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IN
MEMORIAM
Pe.
José Correia da Cunha
1977-
2012
35 Anos
Requiem aeternam dona ei
Domine,
et lux perpetua luceat ei. Requiescat in pace.
Amen.
O Padre José Correia da
Cunha (1917-1977) despediu-se no dia 2 de Abril de 1977, para ir ao encontro da
contemplação do seu DEUS e unir-se a Ele na mais íntima perfeição.
A morte para ele veio
num momento de profunda solidão, caído no chão frio do seu quarto de banho, em
total nudez para se cumprir a sua efémera profecia: “Saí nu do ventre da minha
mãe…O Senhor mo deu o Senhor mo tirou; Bendito seja o Seu nome!”
Prestar uma singela
homenagem ao Padre Correia da Cunha, no dia que faz 35 anos que nos deixou,
deve ser entendida como um contributo para dar a conhecer esta enorme figura da
igreja diocesana de Lisboa, assim como um acto de gratidão de todos os
paroquianos da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora que foram
influenciados de uma forma preponderante e decisiva pela sua imensa cultura
humanista e espiritual.
O Padre Correia da
Cunha, embora tenha injustamente permanecido desconhecido durante demasiado
tempo, foi um grande sacerdote possuidor de uma vitalidade perene que muito
contribuiu para a renovação da Igreja pós Concilio Vaticano II. Distinguiu-se
pela maneira de viver e pelo modo como desempenhou os variados cargos e
funções, que foi chamado a exercer: Capelão da Marinha e pároco de São Vicente
de Fora.
Os muitos amigos, que
granjeou ao longo da sua vida e que com ele tiveram o privilégio de privar,
definiam-no pela sua personalidade e como uma pessoa virtuosa, destacando a sua
simplicidade e desprendimento, mas ao mesmo tempo enérgico e determinado.
O Padre Correia da
Cunha terá deixado uma vasta galeria de escritos sobre Celebrações Rituais que
enobreceram a história da Litúrgia em Portugal e procedeu a muitas traduções
de Leccionários do latim para a língua portuguesa.
Após 35 anos da sua
morte, Padre Correia da Cunha só recebeu uma homenagem pública no ano 1982, no
âmbito do IV Centenário da Reconstrução da Igreja e Mosteiro de São Vicente de
Fora. Essa homenagem indicava a aceitação e o reconhecimento de um vasto grupo
de amigos das suas qualidades morais e espirituais.
Segundo o Presidente da
Comissão Executiva das Comemorações, Tenente General Themudo Barata, o Padre
Correia Cunha era um homem simples, moderado, confiante e desprendido… Ele
avançou sempre pelos caminhos de uma larga e promissora perfeição humana.
Seria tempo de ter nome
de rua, na freguesia onde dedicou todos os seus conhecimentos e cultura em prol
da formação cristã e humana de muitas gerações de jovens da Armada Portuguesa
(Hospital da Marinha) e da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora.
Todos esses jovens,
ainda hoje, são unânimes em reconhecer que Padre Correia da Cunha lhes
transmitiu uma formação muito aberta à realidade do mundo, quer na perspectiva
científica, quer na perspectiva sociológica. A sua preocupação era o Homem, seu
irmão… Uma educação para a fraternidade humana, que olhava o Homem no seu todo,
não era só mandar rezar; não! Possuía uma visão do homem completo como Jesus
Cristo tinha.
Nesta hora de homenagem, quero agradecer em nome dos seus amigos,
ainda vivos, os imensos testemunhos verbais e escritos recebidos. Termino com
uma palavra de gratidão, respeito e profunda saudade.
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