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A 23 de Janeiro de 1943, Padre Correia da Cunha foi admitido ao serviço da Armada como Capelão equiparado a segundo-tenente, onde colaborou até Outubro de 1961.
Capelão da Armada, nos inícios dos anos 40, fundou, em colaboração com o Capelão Perestrelo de Vasconcelos, a Associação dos Marinheiros Católicos Portugueses. Foi graças à sua perseverança que o Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira lhe disponibilizou um espaço anexo à Sé Catedral de Lisboa, para funcionar como sede da referida Associação. Pelos muitos testemunhos saudosos e comovidos de oficiais da Armada, esta Associação muito contribui para a formação humana e cristã de milhares de jovens marinheiros.
Para o Padre Correia da Cunha a sua missão, como capelão no Hospital da Marinha, era levar amor, conforto e esperança aos “marujos” pacientes, vivendo a fé cristã através do atendimento espiritual, emocional, social e educacional, sem distinção dos credos religiosos, das raças, dos comportamentos ou condições sociais. A sua preocupação fundamental era a busca contínua da excelência no ensinamento do ministério do consolo e da esperança.
Padre Correia da Cunha cumpria a sua missão apaixonadamente no serviço aos doentes, seus irmãos, com se fossem o próprio Cristo. Sempre buscava transmitir a todos um novo sentido para a dor e para a vida. Este era um talento que possuía, sem nunca descurar a boa convivência e solidariedade com todos os membros das forças vivas do Hospital.
Há ainda hoje quem recorde o Capelão Correia da Cunha, nesse imenso casarão e prestigiada instituição, com grande estima e admiração, turvando-se os olhos na apreciação da sua vida rectilínea de encantamento e de beleza e referindo-se que desde a primeira hora ali fora acolhido com imensa estima e carinho.
Antiga tradição, o dia 18 de Novembro era comemorado com solenidade como o Dia do Hospital da Marinha. Teria sido nesse longínquo dia do ano de 1806, que recebeu ali os seus primeiros doentes, vindos do Convento do Desterro, para as novas instalações no Campo de Santa Clara.
Não poderia encontrar-se melhor localização para o Hospital da Marinha, do que este edifício que fora convento de jesuítas. Era uma verdadeira varanda lançada ao rio Tejo.
Estas cerimónias tinham sempre uma larga participação de prestigiadas personalidades civis e militares.
Na acolhedora e bela Capela do Hospital, Padre Correia da Cunha sempre celebrava uma eucaristia por intenção dos já falecidos funcionários, que muito tinham contribuído para o engrandecimento desta conceituadíssima unidade hospitalar, assim como para o nome de Portugal e da Armada. Era sempre aproveitado este momento para proferir uma homilia de elevado sentido humano e moral.
Padre Correia da Cunha tinha uma intensa paixão pela Marinha que abnegadamente serviu durante dezoito anos. Era com vaidade e orgulho que referia ter feito parte de uma geração de eruditos oficiais de marinha que cultivavam o estabelecimento de laços de amizade e de salutar camaradagem, que se veriam a perpetuar pela vida fora.
Lamentava que não se tivesse escrito até à data a História da Marinha Portuguesa, pois a História de Portugal era a História de uma nação marítima, que em grande parte da sua existência viveu quase unicamente do mar e para o mar, pelo que a História da Marinha se confundiria certamente com a História dos Portugueses. Muito prazer lhe teria dado poder ter colaborado nessa imensa obra da Alma Portuguesa.
O seu profundo amor pelo mar e o seu espírito de missão pela defesa dos verdadeiros valores humanos e cristãos estavam seguramente nas inesquecíveis memórias da vida de “marujo”, que sempre o acompanharam ao longo da sua vida. Estes valores eram aliás bem traduzidos nas imensas visitas de muitos marinheiros, sargentos e oficiais da armada que rumavam à sua Paróquia de eleição para o saudarem e partilharem testemunhos de grande afecto.
Para Padre Correia da Cunha era fundamental que os seus irmãos, em Cristo, não entrassem nestes mistérios de fé como estranhos ou espectadores mudos. Era essencial que participassem na acção sagrada, conscientes, activos, piedosamente, por meio de uma compreensão dos ritos e orações e que fossem instruídos pela Palavra de DEUS de forma a alimentarem-se do Corpo do Senhor. Os cristãos deviam aprender a oferecer conjuntamente com o sacerdote este santo sacrifício para honra e glória do Senhor.
Muito gostaríamos que os seus amigos, os seus admiradores e os seus camaradas da Marinha, o pudessem recordar com testemunhos de momentos que com ele partilharam na sua vida de homem simples e empolgante Capelão da Armada Portuguesa.
Contínua…
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… BEM CUMPRIU A GRANDE E BELA MISSÃO DE CAPELÃO AO SERVIÇO DA ESPLENDOROSA MARINHA DE PORTUGAL.
A 23 de Janeiro de 1943, Padre Correia da Cunha foi admitido ao serviço da Armada como Capelão equiparado a segundo-tenente, onde colaborou até Outubro de 1961.
