segunda-feira, 10 de maio de 2010

PE. CORREIA DA CUNHA E O SEU PAPA

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‘’… Bendito… que vem em nome do Senhor! ’’





Na semana em que o Papa Bento XVI, sucessor de Pedro, visita este nobre povo de Portugal, gostaria de recordar que em 1967 o Papa Paulo VI esteve no Santuário de Fátima onde foi acolhido por uma monumental multidão de fiéis.


Padre Correia da Cunha sentiu-se muito feliz por essa visita que sua Santidade realizou no 50º aniversário das aparições de Fátima, ao seu amado país.


Padre Correia da Cunha tinha uma afeição muito especial por Paulo VI, como muitas vezes lhe ouvi referir: - ‘’Foi o grande homem do início da mudança, após o Concilio Vaticano II. Ainda hoje sentimos a lufada de ar fresco que introduziu na Igreja Católica. ‘’


Reafirmo que o Padre Correia da Cunha, como pároco de São Vicente de Fora, foi um grande inovador. Um homem que não se conformava com as liturgias ocas e sem sentido em latim. Lutava pelas mudanças e tudo fazia para arrastar os fiéis para uma participação activa e dinâmica na vida da Igreja. E sem dúvida Paulo VI era fonte de inspiração para essa nova caminhada da Igreja, numa nova Liturgia mais assimilada e vivida pelos crentes.


Paulo VI foi um homem brilhante de profunda espiritualidade, de trato gentil e reservado e de uma infinita cortesia. Paulo VI foi um dos que mais viajou, antes de João Paulo II, tendo sido o primeiro Papa a visitar os cinco continentes. Contudo sua grande colaboração foi o encaminhamento do Concílio Vaticano II e a profunda Reforma da Igreja e da Cúria Romana que ainda hoje não está concluída…


Homem de seu tempo, demonstra com a sua encíclica Populorum Progressio de 26 de Março de 1967 a sua preocupação com a questão do crescimento populacional no mundo e o modo de evitar desvios morais e doutrinais com relação ao modo como conter tal crescimento. Não menos importante é a sua Octogésima Adveniens de 1971. Destaca-se a sua célebre encíclica Humanae Vitae de 25 de Julho de 1968, sobre a regulação da natalidade e a exortação apostólica Evangelii Nuntiandi de 8 de Dezembro de 1975, em que aclama a salvação para todos os povos.


Papa Paulo VI, o papa da renovação e o peregrino, morreu em 6 de Agosto do ano de 1978. Pediu somente que o seu funeral fosse simples e não se erigisse nada sobre o seu túmulo.


Paulo VI foi efectivamente o grande obreiro da mudança que todos reconhecemos que transformaram profundamente as vivências da Igreja pós conciliar.


Padre Correia da Cunha afirmava que a Igreja precisava dela como de pão para a boca. Também Padre Correia da Cunha terá sido o grande impulsionador e porventura o grande agente que todos os católicos de São Vicente de Fora precisavam para se conciliarem com uma Igreja renovada.

Padre Correia da Cunha reafirmava como muita convicção permanentemente que: O Concílio Vaticano II ainda não foi cumprido, havia muito ainda por fazer… Apesar dos avanços que a Igreja tem feito de uma forma admirável, tem alguma dificuldade em aceitar o pluralismo...


Grande especialista em Liturgia, muito contribuiu para a sua renovação. Padre Correia da Cunha buscava um equilíbrio entre Ritos, procurando dessa forma que o mistério perene da Salvação fosse celebrado na língua portuguesa, com muita dignidade e postura. Aproveitava as celebrações dominicais, cuja participação da comunidade era muito considerável, como força impulsora da sua evangelização nesses tempos de mudanças. A terminar relembraria que Padre Correia da Cunha traduziu para português e comentou muitos livros litúrgicos até ali impressos em latim.

Obrigado Paulo VI pela visita em 1967.

Bem-vindo Bento XVI a Portugal no ano 2010!


A peregrinação do Santo Padre a Fátima é uma interpelação para nós. Maria que o Papa chama ‘’Estrela do Mar’, é aquela que acompanha a viagem de cada um de nós e de toda a Igreja, no mar da vida e da história. A visita do Papa Bento XVI a Portugal serve de estímulo para fortalecer a nossa Fé em comunhão com a nossa Mãe e Mãe da Igreja.

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