“ AS ALMAS GRANDES
VIVEM MAIS NAS SUAS OBRAS… QUE NAS HONRARIAS.”
Um grande homem não
se distingue unicamente pelas grandes obras que realiza ao longo da sua vida, mas
pela verdadeira herança que deixou aos seus muitos seguidores, que
silenciosamente continuam, à sua semelhança, na busca do profundo conhecimento
de Jesus Cristo, empenhados na construção de uma sociedade justa e fraterna e
na promoção dos direitos do Homem e na defesa da dignidade humana.
Eram as suas lições,
sobre todas as temáticas, de simplicidade e elegância, que ganhavam distinção e
grandeza, pelo imenso acolhimento que tinham por parte dos seus amigos,
eclesiásticos, políticos, militares, intelectuais, artistas, empresários,
jovens, operários e gente humilde da sua paróquia…
O Padre José Correia da Cunha era um homem extremamente simples, que no fundo, desprezava as honrarias. Muito poucos sabem das condecorações e medalhas que recebeu em inúmeras homenagens que lhe foram prestadas. Como homem educado que era, não se recusou a receber os títulos e as distinções que foram conferidas. Nunca as usou e nem a elas, na sua modéstia, fazia referência. O mais importante para ele era ser amigo dos seus amigos e tinha-os em todas as camadas sociais, tratando-os sempre em primeiro lugar como “ seus semelhantes”.
No dia 18 de Maio do
ano de 1972, foi agraciado com a condecoração de comendador da Ordem Militar de
Cristo. A cerimónia realizou-se no Palácio de Belém. Foi das mãos do seu amigo,
Almirante Américo Thomaz, que o Padre Correia da Cunha recebeu esta alta
condecoração como reconhecimento do Estado e da Nação aos serviços prestados no
exercício das suas missões. Foram também condecorados nessa cerimónia os seus
bons amigos, Almirante Pereira Crespo (Ministro da Marinha) e Dr. Rui Patrício
(Ministro dos Negócios Estrangeiros), ambos com o grande colar da Ordem do
Infante D. Henrique.
Já no dia 25 de Abril, do mesmo ano, o Presidente da República Federal do Brasil, Gen. Emílio Garrastazu Médici entregara ao Padre Capelão, a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, aquando da visita do Presidente da República de Portugal ao Brasil à frente de uma comitiva, da qual fazia parte e onde também participavam ministros importantes e personalidades de destaque na vida nacional. Esta viagem assinalava a transladação dos restos mortais de D. Pedro IV, Imperador do Brasil, nas comemorações do sesquicentenário da independência brasileira.
Cerimónia Lions Clube |
Haverá mais galardões
seguramente, mas como referi, o Padre Correia da Cunha não atribuía grande
importância a estas honras terrenas. A sua inteligência era a faculdade mais
nobre que lhe permitia levar a Luz de Cristo em seu coração e irradia-la no
meio da obscuridade do mundo.
A sua maneira de pensar e de viver teve enormes implicações nas comunidades onde exerceu actividade: no Seminário, no Patriarcado de Lisboa, na Armada Portuguesa, no Exército, nos Lions e na Paróquia de São Vicente de Fora.
SOUBE ONTEM, COM ALVOROÇO,
DESSE MERECIDO LOUVOR;
TEREM-LHE POSTO AO PESCOÇO
O GRAU DE COMENDADOR.
FORAM PRECISOS DOIS “DEUSES”
(O DO CÉU – OMNIPOTENTE,
MAIS O DA TERRA – TOMAZ)
P’RA, COMO ACONTECE ÀS VEZES,
PRESTAREM MUI TARDIAMENTE,
JUSTIÇA QUE TANTO APRAZ.
E SE EM TERMOS DE VALIMENTO
FOI A VENERA CONFERIDA
FRENTE A TANTO MERECIMENTO
NÃO HÁ DÚVIDA, ERA DEVIDA.
AGORA, QUE DÊM CRISTO
AO PRIOR DE S.VICENTE,
NÃO ENXERGO SUA RAZÃO,
- ESTÁ ERRADO, E NISTO INSISTO –
POIS NÃO O TRAZ JÁ – BEM LATENTE –
“PÁD’ZÉ” NO CORAÇÃO!...
DESSEM A ORDEM D’AVIZ,
(ANDARIAM MAIS “AVISADOS”:
A GRÃ-CRUZ, ESSA É QUE NÃO,
POIS “CRUZ” JÁ FOI – E DEMAIS-
TER DE ANDAR DE SOBREPELIZ,
PARA DESCONTO DOS PECADOS,
SEMANAS JUNTO AO CAIXÃO,
COM OS DESPOJOS REAIS.
Não conheço este
amigo e admirador do Padre Correia da Cunha, manifesto aqui o desejo que
através da sua assinatura seja possível identificá-lo, agradecendo aos leitores
deste texto que me ajudem nesta missão.
A Luz de Jesus Cristo
é a mesma para todos, mas a maneira de a apresentar e aplicar, varia conforme o
nível cultural, as exigências e responsabilidades daqueles a que a transmitem.
E foram precisamente essas raras qualidades que foram determinantes para a
justa consagração oficial, num acto tão singelo como significativo.
Recordo que todos os amigos mais próximos ficaram agradecidos pelo justo galardão concedido ao Padre Correia da Cunha. É de notar que este clérigo tanto nos honrou com o seu exemplo de vida e inteligência, devotando o seu sacerdócio ao serviço da promoção do seu semelhante.
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