sexta-feira, 22 de abril de 2011

PE . CORREIA DA CUNHA E O TEMPO PASCAL

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ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA! CRISTO NOSSO SENHOR RESSUSCITOU! A RESSUREICÃO NÃO É DE ONTEM MAS DE HOJE. O NOSSO REDENTOR RESUSCITOU TRIUNFANTE EM PAZ, LUZ, LIBERDADE, AMOR E FELICIDADE PARA TODOS AQUELES QUE O ACEITAM. PADRE CORREIA DA CUNHA







Escrevo em quinta-feira Santa: memórias de um tempo muito feliz passado na Igreja de S. Vicente de Fora.



Basta olhar para as fotos que tenho no álbum, de S. Vicente de Fora, para se perceber que a amizade era e é um bem ao alcance de todos – basta querer.



Memórias dos diversos anos quando, chegados à sexta-feira Santa, se desnudavam os altares, sob os nossos olhares, enquanto os Santos de cara e corpo tapado com pano roxo assistiam...



Recordo-me de uma cena interessante. Certa Sexta-feira Santa uma paroquiana activa, devota, queria lavar os santos com vinho branco. Estão mesmo a ver a cara do nosso Padre Correia da Cunha, que recusou a oferta. Que era tradição lá da terra dela… Que desperdício! Mas que risadas ganhámos naquele instante.



Hoje quando me lembro desse dia, passado recente mas não longínquo no tempo, vemos que muito mudou. Páscoa feliz! Que Páscoa? Aquela que nos abona uns quantos feriados? Ou aquela cuja razão se torna hoje quase imperceptível?







Num país laico como apregoam; quando em sem nome se retiram e proíbem os símbolos da nossa religião milenar, qual a razão para que, em nome do laico, não se acabem com os feriados religiosos? Contradições?!



Bom! Depois de amanhã pára a tristeza e lá vamos nós, antigos amigos e paroquianos, em pensamento recordar aqueles instantes, aqueles momentos, quando à porta de S. Vicente o Padre Correia da Cunha acendia o Lume Novo seguido de acto religioso solene a que o povo dava o nome da “Missa do Galo” (E o galo cantava três vezes enquanto Pedro renunciava a Jesus).


Tempos inesquecíveis que a memória não esquece! E tudo terminava alta madrugada em casa do Padre Correia da Cunha, bebendo umas cervejinhas e petiscando o que tinha, enquanto ficava no ar o belo canto perfumado da Amália, ou de uma boa música clássica aqui e além explicada pelo querido e saudoso Padre Correia da Cunha: Agora os fagotes! Agora respondem os violinos, as tubas, os tambores ou os violoncelos.



Depois percorríamos em grupo as ruas proibidas, mas não despidas de segurança, cantando com alegria: Aleluias.



Pelo meio-dia, do dia de Páscoa, voltámos a vestir as túnicas brancas, símbolo da nossa pureza, em comunhão com os paroquianos muitos dos quais já partiram na esperança da ressurreição.




Aleluia! Aleluia! Aleluia!



SANTA PÁSCOA PARA TODOS



TEXTO : Rogério Martins Simões








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