ORGÃO SÃO VICENTE FORA |
“EXPRIMIMOS
A GRATIDÃO POR ESTE
RARO MOMENTO ESPIRITUAL, QUE NOS
SERÁ OFERECIDO..."
É já no próximo dia 14 de Setembro, pelas 17 horas, que se realiza a segunda série de Concertos de Órgão, no âmbito da grande iniciativa levada a efeito pelo titular deste magnifico órgão: João Vaz.
Esta sua iniciativa de tão alto interesse, pois concertos desta natureza além de serem óptimos elementos de cultura artística, dá também valiosa projecção a esta velha e monumental igreja e ao seu precioso órgão.
Este próximo concerto está confiado ao organista francês ROBERT DESCOMBES, titular do Orgão d’Orgelet e grande conhecedor do órgão de São Vicente de Fora. Na sua opinião, é um dos melhores da Europa e, que após o restauro efectuado em 1994, se encontra em bom estado de conservação e excelente funcionamento.
Este concerto promete ser um acontecimento de grande interesse artístico pelas obras escolhidas:
LouisCouperin(1626-1661) – Chaconne em maior
Francois Roberday (1624-1680) – Fugue et caprice
Louis Marchand (1669-1732) - Premier livre d’orgue (Trio, Basse de Trompette, Récit, Fond d’orgue)
Juan Cabanilles (1644-1712) – Tiento de falsas de 4º tono
Anónimo (Porugal Sec. XVII) – Obra de 1º tom sobre a Salve Regina
Fr. Diogo da Conceição (Sec. XVII) – Meio Registo de 2º tom
Girolamo Frescobaldi (1585-1643) – Partite Sopra d’Aria di Follia
Georg Bohm (1661-1733) – Christ lag Todesbanden
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Vater unser Himmelreich BWV737
Como sabemos, para concertos de boa música, o Padre Correia da Cunha colocava sempre a “sua” igreja à disposição. Era considerada por ele um quadro magnífico e excelente, devido à sua arquitectura (Renascentista do Século XVII) e pelo facto este Mosteiro ter exercido uma imensa influência na história da cultura e da arte, sobretudo musical portuguesa, desde o Século XII, data da sua fundação.
O Padre Correia da Cunha tinha uma verdadeira paixão pela música que lhe proporcionasse momentos de espiritual prazer.
PE. CORREIA DA CUNHA E FRANCISCO D'OREY
Travava relações com musicólogos e organistas de projecção internacional, o que lhe permitia organizar com muita regularidade concertos de órgão na Igreja de São Vicente de Fora. Como sabemos, este magnifico espaço possui todas as condições para acolher um imenso público. De toda a cidade de Lisboa acorria muita gente para assistir e apreciar a boa música.
JOÃO VAZ
O João Vaz é bem digno de um louvor, pelo ressurgimento desta esplendorosa iniciativa de enriquecimento cultural e de prazer. Na arte da música organística tem um papel fundamental de pedagogia cristã sem deixar de ser um génio musical de elevado sentido estético.
Recordo que o Padre Correia da Cunha referia que era pelos olhos e ouvidos que muitas pessoas apreendiam as verdades da fé cristã e deste modo quase intuitivamente se sentiam atraídas a amá-las.
À semelhança do que era feito no tempo nosso saudoso Padre Correia da Cunha, este ano, abriram-se de novo de par em par, as portas da igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora para concertos de órgão.
Na opinião do Padre Correia da Cunha, a música contribuía para a elevação do espírito, por isso, não se incomodava com as imensas críticas recebidas por parte de muitos párocos: pela sua ousadia e irreverência, de nos anos sessenta do passado século, abrir a igreja (local sagrado) para a realização dos mais variados concertos, naquele ambiente de beleza e de excepcional acústica.
CORO E ORQUESTRA DA GULBENKIAN -1964
Trago à memória que o Coro de Câmara Gulbenkian se estreou a 27 de Maio de 1964, na Igreja de São Vicente de Fora, com a primeira audição em Portugal da Paixão Segundo São Mateus de Georg Philipp Telemann, acompanhado da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional dirigida por Urs Voegelin, maestro titular da Orquestra de Camara Gulbenkian.
