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Atrevo-me a escrever que estes dois homens terão partilhado sonhos e desígnios cheios de energia, que só as suas grandes almas poderão ter guardado…
Ambos foram capelães da Armada, fundadores da Associação de Marinheiros Católicos e párocos no Patriarcado de Lisboa: Pe. Correia da Cunha, em São Vicente de Fora (1961-1977), e João Perestrelo, pároco até 1958 na Cova da Piedade, mais tarde da Sé de Lisboa e terminando na Paróquia de Loures.
João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.) era um homem preocupado com os problemas sociais. Por ter facultado aos revoltosos as instalações da AMC-Associação Marinheiros Católicos, na Sé Patriarcal, onde era pároco em 1959, foi exilado no Brasil, onde permaneceu até 1967, ano em que regressou a Portugal, aquando da primavera marcelista, e foi nomeado pároco de Loures. A insurreição da Sé manifestava, já à época, a necessidade de mudança do regime político em Portugal.
Mas o que os unia era o calor de uma forte e sólida amizade que permanentemente reavivavam em fraterno encontros, criando assim novas memórias, novos sorrisos, novos momentos de boa disposição e novas lembranças…
Quando Padre Correia da Cunha se referia a este seu amigo, sentia-se que muitas cumplicidades os uniam e amarravam as suas almas com um calor que só os amigos do peito podem guardar cuidadosamente essas comoções.
A relação de amizade, entre Padre José Coreia da Cunha e João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.), era tão forte que permitia entre ambos a revelação de encapelados segredos, de receios profundos assim como de pensamentos íntimos e reservados. Ambos se conheciam profundamente e apoiavam-se nas missões de guias espirituais e conselheiros bem como nas grandes decisões que tiveram que tomar ao longo das suas vidas veneráveis.
Como referi no post “Padre Correia da Cunha, o renovador”, Pe. Correia da Cunha era muito autónomo no seu múnus sacerdotal, poucos amigos clérigos lhe conheci ao longo da sua vida sacerdotal: bastava-lhe os seus paroquianos e os seus “marujos”, que o acompanharam nas longas missões e viagens por esses imensos oceanos ao serviço da Armada.
Se tivesse de eleger o seu “maior amigo”, dos muitos milhares que conservou ao longo da sua vida terrena, era sem dúvida: João Perestrelo de Vasconcelos (Pe).
O Mestre Divino saberá dar-lhes no Céu a merecida recompensa pelo serviço dedicado à Igreja e à Armada de Portugal.
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‘’O CORAÇÃO GUARDA SILENCIOSAMENTE OS SENTIMENTOS…’’
Os encontros entre estes dois bons amigos começavam com um forte e fraterno abraço: bem demorado, com forte aperto, braços entrelaçados. Abraços que hoje, através destas fotos, nos trazem à memória a profunda e grande amizade entre Padre José Correia da Cunha e João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.).
Atrevo-me a escrever que estes dois homens terão partilhado sonhos e desígnios cheios de energia, que só as suas grandes almas poderão ter guardado…
Ambos foram capelães da Armada, fundadores da Associação de Marinheiros Católicos e párocos no Patriarcado de Lisboa: Pe. Correia da Cunha, em São Vicente de Fora (1961-1977), e João Perestrelo, pároco até 1958 na Cova da Piedade, mais tarde da Sé de Lisboa e terminando na Paróquia de Loures.
João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.) era um homem preocupado com os problemas sociais. Por ter facultado aos revoltosos as instalações da AMC-Associação Marinheiros Católicos, na Sé Patriarcal, onde era pároco em 1959, foi exilado no Brasil, onde permaneceu até 1967, ano em que regressou a Portugal, aquando da primavera marcelista, e foi nomeado pároco de Loures. A insurreição da Sé manifestava, já à época, a necessidade de mudança do regime político em Portugal.
Tendo convivido com ambos sempre senti que neles coexistiam duas correntes de pensamento, Padre Correia da Cunha queria que o regime evoluísse e que o País mudasse para melhor… João Perestrelo (Pe.), mais audaz, considerava que a mudança deveria levar à democratização e liberalização das instituições.
Mas o que os unia era o calor de uma forte e sólida amizade que permanentemente reavivavam em fraterno encontros, criando assim novas memórias, novos sorrisos, novos momentos de boa disposição e novas lembranças…
Quando Padre Correia da Cunha se referia a este seu amigo, sentia-se que muitas cumplicidades os uniam e amarravam as suas almas com um calor que só os amigos do peito podem guardar cuidadosamente essas comoções.
A relação de amizade, entre Padre José Coreia da Cunha e João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.), era tão forte que permitia entre ambos a revelação de encapelados segredos, de receios profundos assim como de pensamentos íntimos e reservados. Ambos se conheciam profundamente e apoiavam-se nas missões de guias espirituais e conselheiros bem como nas grandes decisões que tiveram que tomar ao longo das suas vidas veneráveis.
Como referi no post “Padre Correia da Cunha, o renovador”, Pe. Correia da Cunha era muito autónomo no seu múnus sacerdotal, poucos amigos clérigos lhe conheci ao longo da sua vida sacerdotal: bastava-lhe os seus paroquianos e os seus “marujos”, que o acompanharam nas longas missões e viagens por esses imensos oceanos ao serviço da Armada.
Se tivesse de eleger o seu “maior amigo”, dos muitos milhares que conservou ao longo da sua vida terrena, era sem dúvida: João Perestrelo de Vasconcelos (Pe).
Foi uma manhã muito triste na Comunidade Paroquial de Loures, naquele ano de 1969, quando Padre João Perestrelo de Vasconcelos comunicou a sua decisão individual e amadurecida, ao longo de muito tempo, de deixar o sacerdócio. Não havia renúncia a Jesus Cristo, nem à Igreja que serviu com leal dedicação, mas sim a sua entrega ao amor de uma jovem, de sua eleição, para uma vida a dois.
João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.) pretendia contrair matrimónio para construir uma família cristã. Manifestava a sua disponibilidade para continuar a servir a Igreja dentro das suas possibilidades na luta por uma sociedade mais justa, fraterna e humana. Fundou a Santa Casa da Misericórdia de Loures.
Conservou a sua profunda e sincera amizade ao Padre Correia da Cunha até à partida deste para o Pai, na manhã de 2 de Abril de 1977, tendo-o acompanhado até à sua sepultura.
Já João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.), faleceu no dia 2 de Março de 2009,com 79 anos de idade.
Já João Perestrelo de Vasconcelos (Pe.), faleceu no dia 2 de Março de 2009,com 79 anos de idade.
O Mestre Divino saberá dar-lhes no Céu a merecida recompensa pelo serviço dedicado à Igreja e à Armada de Portugal.
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As suas vidas, o seu comportamento exemplar perante a ditadura, é bem o exemplo de como se pode optar por uma vida de sacerdócio e ao mesmo tempo lutar pelo liberdade.
ResponderEliminarRogério Martins Simões
Obrigado.Gostei de rever o Capelão Perestrêlo de Vasconcelos de quem guardo boa recordação.Quanto ao Capelão Correia da Cunha...não me lembro.E isto é raro em mim,tenho boa memoria do antigamente,será que é do mesmo tempo na Marinha?!É que depois da EN e viagem de G/M perdi contacto com Capelães.Um abraço.Ivens Brandão Luis Guilherme
ResponderEliminarNão sabia desta sentimental história, cheia de verdade e de pureza humana. Gostei. Abraço do RM.
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