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Não cometo injustiça alguma se afirmar que Padre Correia da Cunha foi indiscutivelmente um grande amigo das gentes da Beira-Serra. A sua abundância intelectual era tão grande, que transbordava na influência que exercia positivamente sobre essa tão boa gente.
Muitas vezes lhe presenciei a dar fortes abraços a esses seus paroquianos e onde se saltava naturalmente uma frase que jamais esquecerei: “Como vai a nossa encosta da Serra?” - tratamento em que cerimoniosamente manifestava a sua forte paixão por aquelas terras…sendo ele, como sabemos, um alfacinha de gema, creio que foi adoptado pela Beira-Serra.
Seguidamente transcrevo essa homenagem sincera desse povo singelo e despretensioso que certamente Padre Correia da Cunha levou consigo com muitas saudades!
- Paróquia da Beira-Serra.
O Professor indignado terá questionado o padre, pois não conhecia a Beira Serra em Lisboa. O padre em tom esclarecedor terá informado o ilustre académico que a Paróquia da Beira Serra era na encosta da Serra de S. Vicente .”
Há homens, cuja existência, por razões difíceis de explicar, são um marco capaz de fazer o seu nome ser lembrado muito para lá do tempo da sua vida. O Padre Correia da Cunha, é sem dúvida uma dessas almas. O carinho com que cultivava amizades entre as gentes da Beira Serra, merece, de nós Serranos, o respeito que apenas os homens grandes são merecedores.
Segundo João Costa Dias, “ o Padre Correia da Cunha foi um pároco zeloso, e no desempenho desse cargo deixou uma obra tão sólida que ainda hoje perdura. Certamente, em muitos dos seus paroquianos que eram oriundos dessa região (Pampilhosa da Serra). Foi constante no afecto que consagrava aos muitos Pampilhosenses que residiam na sua paróquia de São Vicente de Fora. Particular atenção lhe mereceu a formação dos seus filhos que hoje se encontram dispersos por este país.”
As suas prioridades na cidade assentavam no duro trabalho, sem nunca perderem a semente cristã que um dia havia sido plantada nos seus corações.
Como referia o padre Correia da Cunha a sua vivência cristã na cidade era como os motores dos automóveis a três tempos: Baptismo, casamentos, e funerais.
Em colaboração com os párocos das paróquias vizinhas, o Pe. Correia da Cunha, procurava reunir num Encontro de Amizade e Regionalismo, toda esta gente, aproveitando esse momento para evangelizar e mostrar que a comunidade paroquial muito contribuía para o desenvolvimento humano e cristão dos seus filhos. A educação dos filhos era da responsabilidade dos pais, mas a catequese podia cooperar para a uma formação mais plena.
Estes encontros fraternais eram iniciados com uma Eucaristia, lembrando todos aqueles que já partiram e aproveitando igualmente para orar por todos os presentes que fazem parte desta Igreja peregrina e pecadora.
Após a Eucaristia decorria um jantar partilhado nos claustros do convento de São Vicente de Fora.
Estes encontros da Beira Serra tinham sempre um elevado número de participantes, contando sempre com pessoas ligadas ao movimento associativo, incluindo muitos padres dessa região.
As questões regionalistas agradavam-no em pleno e confessava que sentiu a necessidade de partir na companhia do seu amigo Padre José Vicente em busca dessas terras, visitando aldeia por aldeia desses concelhos da Beira Serra que muito o engrandeceram.
Depois dessa encantadora viagem, os diálogos abriam espaços, e tornavam mais fácil a relação com todos estes honrados paroquianos, trabalhadores, inteligentes e seus bons amigos.
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O blogue Serrasonline publicou um post dedicado ao prior da Beira Serra. Considero ser a melhor homenagem que os Pampilhosenses poderiam fazer a esta grande figura regionalista, que foi o Padre José Correia da Cunha.
