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PARAÍSO À BEIRA MAR PLANTADO
Quando ficava em Lisboa, em São Vicente de Fora, era inevitável dar um passeio pela Serra da Arrábida, onde o acompanhei várias vezes com o Vítor Soares e o Vítor Anjos.
Aquela Serra proporcionava uma experiência inesquecível – paisagens de cortar a respiração e um contacto íntimo com a natureza. Sentia-se em toda a parte uma religiosidade que nos oferecia elevação e contemplação.
Sabe-se lá se o alor místico lhe vem da origem ou se lho deixaram os irmãos franciscanos do seu Convento, que habitualmente visitávamos e onde tínhamos um fraterno e comovido acolhimento pelos grandes amigos de Padre Correia da Cunha.
No Convento, onde o espírito da Serra converge, pode experienciar-se como afinal é fácil estar sós com DEUS.
O convento foi fundado, em 1542, por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano castelhano a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras da encosta da serra. Anterior à construção, onde é hoje o Convento Velho, existia a Ermida da Memória.
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PARAÍSO À BEIRA MAR PLANTADO
Todas as segundas-feiras, a Igreja Paroquial de São Vicente de Fora encerrava para descanso. Normalmente, o Padre Correia da Cunha aproveitava para uma deslocação ao Alentejo profundo, para descansar e retemperar forças…
Quando ficava em Lisboa, em São Vicente de Fora, era inevitável dar um passeio pela Serra da Arrábida, onde o acompanhei várias vezes com o Vítor Soares e o Vítor Anjos.
Aquela Serra proporcionava uma experiência inesquecível – paisagens de cortar a respiração e um contacto íntimo com a natureza. Sentia-se em toda a parte uma religiosidade que nos oferecia elevação e contemplação.
Sabe-se lá se o alor místico lhe vem da origem ou se lho deixaram os irmãos franciscanos do seu Convento, que habitualmente visitávamos e onde tínhamos um fraterno e comovido acolhimento pelos grandes amigos de Padre Correia da Cunha.
No Convento, onde o espírito da Serra converge, pode experienciar-se como afinal é fácil estar sós com DEUS.
O convento foi fundado, em 1542, por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano castelhano a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras da encosta da serra. Anterior à construção, onde é hoje o Convento Velho, existia a Ermida da Memória.
A Serra da Arrábida tem na sua costa algumas das melhores praias da região tais como o Portinho da Arrábida, onde o Padre Correia da Cunha visitava um seu velho amigo oficial da marinha, dono de uma casa sobre a praia . Na sua casa podíamos desfrutar das maravilhas do sol e de um mar apaixonadamente azul.
A serra da Arrábida era um dos sítios de eleição de Padre Correia da Cunha. Essa serra tinha sempre a capacidade de o surpreender, assim com a nós pelas suas belezas: o céu, a serra, o mar pareciam um prolongamento que nos ligava ao ‘’paraíso’’.
O outro lado da Serra, o caminho mais alto, oferecia-nos umas vistas deslumbrantes. De um lado alonga-se a terra, prolongam-se os vales e, ao longe, os castelos de Setúbal e Palmela. Do outro, as ravinas, um mar imenso, Tróia, a costa alentejana que, em dias limpos, não conseguimos avistar o seu final. Era sobretudo na Primavera e Verão que o Pe. Cunha nos levava a este ponto de passagem para todos os amantes da natureza ou, unicamente, para aqueles que ainda conseguem surpreender-se e amar tudo aquilo que nos rodeia, pela sua beleza, pela sua singeleza e simplicidade, pelo facto de se oferecer sem pedir nada em troca.
O Padre Correia da Cunha sempre apelava ao respeito pela preservação da mãe natureza, lembrando o seu grande mestre Monsenhor Pereira dos Reis. Este transmitia aos seus alunos que a obra de Deus tem de ser preservada porque depois de destruída não haverá homens que a consigam restituir ao original.
Por isso, todos os objectos de que nos servimos devem ser utilizados com todo o respeito. Fomos colocados neste mundo para cooperar com Deus na sua obra e não para que com o nosso pretensiosismo e egoísmo destruíssemos aquilo que amorosamente ELE coloca ao nosso dispor.
