas não revela aos jovens todo o mistério da vida, mas ainda deixa lugares a outras revelações, a outras curiosidades, a novas pesquisas que trarão desilusões quando a realidade substitua a imagem e entusiasmos juvenis ou confirme coisas que já se pressentiam. 

Tudo toma novo sentido e cores mais vivas. 

Descobre-se tudo: A vida que não era bem conhecida nos seus segredos… a consciência que se vai tomando da personalidade…etc 

Muitas vezes é o desenvolvimento físico que poe as primeiras questões: a vida é então abundante a simplicidade do primário da liberdade com os fenómenos fisiológicos e patológicos que lhe são peculiares, perturbam e angustiava os rapazes. Que diferença entre a maneira como o problema da vida se apresenta a um rapaz de 13 anos e a um outro de 18 ou 20!Uma evolução os separa. 

O MISTÉRIO DA VIDA 

O jovem vê-o em tudo, adornado das mais variadas cores…Apesar de mistério desperta no coração melhor disto na inteligência uma irresistível ansiedade de o penetrar. Por isso o jovem olha, compara, reflecte tirando depois as consequências. Interrogando-se a si mesmo de como procederão os companheiros que terão os mesmos fenómenos. 

Tudo o que o rodeia constitui para ele um pavoroso facto extremamente variado e terrivelmente instrutivo. 

Nele se observam sentimentos intrigas e outras coisas mais que nem sequer suspeitava. 

O panorama da vida continua a estender-se, que outras parecia nobre è hoje objecto de riso. 

Por isso novos planos, novos projectos… uma revolução contínua. O jovem não sabe ocupar-se do presente, só o futuro lhe sorri e só no futuro pensa em realizar os sonhos e quimeras de hoje. Com esta descoberta das coisas de que afinal é preciso viver o jovem lança-se na sua conquista caminhando ao acaso e se não tiver um bom livro ou um director que o guie. É então que a AC deve empreender o seu trabalho com a alma do jovem. Estas descobertas não são apenas no campo intelectual por isso não nos deve admirar das contradições que nos apresenta a psicologia do jovem; umas vezes será arrogante, entusiasta e presunçosa outas temoroso, inconsciente e fraco. 




VIRTUDES QUE DEVEM BRILHAR NO DIRECTOR 

É necessário na base duma solida e continuada formação espiritual, completada pela experiência adquirida num ministério zeloso. O director espiritual deve tomar particular empenho por cada alma: Um pouco à maneira do sol que aquece a todos e a cada um em particular. É sabido que para conseguir a confiança das almas é necessário o carinho sobrenatural nutrido no exemplo do coração de Jesus, abismo de amor. Ao caminho deve aliar-se a virtude da paciência para sofrer defeitos e mesmo as impertinencias e para continuar a obrar sem desfalecer, e da humildade que reconhece a verdura da mocidade nas suas pretensões e amor-próprio. 

OS RECURSOS DOS NOVOS: A GENEROSIDADE 

È uma das grandes qualidades da gente moça. 

Por isso, aí de nós se deitamos um balde de água fria de cepticismo ou falta de compreensão por sobre a sua vontade de se dar – virtude que só se apaga quando a luxuria tomar posse de um moço para nele fomentar apenas o egoísmo. 

Os novos tem a sinceridade na fé o ardor generoso de nobres ideias. Diz o Papa: «assim não é de admirar como nos sítios onde a AC dos novos se tem desenvolvido abundam as vocações sacerdotais e religiosas. 

Perdeste essa generosidade os directores de almas devem mostrar a mocidade as grandes necessidades da Igreja no momento presente, pôr-lhes diante dos olhos a imensa “messe” de várias modalidades que hoje se apresenta ao soldado de Cristo. 

VIGOR FÍSICO 

A gente moça possui grande coragem física e moral; é capaz de grandes esforços, tem grandes reservas. 

É certo que às vezes são imprudentes…diz um adágio francês, mas é facto que outros não fariam por calculo as energias dos novos» Diz Pio XI « sem nos comprometermos, vamos aproveitar esses entusiasmos sobretudo quando se trata não de pedir liberdades mas de as tomar.»




















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