“
SÃO VICENTE EM TUDO VENCEU.
VENCEU NAS
VENCEU NAS
PALAVRAS, VENCEU NAS PENAS.
VENCEU NA
VENCEU NA
CONFISSÃO DA FÉ, VENCEU NA
TRIBULAÇÃO, VENCEU
TRIBULAÇÃO, VENCEU
NO FOGO, VENCEU NO MAR,
FINALMENTE VENCEU
FINALMENTE VENCEU
ATORMENTADO, VENCEU MORTO.”
Santo
Agostinho
O Padre Correia da
Cunha era um lisboeta de gema, gostava de estudar e aprofundar todas as
matérias sobre o padroeiro espiritual da sua ínclita cidade de Lisboa e da
paróquia do seu coração…
Nascido em Huesca, bafejado pelo ar límpido dos Pirenéus, São Vicente não era um ser lendário, mas antes um jovem dinâmico que viveu a poucos séculos da morte de Jesus
Cristo, ainda na dominação romana, na Península Ibérica. Uma realidade
concreta!...
Mal sabia a província de
Aragão que este Vicente iria honrar para sempre a nossa encantadora cidade de
Lisboa assim como a paróquia de São Vicente, uma das primeiras desta mui nobre cidade.
O Santo Mártir, na busca
da felicidade de vida, seguia com entusiasmo as lições de piedade, religião e
letras humanas que o santo Bispo Valério lhe proporcionava e, de tal maneira
progrediu, que muito cedo foi investido na Sagrada Ordem de Diácono, para
pregação do Evangelho uma vez que o seu bispo não tinha facilidade em falar.
Naqueles tempos, quem
envergasse as vestes diaconais não podia ser cobarde, tinha que estar preparado
para o martírio. Tantas vezes ouvi ao Padre Correia da Cunha: “ o nosso padroeiro não fugia com o rabo à
seringa”.
O imperador Diocleciano
movia uma guerra de morte ao cristianismo. Daciano, governador das províncias
de Saragoça e Valência, era de facto o homem indicado para a missão
sanguinária, na Península. Era obcecado pelas grandezas que aspirava no Império
Romano. Uma das suas missões era perseguir os cristãos, de acordo com os
desejos de Roma.
Consta que Daciano, com
boas palavras, persuadira o diácono Vicente a renegar a fé cristã e a prestar
culto aos deuses do Império.
O Vicente, com aquele ânimo
forte que sempre o dominava e com toda a convicção, afirmava:
“É
crime renegar o culto ao único Deus Verdadeiro. Todos os teus esforços serão em
vão, pois confessamos a nossa Fé no único Deus de que somos filhos e
servidores. Em seu nome depresso as tuas ameaças e todos os mártires que sofrem
por Ele até à morte, pois pela morte chegamos à vida imortal! ”
Foi no ano de 304 que o
Diácono Vicente foi receber de Deus o prémio da sua coragem, depois de haver
recebido na terra a extraordinária consolação de morrer com toda a honra e
glória.
Recordo um testemunho que
ainda hoje, não se perdeu da memória de muitos, sobre um acontecimento ocorrido
no longínquo dia 22 de Janeiro de 1918, em que a Igreja de São Vicente de Fora
se reabriu ao culto, no tempo do Presidente Sidónio Pais.
Nesse dia, Monsenhor
Francisco Esteves de Jesus, prior que suportou durante alguns anos o peso da
prisão e da demagogia estulta e insidiosa, alegrou-se e com ele, muitos
católicos da paróquia. Feliz e radiante distribuía pequenas folhas com as
estrofes do lindo 5º Hino do Peristephanon que canta São Vicente, que o exalta
e até lhe pede numa prece ardente, com toda a sua alma, para que o mártir
interceda junto do trono do Pai e de Jesus Cristo.
Prudêncio, seu autor,
era um dos melhores poetas do Séc. IV – um poeta de sangue e com imaginação
viva que só o seu espírito era capaz de dedilhar na sua lira poética:
Vincenti, adesto et percipe
Voces precantum supplices,
Nostri reatus efficax
Orator ad thronum Patris.
Per te, per
illum carcerem,
Honores augmentum
tui,
Per vincla,
flamas ungulas
Per carceralem
stipitem:
Per fragmen
illud testeum,
Quo parta crevit
gloria,
Per quem
treanentes posteri
Exosculantur
lectulum
Miserere
nostrarum precum,
Placatus ut Christus suis
Inclinet aurem prosperam
Noxas nec omnes
imputet.
Si ritem
solemnem diem
Veneramur ore,
et pectore
Si sub tuarum
gaudio
Vestigiorum
sternunur;
Paulisper huc tu
illabere
Christi favorem
deferens,
Sensus gravati
ut sentiant
Levamen indulgientir.
De facto, mais
uma vez São Vicente triunfara naquela paróquia. Nos inícios dos anos sessenta,
o Padre Correia da Cunha verteu em versos as primeiras estrofes do mesmo Quinto
Hino, numa excelente tradução que passo a transcrever:
Vicente, Mártir
Santo
Este dia é
radioso.
