«VERDADEIRAMENTE ETERNO E
IMORTAL!»
Passa hoje o dia de Nuno Alvares,
o Santo Condestável. Livrou a Pátria da morte, num momento em que ela parecia
desagregar-se. Elevou o valor e o destemor à suprema expressão religiosa.
O guerreiro de Aljubarrota
demandou o claustro para nele sublimar a sua existência, purificando-se das
fraquezas da humanidade. Figura nacional sem competidor, ele encarna Portugal
na defesa da sua fé e sua capacidade de sacrifício.
Há quem o esqueça? Não sabemos,
pois cremos que o facto de alguém ser português envolve imediatamente uma
adesão ao culto do Condestável.
Hoje transcrevo um soneto da
autoria do Padre Correia da Cunha de evocação a esta heróica figura de virtudes
cristãs.
A FALA DO CONDESTÁVEL
VALVERDE… QUANDO A HOSTE
PORTUGUESA
SE PERDE NUMA IMENSA CONFUSÃO
RECOLHE-SE DOM NUNO EM ORAÇÃO
DEIXANDO TUDO AINDA EM LUTA ACESA
AO VÊ-LO UM SOLDADO COM SURPRESA
CHAMA: - SENHOR, NÃO SE VOS DÁ
ENTÃO
QUE PORTUGAL SE PERCA,…NÃO? –
IRMÃO
OLHA…O MELHOR MONTANTE É NOSSA
REZA,
ERGUENDO-SE LHE VOLVE O BOM DO
SANTO
E CONTINUA: AGORA, SIM LUTAR
ATÉ MORRER, SE FOR PRECISO TANTO,
SÓ ASSIM PORTUGAL SE HÁ DE
SALVAR…
AH!...NOSSA PÁTRIA NÃO SE PERDE
ENQUANTO
UM LUSO CORAÇÃO SOUBER REZAR!
(Correia da Cunha - 6 de Novembro
1937)
Realizada a sua missão de
guerreiro, vendo a Pátria livre e independente e tendo mesmo acompanhado o rei
e os infantes a Ceuta, para lançar a primeira pedra do Império, ainda não
estava satisfeito.
Não encontrou a paz e a felicidade nas glórias militares – mas sim no desprender-se dos bens da terra, depondo a sua espada num altar e recolhendo-se num convento, distribuiu aos pobres o que era o seu.
Não encontrou a paz e a felicidade nas glórias militares – mas sim no desprender-se dos bens da terra, depondo a sua espada num altar e recolhendo-se num convento, distribuiu aos pobres o que era o seu.
Passados tantos séculos sobre a sua morte, a
figura do Condestável, transfigurada pelo heroísmo e pela santidade,
projecta-se ainda sobre nós, dando às nossas almas o verdadeiro sentido da
vida. Santo Nuno de Santa Maria amou Deus a Pátria e a perfeição. Nisto se resume o ideal da
sua vida.
Igreja de Santo Condestável - Lisboa Lisboa: D. Manuel Clemente assinala Santo Condestável defendeu «os seus sem ofender os outros» . |
Hoje, numa tarde cheia de sol, no alto do Restelo o Presidente da Republica Prof. Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou uma estátua a D. Nuno Alvares Pereira, o Condestável, da autoria do escultor Augusto Cid.
Esta bela obra de arte ali ficará
para nos lembrar a todos, a vontade de um homem que pela sua energia indómita,
a serenidade do seu sacrifício, a altivez da renúncia e o vigor da sua fé foi e
será sempre um exemplo dos verdadeiros valores pátrios. Vemo-lo ali,
apresentado com um guerreiro e como um santo.
Foi forçado a escolher entre o
comodismo das honras militares da aristocracia possuidor de uma vasta fortuna e
o abraçar a espiritualidade apostólica onde poderia alcançar novos horizontes
na busca da simplicidade da fraternidade do género humano.
O seu génio militar sempre esteve associado às
suas virtudes de santidade.A sua vida constitui ainda hoje
um belo e constante exemplo de amor a Deus e à Pátria.
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