Não cometo injustiça alguma se afirmar que Padre Correia da Cunha foi indiscutivelmente um grande amigo das gentes da Beira-Serra. A sua abundância intelectual era tão grande, que transbordava na influência que exercia positivamente sobre essa tão boa gente.
Muitas vezes lhe presenciei a dar fortes abraços a esses seus paroquianos e onde se saltava naturalmente uma frase que jamais esquecerei: “Como vai a nossa encosta da Serra?” - tratamento em que cerimoniosamente manifestava a sua forte paixão por aquelas terras…sendo ele, como sabemos, um alfacinha de gema, creio que foi adoptado pela Beira-Serra.
Seguidamente transcrevo essa homenagem sincera desse povo singelo e despretensioso que certamente Padre Correia da Cunha levou consigo com muitas saudades!
“Um belo dia um professor, muito conhecido num seminário temático, perguntava ao Padre Correia da Cunha, qual a sua paróquia, ao que este respondeu:
- Paróquia da Beira-Serra.
O Professor indignado terá questionado o padre, pois não conhecia a Beira Serra em Lisboa. O padre em tom esclarecedor terá informado o ilustre académico que a Paróquia da Beira Serra era na encosta da Serra de S. Vicente .”
Há homens, cuja existência, por razões difíceis de explicar, são um marco capaz de fazer o seu nome ser lembrado muito para lá do tempo da sua vida. O Padre Correia da Cunha, é sem dúvida uma dessas almas. O carinho com que cultivava amizades entre as gentes da Beira Serra, merece, de nós Serranos, o respeito que apenas os homens grandes são merecedores.
Segundo João Costa Dias, “ o Padre Correia da Cunha foi um pároco zeloso, e no desempenho desse cargo deixou uma obra tão sólida que ainda hoje perdura. Certamente, em muitos dos seus paroquianos que eram oriundos dessa região (Pampilhosa da Serra). Foi constante no afecto que consagrava aos muitos Pampilhosenses que residiam na sua paróquia de São Vicente de Fora. Particular atenção lhe mereceu a formação dos seus filhos que hoje se encontram dispersos por este país.”
Já Rogério Martins Simões, o poeta “Romasi”, lembra o Padre Correia da Cunha de forma como só mesmo o poeta sente. “Tempos inesquecíveis que a memória não esquece! E tudo terminavam alta madrugada em casa do Padre Correia da Cunha, bebendo uns “cervejinhas” e petiscando o que tinha, enquanto ficava no ar o belo canto perfumado da Amália, ou de uma boa música clássica aqui e além explicada pelo querido e saudoso Padre Correia da Cunha: Agora os fagotes! Agora respondem os violinos, as tubas, os tambores ou os violoncelos.”
Mas quem foi o padre Correia da Cunha? Os dados deste artigo, provenientes do Blogue http://padrecorreiadacunha.blogspot.com, foram gentilmente cedidos por João Paulo Dias, mentor deste inspirado sítio dedicado ao padre.
Em meados do Século XX, Portugal era um país essencialmente rural e relativamente pobre.
Agudizavam-se as tensões entre a sociedade urbana, em vias de industrialização e o mundo rural tradicional e arcaico. Perante este cenário iniciava-se um surto migratório crescente que se dirigia para ‘’a encosta de’’ São Vicente de Fora e Alfama, oriunda da Beira Serra (Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Lousã, Arganil, Tábua…).
Em São Vicente de Fora eram bem acolhidos e tinham a possibilidade de ganhar dinheiro, arranjar um bom futuro para os seus filhos, sem terem de deixar este seu querido e amado Portugal.
Grande parte desta mão-de-obra era colocada na indústria hoteleira, panificação, estiva, tráfego e carregadores do Porto de Lisboa. Para que a saudade não matasse e não esquecessem a sua amada “santa terrinha”, toda esta gente voltava regularmente, todos os anos, às suas origens para celebrarem as festas e romarias tradicionais.
O padre Correia da Cunha, reconhecia que estas pessoas traziam consigo uma identidade religiosa tradicional mas ao mesmo tempo um grande património cultural.
