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‘’ Seremos dignos… das maravilhas de Deus’’
Para Padre Correia da Cunha as coisas tinham ‘alma’.Quando adolescentes e arrebatadamente batíamos uma porta, éramos de imediato energicamente advertidos e levados a descobrir tudo o que aquela porta reflectia e o seu encantador processo de transmutação.
Padre Correia da Cunha começava assim:
- Um dia uma pequena semente foi lançada à terra. A semente absorveu a água do meio, aumentou de volume e consequentemente irrompeu a raiz na direcção do solo e no sentido oposto desenvolveu-se um pequeno caule folhoso. O sol e a chuva ajudaram a crescer aquele pequeno arbusto. Foram muitas primaveras e muitos invernos para que o pequeno caule se desenvolvesse e se tornasse numa grande e bela árvore.
Quando dava este ''sermão'', Padre Correia da Cunha lembrava um provérbio japonês que dizia: ‘’Um carvalho leva 300 anos a crescer, 300 anos a manter-se adulto e 300 anos a morrer’’.
Na natureza as árvores eram muito importantes, porque era no seu habitat que se abrigavam muitos seres. Davam frutos para alimentar os animais e produziam madeira de excelente qualidade.
Quando adultas, os homens procediam ao seu corte e com os seus troncos eram efectuadas excelentes tábuas de madeira, que com grande arte, dedicação, esforço e amor do trabalho, os carpinteiros transformavam em magníficas peças de arte. A esta porta, que é uma maravilha, foi-lhe atribuída a função de proteger esta sala. A própria cor que lhe foi dada, o desbotamento dessa cor, as nódoas… repare-se, veio de fora, e é isso que, mais que a sua essência de madeira, lhe dá a ‘alma’. O íntimo dessa ‘alma’, que é o ser porta, também lhe foi dado de fora, e constitui a sua personalidade…
- Vocês, umas bestas, com toda essa violência, querem destruir a adorável, amorosa e morosa obra do Criador e dos homens nossos irmãos!
Pergunto:
- Sereis dignos de utilizardes as coisas maravilhosas que Deus coloca ao vosso dispor?
Hoje, creio que não havia erro humano de Padre Correia da Cunha em atribuir ‘alma’ às coisas que chamamos inanimadas.
Padre Correia da Cunha aprendera desde muito jovem a ter o maior respeito e cuidado pelas coisas, que lhe eram colocadas ao seu serviço.
Quero recordar hoje a história que sempre acrescentava, para melhor apreendermos esta sua maravilhosa prelecção:
- Monsenhor Pereira dos Reis, reitor do meu seminário, mandava colocar maçanetas em madeira de balsa nas portas dos dormitórios. Este tipo de madeira leve apresentava uma fraca resistência. Não suportava e destruía-se perante uma força violenta por parte dos jovens seminaristas. Desta forma todos éramos educados a procederemos à abertura das portas com muita delicadeza e suavidade, caso contrário ficaríamos condenados a não poderemos entrar nessas dependências do seminário.
Como já referi Padre Correia da Cunha recordava com muito respeito e especiais saudades seu grande educador e pastor de jovens. Todos os seminaristas do seu tempo lhe reconheciam a sua maneira viva de formar inteligências. Padre Correia da Cunha procurava ser seu seguidor nesses domínios.
Padre Correia da Cunha começava assim:
- Um dia uma pequena semente foi lançada à terra. A semente absorveu a água do meio, aumentou de volume e consequentemente irrompeu a raiz na direcção do solo e no sentido oposto desenvolveu-se um pequeno caule folhoso. O sol e a chuva ajudaram a crescer aquele pequeno arbusto. Foram muitas primaveras e muitos invernos para que o pequeno caule se desenvolvesse e se tornasse numa grande e bela árvore.
Quando dava este ''sermão'', Padre Correia da Cunha lembrava um provérbio japonês que dizia: ‘’Um carvalho leva 300 anos a crescer, 300 anos a manter-se adulto e 300 anos a morrer’’.
Na natureza as árvores eram muito importantes, porque era no seu habitat que se abrigavam muitos seres. Davam frutos para alimentar os animais e produziam madeira de excelente qualidade.
