Homenagear os feitos dos valentes portugueses...
Recordo com este texto da autoria do Padre Correia da Cunha as celebrações do dia 10 de Junho, no Terreiro do Paço em Lisboa. Em cerimónia pública eram condecorados com a cruz de guerra, pais, mães, irmãos, mulheres e filhos, dos que em combate tinham tombado ao serviço da Pátria.
Décadas volvidas sobre a implantação da democracia no nosso país, os dias de Portugal são celebradas quase à moda antiga. Já não defendemos terras de além-mar, mas o mesmo cinismo impera na política portuguesa bem patente nos conluios que visam apenas a defesa de alguns. Os discursos são medíocres, torturam-nos só de os ouvirmos.
Para comemorar condignamente o dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas seria bom que «Os Lusíadas» cujo conteúdo moral, espiritual é tão rico e profundo… servisse de inspiração para estas celebrações.
Continuamos a desprezar as notáveis figuras públicas, os verdadeiros heróis e os extraordinários guerreiros que levaram ao auge a história deste nobre e honrado povo. Como refere o Padre Correia da Cunha o dia de Portugal deverá ser consagrado para celebrar: «Aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando».
“Em toda a Terra Portuguesa, d’aquém e d´além Mar, em toda a parte onde
drapeja a gloriosa bandeira das Cinco Chagas de Cristo, e até (mesmo em terra
estranha) onde quer que pulse um coração português, o Dia de Portugal foi
celebrado com toda a solenidade e entusiasmo, não só por ser o dia consagrado à
glorificação de «Aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte
libertando» e, graças a Deus, são tais e tantos que honrariam qualquer Povo, se
os tivesse…) - Mas também por nesse dia se comemora o imortal Cantos de «Os
Lusíadas» essa maravilhosa epopeia que há quatrocentos anos foi publicada.
Em cortejo magnífico desfilaram diante de todo o Povo Português muitos
dos filhos de que mais se pode orgulhar.
Muitos dos soldados heróicos que arriscaram a vida em defesa da Nação,
muitos dos professores primários que formaram ontem os homens de hoje e hoje
formaram os de amanhã, e muitos outros que por seus feitos engrandeceram a
Pátria que lhes foi berço – todos esses foram lembrados com desvanecimento e
galardoados com orgulho pela Pátria reconhecida.
Pena foi que algum deles – e dos maiores – só pudesse responder:
Presente! Pela voz de seus filhos, de suas esposas, de seus pais, ou seus
irmãos…
Mas o sangue que regou a terra Portuguesa corre vivo e palpitante mas
veias daqueles cujo peito ostenta as condecorações dos que tombaram. E há-de
ser seiva de novos heroísmos, incentivo de novos cometimentos, nova força para
continuar Portugal.”
Padre Correia da Cunha
Em meio do maior silêncio, numa voz se ouviu, um poema de Padre José Correia da Cunha
.../...
Na linda Nau Catrineta
Portugal se fez ao Mar,
Bom Marinheiro e poeta,
Deus o quer sempre a cantar.
O seu heróico passado
É bem digno de memória
E será por nós honrado
Com novos feitos de glória!
Nós hoje somos herdeiros
Em qualquer hora ou lugar
Desses heróis marinheiros
Que cruzaram todo o Mar.
Padre Correia da Cunha
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