sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA, O MARINHEIRO

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 BOM MARINHEIRO E POETA, DEUS O QUER SEMPRE A CANTAR !




Pelo Despacho Ministerial de 23 de Janeiro de 1943, Padre JOSÉ CORREIA DA CUNHA foi admitido ao serviço da Armada Portuguesa, como Sacerdote da Religião Católica em Ordem da Armada nº2 de 1943.

Em 12 Outubro 1961 ficou incardinado ao Patriarcado de Lisboa por ter terminado o Serviço na Armada onde prestou serviços nas seguintes unidades:


- Aviso Gonçalves Zarco

- Aviso Bartolomeu Dias
- N.E. Sagres I
- Aviso Afonso de Albuquerque
- Corpo de Marinheiros
- Base Naval do Alfeite
- Escola Naval
- Hospital da Marinha
- Escola de Alunos Marinheiros
- Escola de Mecânicos



Como militar, o capelão Padre Correia da Cunha deixou um rasto de prestígio e de saudade.

Tanto no múnus sacerdotal como em todas as outras actividades que exerceu. O Padre Correia da Cunha deixou bem marcado o seu distinto cunho pessoal, a par de um notabilíssimo desempenho.
Como mestre, era indiscutivelmente o mais sabedor e competente pelos seus dotes intelectuais e de oratória. A sua simples presença impunha um silêncio; com muita atenção absorvíamos os seus sábios conselhos que ainda hoje recordamos com profunda saudade e admiração.

Era possuidor de uma veia poética pouco conhecida. Desse seu dote passo os seguintes versos:.



Meu Portugal Marinheiro


















Meu Portugal marinheiro,

Noivo das ondas do mar.
Tu és no Mundo o primeiro,
Segue o teu rumo a cantar!

Na linda nau catrineta

Portugal se fez ao mar.
Bom marinheiro e poeta,
Deus o quer sempre a cantar!

O seu heróico passado,

É bem digno de memória…
E será por nós honrado,
Com novos feitos de glória.



O Padre Correia da Cunha merece ser conhecido e recordado. Foi brilhante o seu percurso pessoal. Sem a sua acção muitos de nós estaríamos muito mais pobres… .

Humilde, compassivo e dedicado com seus discípulos, sacrificava o seu tempo sempre na busca de contribuir na sólida formação de homens de bem e futuros obreiros de um mundo onde a amizade e fraternidade fossem perfeitos protótipos de um humanismo cristão.

O estilo de convicção que imprimia na sua linguagem muito simples, a clareza dos pensamentos e os seus profundos conhecimentos de todas as matérias tornava-o com qualidades invulgares. Era comum recorrer a parábolas para expor os seus pensamentos.

Era uma figura cativante de uma voz serena e agradabilíssimos atributos para um bom padre e amigo que desempenhava com muita abnegação o seu ministério evangélico.

O Padre Correia da Cunha era um homem simples e humilde, sem que deixasse de ter a admiração e a simpatia dos que ocupavam altos cargos na sociedade.

UM HISTÓRIA


No início dos anos 70,  O Padre  Correia da Cunha e eu descíamos o Campo de Santa Clara quando nos cruzamos com uma distinta personalidade, que afectuosamente o abraçou manifestando-lhe muito carinho e uma profunda amizade.


- Como vai, o meu querido Padre Correia da  Cunha ?


O Padre Correia da Cunha  lá começou a falar das suas maleitas … a que o seu amigo lhe respondeu:


- Padre Correia da Cunha as portas do Hospital da Marinha estão radicalmente abertas , para o Sr. Capelão cuidar da sua saúde…


- Mas V.EXª Senhor  Almirante…, já não faço parte dessa família.


- Meu bom amigo, por tudo o que o Senhor deu à Armada Portuguesa e à formação dos nossos marujos, esta instituição não pode ser ingrata para consigo…


Eu que assisti a este encontro senti naquele momento como nos marinheiros portugueses há um grande Coração.


Após uma semana o Padre Correia da Cunha era internado num quarto de oficial no Hospital da Marinha.


Ao visitá-lo ali, lembro-me do porteiro ter partilhado comigo o seguinte:


- Nunca tive neste Hospital um doente que me desse tanto trabalho. Isto parece uma peregrinação de militares e civis.


É a estes peregrinos, espalhados por este imenso Portugal que lanço o desafio

de contribuírem com os seus testemunhos e documentação sobre o Padre Capelão Correia da Cunha, para que não desapareçam recordações saudosas de um bom e sincero amigo.

Nota: Foto e dados biográficos, cedidos gentilmente pela prestigiosa Revista da Armada. Endereçamos os nossos agradecimentos. Bem hajam


























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