Agudizavam-se as tensões entre a sociedade urbana, em vias de industrialização e o mundo rural tradicional e arcaico. Perante este cenário iniciava-se um surto migratório crescente que se dirigia para ‘’a encosta de’’ São Vicente de Fora e Alfama, oriunda da Beira Serra (Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Lousã, Arganil, Tábua…).
Em São Vicente de Fora eram bem acolhidos e tinham a possibilidade de ganhar dinheiro, arranjar um bom futuro para os seus filhos, sem terem de deixar este seu querido e amado Portugal.
Grande parte desta mão-de-obra era colocada na indústria hoteleira, panificação, estiva, tráfego e carregadores do Porto de Lisboa. Para que a saudade não matasse e não esquecessem a sua amada “santa terrinha”, toda esta gente voltava regularmente, todos os anos, às suas origens para celebrarem as festas e romarias tradicionais.
O padre Correia da Cunha, reconhecia que estas pessoas traziam consigo uma identidade religiosa tradicional mas ao mesmo tempo um grande património cultural.
As suas prioridades na cidade assentavam no duro trabalho, sem nunca perderem a semente cristã que um dia havia sido plantada nos seus corações.
Como referia o padre Correia da Cunha a sua vivência cristã na cidade era como os motores dos automóveis a três tempos: Baptismo, casamentos, e funerais.
Em colaboração com os párocos das paróquias vizinhas, o Pe. Correia da Cunha, procurava reunir num Encontro de Amizade e Regionalismo, toda esta gente, aproveitando esse momento para evangelizar e mostrar que a comunidade paroquial muito contribuía para o desenvolvimento humano e cristão dos seus filhos. A educação dos filhos era da responsabilidade dos pais, mas a catequese podia cooperar para a uma formação mais plena.
Estes encontros fraternais eram iniciados com uma Eucaristia, lembrando todos aqueles que já partiram e aproveitando igualmente para orar por todos os presentes que fazem parte desta Igreja peregrina e pecadora.
Após a Eucaristia decorria um jantar partilhado nos claustros do convento de São Vicente de Fora.
Estes encontros da Beira Serra tinham sempre um elevado número de participantes, contando sempre com pessoas ligadas ao movimento associativo, incluindo muitos padres dessa região.
As questões regionalistas agradavam-no em pleno e confessava que sentiu a necessidade de partir na companhia do seu amigo Padre José Vicente em busca dessas terras, visitando aldeia por aldeia desses concelhos da Beira Serra que muito o engrandeceram.
Depois dessa encantadora viagem, os diálogos abriam espaços, e tornavam mais fácil a relação com todos estes honrados paroquianos, trabalhadores, inteligentes e seus bons amigos.
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Bravo! Recordo que nesse tempo ficava mal quem falasse na Pampilhosa da Serra. Eram "bimbos" segundo os detractores. Porém, muitos contribuíram para o negar como o foi o nosso saudoso Padre Cunha. O povo descendente da Pampilhosa da Serra, tal como já escrevi em poema, foi ficando por perto da linha, da linha dos Caminhos de Ferro, e assim pensava estar mais próximo das suas terras. Foi assim com a minha família, foi assim com outras que conheci. Muitos tornaram-se colaboradores directos da Paróquia, alguns dos quais só mais tarde tomei conhecimento que eram das aldeias serranas e até meus parentes.
ResponderEliminarPovo lutador é o povo da Pampilhosa da Serra e o Padre Cunha entendeu bem isso.
Um Abraço a todos e um orgulho enorme de ser um dos descendentes da Póvoa - Pampilhosa da Serra. OU como costumo dizer: nasci em Lisboa por acaso.
MINHA CASA É A BEIRA SERRA.
Rogério Martins Simões
Boa noite.
ResponderEliminarDando uma passeada nos seus escritos.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja um bom feriadn para você.
Fique na Paz.
saudações Florestais !