Quando adultas, os homens procediam ao seu corte e com os seus troncos eram efectuadas excelentes tábuas de madeira, que com grande arte, dedicação, esforço e amor do trabalho, os carpinteiros transformavam em magníficas peças de arte. A esta porta, que é uma maravilha, foi-lhe atribuída a função de proteger esta sala. A própria cor que lhe foi dada, o desbotamento dessa cor, as nódoas… repare-se, veio de fora, e é isso que, mais que a sua essência de madeira, lhe dá a ‘alma’. O íntimo dessa ‘alma’, que é o ser porta, também lhe foi dado de fora, e constitui a sua personalidade…
- Vocês, umas bestas, com toda essa violência, querem destruir a adorável, amorosa e morosa obra do Criador e dos homens nossos irmãos!
Pergunto:
- Sereis dignos de utilizardes as coisas maravilhosas que Deus coloca ao vosso dispor?
Hoje, creio que não havia erro humano de Padre Correia da Cunha em atribuir ‘alma’ às coisas que chamamos inanimadas.
Padre Correia da Cunha aprendera desde muito jovem a ter o maior respeito e cuidado pelas coisas, que lhe eram colocadas ao seu serviço.
Quero recordar hoje a história que sempre acrescentava, para melhor apreendermos esta sua maravilhosa prelecção:
- Monsenhor Pereira dos Reis, reitor do meu seminário, mandava colocar maçanetas em madeira de balsa nas portas dos dormitórios. Este tipo de madeira leve apresentava uma fraca resistência. Não suportava e destruía-se perante uma força violenta por parte dos jovens seminaristas. Desta forma todos éramos educados a procederemos à abertura das portas com muita delicadeza e suavidade, caso contrário ficaríamos condenados a não poderemos entrar nessas dependências do seminário.
Como já referi Padre Correia da Cunha recordava com muito respeito e especiais saudades seu grande educador e pastor de jovens. Todos os seminaristas do seu tempo lhe reconheciam a sua maneira viva de formar inteligências. Padre Correia da Cunha procurava ser seu seguidor nesses domínios.
O EXAME DE CONSCIÊNCIA IV
Deveres dos estudantes
- Fui respeitador e obediente para com os meus mestres?
- Estudei com seriedade? Aproveitei bem o tempo?
- Estudei por amor ao saber ou unicamente para passar o ano?
- Critiquei, sem gravíssimas razões, os meus professores?
- Fomentei a indisciplina e a leviandade?
- Trabalhei com o desejo de realizar amanhã os planos de Deus, ou apenas pelo orgulho de saber, por vaidade?
- Fui preguiçoso?
- Troquei os livros de estudo, por livros maus ou mesmo só de distracção?
- Troquei o dever pelo cinema ou por outros espectáculos?
- Perante os colegas, tomei consciência das minhas responsabilidades e ajudei-os a tomar consciência das suas?
- Fomentei conversas indecentes ou irreverentes?
- Fui e desencaminhei algum colega para lugares suspeitos?
- Procurei fomentar a boa camaradagem e a união entre todos?
Deveres dos pais para com os filhos
- Procurei conhecer bem cada um dos meus filhos?
- Estimo-os a todos igualmente ou tenho preferências injustificáveis?
- Tenho tido o cuidado em os alimentar, vestir e calçar consoante o nível social da nossa família?
- Fui exagerado neste ponto, cultivando os meus caprichos?
- Obrigo-os com mão amiga mas firme a cumprirem os seus deveres e a cuidarem de suas coisas, ou tenho-os substituído nos seus trabalhos?
- Dou-lhes demasiadas facilidades ou demasiado dinheiro?
- Soube fazer respeitar em mim a autoridade de Deus?
- Admoestei-os ou castiguei-os procurando realmente o seu bem? Ou fi-lo por paixão, sem o necessário domínio dos meus nervos, apenas para mostrar a minha superioridade?
- Fui indulgente para com as suas criancices, ou demasiado severo?
- Para com as faltas graves de carácter ou de moral tive a necessária severidade ou fui demasiado indulgente?
- Procurei conquistar-lhes a confiança? Desabafam comigo? Se o não fazem, porque é?
- Tenho procurado educá-los na franqueza e na generosidade?
- Fomentei neles a dedicação à família e a caridade e amizade sã fora dela?
- Vigiei a influência de fora, da escola, das companhias, do emprego, etc.?
- Tenho-lhes dado sempre o bom exemplo quer na vida religiosa, quer na vida moral e social?
- Tenho dado toda a compreensão e colaboração á minha mulher (ou ao meu marido) diante deles?
- Desautorizei minha mulher (ou o meu marido)?
- Procurei educar e dirigir a liberdade e personalidade dos meus filhos, principalmente dos adolescentes? Mostrei ter confiança neles, embora vigiando discreta mas lealmente o uso dessa liberdade?