“A escolha do espaço não foi por acaso: de facto Olga Violante conhecia bem a igreja, dotada de uma extraordinária acústica, para além de ser próxima do respectivo pároco, o Padre José Correia da Cunha, homem de elevada cultura, de quem só poderia esperar uma colaboração incondicional e activa”. (fonte: Wikipédia)
Considero-me um privilegiado de ter assistido, naquele majestoso espaço. a verdadeiros acontecimentos musicais: os dois recitais anuais dados pela Orquestra e Coro Gulbenkian; o South Carolina Choir; o Coral Polyphonia; o Coro Bach da Igreja Evangélica Alemã; a Orquestra de Câmara da EN e muitíssimos Concertos de Órgão executados pelos mais prestigiados organistas como António Duarte Silva, Michael Kearns, Gerhard Doderer, Francis Chapelet, Gertrud Mersiovsky, Michel Chapuis, Antoine Sibertin-Blanc,Jean Guillou, Pierre Cochereau…
INTERIOR DA IGREJA DE SÃO VICENTE DE FORA
Estou certo que a escolha da igreja de São Vicente de Fora se devia por causa da fama do seu órgão, pela riqueza da sua registação e requintada qualidade dos timbres deste instrumento. Construído em 1765, por João Fontanes, é incontestavelmente um dos mais adequados à música organística do Séc. XVII, tal como referia o Padre Correia da Cunha.
O Robert Descombes frequentava a Paróquia de São Vicente de Fora nos anos sessenta, tornando-se um honrado amigo do Padre Correia da Cunha.
Para minha grande surpresa, no início do ano 2010, Robert Descombes descobre o Blogue de Homenagem ao Padre Correia da Cunha. Regressou a Lisboa nesse mesmo ano, preenchido de memórias de saudade.
Estou seguro que este MAGNÍFICO CONCERTO é uma homenagem póstuma a Padre Correia da Cunha. Devemos aproveitar esta ocasião para nos congregarmos e recordar os bons tempos vividos em São Vicente de Fora na sua companhia. O Padre Correia da Cunha muito contribuiu para a nossa formação musical e humana com a sua admirável cultura e raros dons de inteligência.
Deixo um testemunho do Robert Descombes sobre o seu saudoso amigo que mantém bem vivo nas suas memórias.
Estão convidados todos os amigos de São Vicente de Fora.
Até dia 14 de Setembro!
SÃO VICENTE DE FORA – 14 SETEMBRO 2013
A majestosa Igreja de São Vicente de Fora encheu-se de público para assistir a um magnífico Concerto de Órgão em que o organista convidado, Robert Descombes, executou obras de Louis Couperin, Francois Roberday, Louis Marchand, Juan Cabanilles, Fr. Diogo da Conceição, Girolamo Frescobaldi, Georg Bohn e Johan Sebastian Bach.
Este Concerto foi uma Homenagem à memória de Padre Correia da Cunha, cuja acção a Música Organística ficou a dever naquele magnifico templo renascentista lisboeta nos meados do século passado.
O Concerto foi confiado ao seu admirável amigo Robert Descombes. Este organista francês que desde 1968 até 1976, estudou o órgão de São Vicente de Fora, tornou-se um profundo conhecedor e um exímio especialista do órgão ibérico e da música barroca portuguesa.
Robert Descombes era acolhido todos os anos, pelo Padre Correia da Cunha, na Paróquia de São Vicente de Fora.
Muitos dos amigos do Padre Correia da Cunha apreciadores da boa música, tiveram ocasião de escutar, no ambiente mais adequado, aquele que é considerado um dos órgãos portugueses antigos: o mais belo instrumento da Europa.
Um concerto desta natureza é sem dúvida um óptimo elemento de verdadeira cultura artística para os amantes da boa música e uma brilhante homenagem póstuma a Padre Correia da Cunha. Para todos os seus amigos ali presentes existiu a sua presença, a qual nunca deixou de estar presente em todos os momentos destas pessoas.
Dado o alto nível do concertista, a categoria do programa e a qualidade do órgão, este concerto ficará, sem dúvida, como um autêntico marco musical no nosso meio artístico.
Exprimo a minha imensa gratidão pela presença de tantos amigos do Padre Correia da Cunha, que deram um maior brilho ao excepcional concerto, disfrutando de um programa de música admirável e inspirado que tanto contribuiu para um áureo e raro momento de prazer espiritual.
Um grande bem-haja a todos!
.
Robert, foi com muita emoção e enorme prazer que ontem assisti ao concerto que nos foi proporcionado por si. Foi o reviver sons que há mais de 50 anos não ouvia e a satisfação de conhecer pessoalmente alguém que ama apaixonadamente a nossa Igreja e recorda com carinho e saudade a pessoa que foi o P. Correia da Cunha. Um grande abraço e MUITO OBRIGADA.Maria Assunção Quintas
ResponderEliminar