Pois nele
ganhaste a palma
De um martírio
glorioso
Porque em tal
dia venceste
O carrasco e o
tirano,
Cristo te leva
aos Céus,
Vitorioso e
ufano
Hoje ao lado dos
anjos
Tua veste
resplandece,
Foi lavada no
teu sangue,
Por isso bela
aparece.
Levita da tribo
sacra.
Ministro do
Santo Altar.
És coluna da
Igreja
Que ajudaste a
triunfar.
Em vida
triunfador,
Na morte
vitorioso,
Não te deixaste
dobrar
Pelo tirano
orgulhoso
Ó Mártir, por
tuas dores,
Escuta os
devotos teus:
- Sê para nós
pecadores
Advogado junto
de Deus
Depois desta amostra de
um tão lindo poema, recordo que o Padre Correia da Cunha, desde sempre, na
majestosa igreja de São Vicente de Fora, consagrava uma profunda devoção a este
diácono mártir. Festejava com um grande cerimonial litúrgico a São Vicente
Mártir, dia 22 de Janeiro, que contava com uma enorme participação de
paroquianos.
Nesse dia utilizava
ricos paramentos vermelhos com
bordados a prata e ouro. O altar-mor e o transepto enchiam-se sempre de ornamentos com ricos arbustos e verduras.
bordados a prata e ouro. O altar-mor e o transepto enchiam-se sempre de ornamentos com ricos arbustos e verduras.
IMAGEM S.VICENTE - ALTAR MOR |
A imagem do Santo,
situada no baldaquino, do lado da epístola era ostentosamente embelezada com
enormes ramos de cravos vermelhos muito vivos, que por certo o perfume das
flores e a espiritualidade da celebração eram acolhidos no céu pelo Santo, como
uma grande afirmação de Fé do Padre Correia da Cunha e da sua pobre comunidade.
Seja-me lícito recordar,
em breves linhas, que quando era menino e caminhava pelos claustros do Mosteiro
de São Vicente de Fora, lembro-me perfeitamente que o Padre Correia da Cunha
possuía dois lindos corvos, baptizados com o nome de Vicente e Valério. Estes
dois corvos andavam soltos e à vontade naqueles grandiosos espaços e eram
sustentados e admirados pelo pobre prior.
Eram símbolos da memória
da tradição. Conta-se que dois
corvos acompanharam as relíquias do Santo, um à popa e
outro à proa do navio que transportava as santas relíquias
do Cabo de São Vicente no Algarve até Lisboa; relíquias,
essas que ainda hoje continuam a ser veneradas pelo povo
na Catedral de Lisboa.
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corvos acompanharam as relíquias do Santo, um à popa e
outro à proa do navio que transportava as santas relíquias
do Cabo de São Vicente no Algarve até Lisboa; relíquias,
essas que ainda hoje continuam a ser veneradas pelo povo
na Catedral de Lisboa.
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La Asociación VIA VICENTIUS VALENTIAE , que presido , está recuperando un camino histórico desde Roda de Isábena hasta Valencia que rememora los pasos de San Vicente Mártir , cuando en el siglo IV fue apresado en Caesar Augusta junto al Obispo Valero por los soldados romanos enviados por el Cónsul Daciano y trasladado a Valencia para sufrir martirio ante la negativa a renunciar a su fe. Así la difusión del conocimiento de este hecho provocó en los siglos siguientes una corriente de peregrinaciones desde toda Europa hasta Valencia para visitar los restos del mártir , convirtiéndose este fenómeno en algo muy anterior a las peregrinaciones medievales a Santiago de Compostela.
ResponderEliminarTodos los detalles del Camino de San Vicente Mártir, que discurre desde Roda de Isábena, hasta Traiguera, atravesando de Norte a Sur Aragón , y atravesando la provincia de Castellón y Valencia para enlazar con la antigua VIA AUGUSTA hasta llegar a Valencia en un camino de unos 750 km , y multitud de aspectos históricos y leyendas del santo pueden consultarse en las webs que la asociación ha creado en Internet: http://www.caminodesanvicentemartir.es y http://viavicentius.blogspot.com. En ellas, junto a la información práctica como mapas y perfiles de la ruta, el peregrino puede acceder a consejos para caminantes, un foro especializado y abundantes datos sobre la biografía de San Vicente Mártir y el arte o la arquitectura dedicados al Santo, además de consultar la Carta Vicentina y el Libro de Peregrinos, e incluso obtener la Credencial Vicentina. Asimismo realizamos reportajes ,conferencias, videos y artículos que pretenden difundir las excelencias de este camino . Se insiste particularmente en la idea de que este es un gran proyecto de recuperación histórica que queda al servicio de la sociedad con aspectos tan maravillosos como son las peregrinaciones ,el senderismo , el cicloturismo y la recuperación del tránsito por pueblos olvidados y de la misma Via Augusta como parte de su trayecto. Quedo a vuestra más absoluta disposición para aportar nuestro granito de arena en el conocimiento de nuestra historia . Un saludo afectuoso.
Salvador Raga Navarro
PRESIDENTE
Asociación VIA VICENTIUS VALENTIAE – VIA ROMANA