- Pu-los de sobreaviso no que respeita ás crises de idade? Preparei-os para elas com delicada franqueza?
- Embora discretamente vigiei e dirigi as suas leituras e escolhi os seus divertimentos e espectáculos?
- Preocupei-me com as suas companhias?
- Tenho orientado devidamente a sua personalidade e a sua vocação? A respeito desta, esqueci-me alguma vez de que os filhos que Deus me deu não vieram ao mundo para fazer a minha vontade, mas a de Deus?
- Tenho tido o devido cuidado na sua formação e na sua prática religiosa?
- Aos filhos casados, tenho-lhes respeitado a sua autonomia?
- Não me meto demasiadamente na sua vida?
- Tenho tido ciúmes dos genros ou das noras? Fiz ou disse alguma coisa que os pudesse dividir?
- Se sou avô, não tenho tido demasiada vaidade nos meus netos? Não os tenho estragado com mimos? Tenho procurado manter as cristãs tradições da família?
Deveres dos esposos
- Amo verdadeiramente a minha mulher (ou o meu marido)?
- Procuro na verdade o seu bem, a sua alegria?
- Procuro que haja entre nós uma verdadeira compreensão e conhecimento da nossa personalidade?
- Preocupo-me com os seus gostos, com os seus desejos?
- Preocupo-me a sério com a sua saúde e o seu bem-estar?
- Acredito sinceramente na sua dedicação por mim, mesmo quando se não traduz em manifestações sensíveis?
- Sobrepus o amor à minha mulher (ou ao meu marido) a qualquer outra afeição, mesmo ao amor pelos filhos?
- Evitei-lhe todos os trabalhos desnecessários?
- Interessei-me pela sua vida religiosa e pelos seus problemas, profissionais, sociais e domésticos?
- Fomentei e favoreci uma verdadeira comunhão espiritual entre nós?
- Fomentei os seus esforços na prática da virtude e mesmo dos seus trabalhos?
- Tenho rezado com ela (ou com ele) e por ela (ou por ele)?
- Fui egoísta, caprichoso, impaciente?
- Tenho sido gastador?
- Tenho cuidado do meu arranjo pessoal e no arranjo da casa?
- Tenho evitado todo o motivo de discórdia?
- Fui fiel à minha mulher (ou ao meu marido) por pensamentos palavras e obras?
- Impedi ou permiti fosse impedida a fecundidade conjugal?
- Aconselhei, consenti ou colaborei em abortos?
- Alimentei amizades perigosas?
Deveres do cidadão
- Procuro sinceramente o bem do meu país?
- Cumpri escrupulosamente os meus deveres de cidadão?
- Votei segundo os ditames da minha consciência, procurando o bem da Cristandade e do meu país?
- Paguei honradamente os impostos?
- Aceitei responsabilidades públicas, quando isso foi do interesse da minha Pátria?
- Procurei agir e julgar como cristão os negócios públicos?
- Favoreci por todos os meios ao meu alcance a união, a concórdia e a paz entre os meus concidadãos?
- Alimentei a má-língua e o boato?
- Procurei privilégios e favoritismos?
- Servi-me de empenhos ou da minha situação para obter benesses que não me competiam?
- Servi-me do suborno para alcançar quaisquer regalias?
Deveres dos operários ou empregados
- Realizei conscienciosamente o meu trabalho ou serviço? Ou fui preguiçoso?
- Colaborei gostosamente com os meus chefes?
- Fui desobediente?
- Realizei o meu trabalho com a consciência de ser um colaborador de Deus na obra da transformação do mundo?
- Fui bom camarada, solidário e caritativo para com os outros?
- Trabalhei por fomentar o bem-estar e a paz entre todos?
- Procurei ser prestável a todos?
- Disse mal dos meus camaradas ou caluniei-os junto dos chefes?
- Critiquei os meus camaradas ou murmurei deles?
- Dei a todos, e especialmente aos mais novos, o bom exemplo do cumprimento do dever e da dedicação ao trabalho?
- Tive conversas obscenas ou maliciosas?
Deveres dos militares
- Amo sinceramente a minha Pátria?
- Tenho procurado conhecer os meus deveres de seu defensor?
- Tenho honra em servi-la como guarda das fronteiras, da justiça e da paz dentro e fora delas?
- Tenho cumprido os regulamentos da vida militar?
- Respeito, estimo e obedeço aos meus superiores?
- Faço os exercícios militares, mesmo os mais enfadonhos, com consciência de que me preparo para melhor servir os interesses de toda a Nação?
