quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PE. CORREIA DA CUNHA E ASSOCIAÇÃO MARINHEIROS CATÓLICOS

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‘’A alegria e amizade viviam nos corações de milhares de marujos…’’







Admirável foi o esforço de dois capelães da Marinha Portuguesa que com grande empenhamento se envolveram na fundação da AMC, para ajudar a juventude oriunda das terras empobrecidas do interior, que chegava a Lisboa, para cumprirem o serviço militar obrigatório na Armada Portuguesa.

Ainda hoje, encontro testemunhos de vários oficiais da marinha, na reserva, que manifestam esta extraordinária acção apostólica, desenvolvida pela Associação de Marinheiros Católicos (AMC) ao serviço da Armada e da Igreja.


Esta Associação preservava-lhes a fé e apoiava-os num acolhimento humano e fraterno, empenhando-se generosamente no cumprimento da missão de contribuir para o desenvolvimento patriótico, humano e cristão, de jovens que vinham para cumprir a sua vida militar na Marinha. Nos anos cinquenta e sessenta, do passado século, a AMC era objecto de um verdadeiro coro de aplausos.

E isto era muito natural. Era ali a sua casa, onde podiam através de várias actividades lúdicas, culturais e desportivas conviverem em são e fraterno ambiente. Na verdade, muitos chegavam a esta agremiação apenas com a instrução primária e graças ao voluntarismo de professores e oficiais católicos, convidados pelos seus fundadores, eram ali administradas aulas que lhes possibilitavam concluir o curso liceal e no caso de alguns a darem início a estudos superiores, sendo assim chamados a progredir na carreira da armada até atingirem postos de excelência.

Quantas provas e esforços o Padre Correia da Cunha dedicou à Associação de Marinheiros Católicos, quantas diligências fez junto do seu Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, seu bondoso amigo, para exprimir a confiança total que tinha nessa sua iniciativa, para que fossem concedidas por V. Exa. Reverendíssima instalações para a sua AMCP. Considerava que era muito importante contribuir para o desenvolvimento destes jovens cristãos, evitando assim que os perigos da grande cidade pudesse conquistá-los para o progresso do mal.

Ele amava os seus jovens marinheiros, do coração e no coração de Cristo, que foi humilde como eles, e aos quais podia dizer com toda a razão estendendo-lhes a mãos: Tu és da nossa família.










Colocava neles as mais belas esperanças para o engrandecimento e futuro desta gloriosa nação.

Era para ele sempre grato encontrar-se no meio dos jovens marinheiros. Encontrar-se com gente sã e jovial era um motivo bastante forte que justificava a sua imensa alegria. Com efeito como poderia um coração de um capelão jovem, representante de Cristo, não vibrar diante dos que guardam em germe o futuro honroso de Portugal e da Igreja?

Não tem a juventude a primavera da vida, num encanto maravilhoso incomparável?
E os jovens marujos mereciam particular e afectuosa simpatia por Padre Correia da Cunha, que acreditava que estes podiam tornar-se verdadeiros mensageiros do evangelho e grandes servidores da sua Pátria.






A Associação de Marinheiros Católicos Portugueses foi sem dúvida uma providencial e maravilhosa organização, que irrompeu de grandes corações de sacerdotes e capelães inolvidáveis da Marinha Portuguesa: Padre José Correia da Cunha e João Perestrello de Vasconcelos (PE). Destinava-se a formar uma “elite” de marinheiros à qual eram especialmente confiados os valores cristãos para a construção de um Mundo Novo.

Os marujos que fizeram parte deste movimento tiveram o direito de sorrir perante aqueles que ousaram por em dúvida as suas capacidades; as capacidades de serem fermento das massas e vencedores de um futuro próspero na sua vida futura de militares e modelos de grandes chefes de família.

Como lembrava o Padre Correia da Cunha foram pobres pescadores que transformaram o mundo pagão no mundo cristão. Também estes marinheiros de fé foram os obreiros de ardentes famílias cristãs. Conscientes da sua vocação cristã, fortalecida na AMCP, todos procuravam o Padre Correia da Cunha para celebrar os seus casamentos e baptizar os seus descendentes. Confirmo hoje, através de fotografias de alguns desses marinheiros, as centenas de casamentos canónicos, por Padre Correia da Cunha celebrados, de membros desta inesquecível Associação assim como de jovens oficiais da Armada.






Palavras e memórias sobre essa Associação, que teve instalações nos anexos da Sé Catedral de Lisboa, e que mais tarde se mudou para a Rua das Pedras Negras, continuam vivas na memória de muitos dos seus membros ainda vivos.

A terminar gostaria de lançar uma iniciativa: a que não se deixe cair no esquecimento tão preciosa Associação, que tão excelentes ensinamentos transmitiu aos vários marujos que por ali passaram e continuam a recordar com grande saudade estes seus fundadores, que tão bondosamente a serviram. Urge que todos possam testemunhar, através deste blogue esse magnífico passado, vivido nessa ASSOCIAÇÃO DE MARINHEIROS CATÓLICOS PORTUGUESES. 
Ficamos todos aguardar.



















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2 comentários:

  1. Anónimo6.1.11

    Recordar os bons principios que orientavam a "ASSOCIAÇÃO DOS MARINHEIROS CATÓLICOS PORTUGUESES" e uma iniciativa de louvar e por isso um grande obrigado ao Engenheiro João Paulo Costa Dias, de um cadete de Marinha, que conheceu os dois capelães fundadores, e hoje está fora do serviço activo, na reforma.
    Eugenio Duarte Ramos

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  2. Boa divulgação. Faz parte da História da Marinha e dos Capelães quetêm apoiado este Ramo das Forças Armadas.

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