O Padre Correia da Cunha, neste contacto com a natureza na Serra da Arrábida, era atraído para voltar sempre uma vez mais…
No final do dia, terminava-se num restaurante de Setúbal com um magnífico jantar para provarmos uma das excelentes selecções de peixes, não esquecendo o Moscatel de Setúbal, os queijos e a doçaria regional de Azeitão...tudo cinco estrelas! E como seria de esperar, a escolha de um bom vinho Periquita de José Maria da Fonseca era essencial. O Padre Cunha dava sempre preferência aos vinhos desta região. Era uma paixão verdadeiramente gustatória.
Estes passeios com o Padre Correia da Cunha faziam-nos sentir uns príncipes e ele aproveitava sempre para fazer a sua catequese. Muito aprendemos nestes momentos deliciosos e comungámos da sua infindável mestria. Era um verdadeiro sábio!
Ainda hoje recordo com muita nostalgia estes belos momentos e o quanto aprendi a crescer com este GRANDE HOMEM. Era um bom amigo e mostrava bem que sabia o que era ser pai!
Existem cantinhos encantados pelos quais nos apaixonamos. A Serra da Arrábida é, sem dúvida, um deles! Devo esta paixão a Padre CORREIA DA CUNHA.
Arrábida é um milagre português. Até custa a acreditar que um património natural mantém a sua essência apesar de estar às portas de Lisboa.
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O outro lado da Serra, o caminho mais alto, oferecia-nos umas vistas deslumbrantes. De um lado alonga-se a terra, prolongam-se os vales e, ao longe, os castelos de Setúbal e Palmela. Do outro, as ravinas, um mar imenso, Tróia, a costa alentejana que, em dias limpos, não conseguimos avistar o seu final. Era sobretudo na Primavera e Verão que o Pe. Cunha nos levava a este ponto de passagem para todos os amantes da natureza ou, unicamente, para aqueles que ainda conseguem surpreender-se e amar tudo aquilo que nos rodeia, pela sua beleza, pela sua singeleza e simplicidade, pelo facto de se oferecer sem pedir nada em troca.
O Padre Correia da Cunha sempre apelava ao respeito pela preservação da mãe natureza, lembrando o seu grande mestre Monsenhor Pereira dos Reis. Este transmitia aos seus alunos que a obra de Deus tem de ser preservada porque depois de destruída não haverá homens que a consigam restituir ao original.
Por isso, todos os objectos de que nos servimos devem ser utilizados com todo o respeito. Fomos colocados neste mundo para cooperar com Deus na sua obra e não para que com o nosso pretensiosismo e egoísmo destruíssemos aquilo que amorosamente ELE coloca ao nosso dispor.
O Padre Correia da Cunha, neste contacto com a natureza na Serra da Arrábida, era atraído para voltar sempre uma vez mais…
No final do dia, terminava-se num restaurante de Setúbal com um magnífico jantar para provarmos uma das excelentes selecções de peixes, não esquecendo o Moscatel de Setúbal, os queijos e a doçaria regional de Azeitão...tudo cinco estrelas! E como seria de esperar, a escolha de um bom vinho Periquita de José Maria da Fonseca era essencial. O Padre Cunha dava sempre preferência aos vinhos desta região. Era uma paixão verdadeiramente gustatória.
Estes passeios com o Padre Correia da Cunha faziam-nos sentir uns príncipes e ele aproveitava sempre para fazer a sua catequese. Muito aprendemos nestes momentos deliciosos e comungámos da sua infindável mestria. Era um verdadeiro sábio!
Ainda hoje recordo com muita nostalgia estes belos momentos e o quanto aprendi a crescer com este GRANDE HOMEM. Era um bom amigo e mostrava bem que sabia o que era ser pai!
Existem cantinhos encantados pelos quais nos apaixonamos. A Serra da Arrábida é, sem dúvida, um deles! Devo esta paixão a Padre CORREIA DA CUNHA.
Arrábida é um milagre português. Até custa a acreditar que um património natural mantém a sua essência apesar de estar às portas de Lisboa.
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