- Esquivo-me aos serviços e aos exercícios com manhas e mentiras?
- Respeito e estimo todos os meus camaradas, mesmo os menos simpáticos, não só por ser cristão, mas até porque só a união e a colaboração entre todos é garantia da força de um exército?
- Procuro ser bom camarada e prestável a todos? Procuro compreendê-los, principalmente aos meus inferiores?
- Evito conversas de má-língua, ou, pelo contrário provoco-as e alimento-as?
- Tenho tido ou admitido conversas indecentes ou obscenas?
- Cometi excessos na comida ou na bebida?
- Li ou dei a ler livros ou quaisquer publicações contrárias à religião ou à moral? Divulguei imagens obscenas? Ou guardei-as?
- Foi paciente com os meus camaradas?
- Irritei-me com algum? Estou zangado ou de relações cortadas com algum deles?
- Recusei fazer as pazes com algum?
- Ofendi algum com palavras ou gestos?
- Andei à pancada com algum?
- Fui a casas suspeitas? Incitei outros a irem lá? Tenho o mau hábito de as frequentar? Fiz alguma coisa para acabar com esse mau hábito?
- Tirei alguma coisa a alguém?
- Denunciei ou caluniei algum camarada?
- Defendi a honra e a fama de todos?
- Dei a todos o bom exemplo na prática cristã, na vida moral, no serviço e na disciplina?
Deveres dos chefes e patrões
- Pago aos meus empregados ou operários o salário justo, legal e humano?
- Interesso-me pela sua vida particular e pela sua situação familiar?
- Procuro conhecer cada um deles e as suas dificuldades morais e materiais? Faço-o com a devida delicadeza e descrição?
- Interesso-me pela sua saúde e bem-estar dentro e fora do trabalho?
- Favoreço e facilito a sua vida religiosa?
- Respeito a sua autonomia e a sua personalidade?
- Favoreço a sua instrução profissional e a cultura em geral?
- Considero-os como meus irmãos?
- Falo-lhes com delicadeza e respeito? Ou mostro-me soberbo e distante? Ou tenho familiaridades condenáveis sobretudo com empregadas?
- Procuro conhecer os meus deveres de chefe ou patrão cristão? Conheço a doutrina social da Igreja?
Terceiro: DEVERES PARA COMIGO MESMO
- Tenho sido simples natural?
- Deixei-me levar pelo orgulho ou vaidade?
- Quis ter sempre razão?
- Aceitei as críticas e observações com bom espírito?
- Reconheci com humildade as minhas faltas ou defeitos?
- Fui hipócrita ou fingido?
- Menti por covardia, simulação ou vanglória?
- Fui desinteressado a respeito dos bens terrenos?
- Fui gastador, perdulário? Ou foi avarento?
- Foi generoso para com os pobres?
- Contribui, na medida das minhas posses, para as obras do culto, da caridade e do apostolado? Contribui para as missões?
- Respeitei o meu corpo cumpri os deveres? De higiene e tive os devidos cuidados com a minha saúde?
- Respeitei o meu sexo? Ou fiz actos impuros sozinho ou com pessoas de um ou outro sexo?
- Se tenho esse mau hábito, combati-o e fugi das ocasiões?
- Afastei com a devida prontidão maus pensamentos e maus desejos?
- Assisti a espectáculos perigosos ou imorais?
- Li publicações contrárias à religião ou à moral?
- Demorei a vista em imagens obscenas?
- Respeitei as raparigas e mulheres como gostaria fossem respeitadas as minhas irmãs, a minha mãe ou as minhas filhas?
- Fui provocante ou causa voluntária de tentação, no meu porte, vestuário, conversas ou atitudes?
- Mantive namoros perigosos ou levianos?
- Tenho procurado dominar meus nervos e sensibilidade?
- Excedi-me no vinho ou na comida ou no luxo?
- Fui glutão ou guloso? Se tenho essa tendência, combati-a?
- Fui covarde? Assumi sempre as responsabilidades que me cabiam?
- Tenho procurado organizar o meu trabalho de modo a dispor bem do meu tempo?
- Perdi tempo inutilmente? Foi preguiçoso?
- Organizei o meu horário e procuro cumpri-lo?
- Cumpro os meus deveres religiosos com devoção e amor?
É claro que se poderia esquadrinhar mais e mais… E haveria sempre matéria de arrependimento.
Mas fiquemos por aqui, Irmão!
Texto: Padre José Correia da Cunha
Fotos: Corpo de marinheiros
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