Capelão da Armada, nos inícios dos anos 40, fundou, em colaboração com o Capelão Perestrelo de Vasconcelos, a Associação dos Marinheiros Católicos Portugueses. Foi graças à sua perseverança que o Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira lhe disponibilizou um espaço anexo à Sé Catedral de Lisboa, para funcionar como sede da referida Associação. Pelos muitos testemunhos saudosos e comovidos de oficiais da Armada, esta Associação muito contribui para a formação humana e cristã de milhares de jovens marinheiros.
Para o Padre Correia da Cunha a sua missão, como capelão no Hospital da Marinha, era levar amor, conforto e esperança aos “marujos” pacientes, vivendo a fé cristã através do atendimento espiritual, emocional, social e educacional, sem distinção dos credos religiosos, das raças, dos comportamentos ou condições sociais. A sua preocupação fundamental era a busca contínua da excelência no ensinamento do ministério do consolo e da esperança.
Segundo o Almirante José Augusto Guerreiro de Brito e o Comodoro Médico António Telmo Augusto Cardoso Correia: “o capelão, equiparado a primeiro-tenente, Pe. Correia da Cunha desempenhou as funções no Hospital da Marinha desde o ano de 1943 com elevada dignidade e dedicação. Era dotado de uma superior inteligência, grande cultura, bondade, dinamismo e um vivo espírito de marujo. A sua acção social e cristã nessa grande instituição muito contribuiu para uma maior humanização deste hospital.”
Padre Correia da Cunha cumpria a sua missão apaixonadamente no serviço aos doentes, seus irmãos, com se fossem o próprio Cristo. Sempre buscava transmitir a todos um novo sentido para a dor e para a vida. Este era um talento que possuía, sem nunca descurar a boa convivência e solidariedade com todos os membros das forças vivas do Hospital.
Há ainda hoje quem recorde o Capelão Correia da Cunha, nesse imenso casarão e prestigiada instituição, com grande estima e admiração, turvando-se os olhos na apreciação da sua vida rectilínea de encantamento e de beleza e referindo-se que desde a primeira hora ali fora acolhido com imensa estima e carinho.
Antiga tradição, o dia 18 de Novembro era comemorado com solenidade como o Dia do Hospital da Marinha. Teria sido nesse longínquo dia do ano de 1806, que recebeu ali os seus primeiros doentes, vindos do Convento do Desterro, para as novas instalações no Campo de Santa Clara.
Não poderia encontrar-se melhor localização para o Hospital da Marinha, do que este edifício que fora convento de jesuítas. Era uma verdadeira varanda lançada ao rio Tejo.
Estas cerimónias tinham sempre uma larga participação de prestigiadas personalidades civis e militares.
Na acolhedora e bela Capela do Hospital, Padre Correia da Cunha sempre celebrava uma eucaristia por intenção dos já falecidos funcionários, que muito tinham contribuído para o engrandecimento desta conceituadíssima unidade hospitalar, assim como para o nome de Portugal e da Armada. Era sempre aproveitado este momento para proferir uma homilia de elevado sentido humano e moral.
Seguia-se uma Sessão Solene, na sala do Príncipe, em que após umas palavras de saudação, nunca eram esquecidos os enormes vultos da medicina naval. O Hospital da Marinha contou nos seus quadros com os mais eminentes médicos da medicina portuguesa. Havia sempre uma Homenagem ao Dr. Bernardino António Gomes, um dos melhores médicos do seu tempo, inteligente, estudioso, infatigável. Ganhou fama em Portugal e teve glória na Europa; procedendo-se à deposição de uma coroa de flores na base da estátua deste ilustre médico naval, do séc. XIX e XX, situada em pleno Campo de Santa Clara.
Padre Correia da Cunha tinha uma intensa paixão pela Marinha que abnegadamente serviu durante dezoito anos. Era com vaidade e orgulho que referia ter feito parte de uma geração de eruditos oficiais de marinha que cultivavam o estabelecimento de laços de amizade e de salutar camaradagem, que se veriam a perpetuar pela vida fora.
Lamentava que não se tivesse escrito até à data a História da Marinha Portuguesa, pois a História de Portugal era a História de uma nação marítima, que em grande parte da sua existência viveu quase unicamente do mar e para o mar, pelo que a História da Marinha se confundiria certamente com a História dos Portugueses. Muito prazer lhe teria dado poder ter colaborado nessa imensa obra da Alma Portuguesa.
O seu profundo amor pelo mar e o seu espírito de missão pela defesa dos verdadeiros valores humanos e cristãos estavam seguramente nas inesquecíveis memórias da vida de “marujo”, que sempre o acompanharam ao longo da sua vida. Estes valores eram aliás bem traduzidos nas imensas visitas de muitos marinheiros, sargentos e oficiais da armada que rumavam à sua Paróquia de eleição para o saudarem e partilharem testemunhos de grande afecto.
Foi como capelão da Armada que viveu e aderiu entusiasticamente às reformas litúrgicas do Concilio de Vaticano II. Teve um papel relevante na tradução dos vários livros litúrgicos de Latim para a língua vernácula. A restauração da concelebração e da comunhão sob as duas espécies, a simplificação do Ofício Divino, a ênfase ao mistério pascal, o altar no centro da assembleia cristã, a participação dos fiéis… como Padre Correia da Cunha costumava referir: a dignificação do culto. Ninguém consegue aderir àquilo que não entende.
Para Padre Correia da Cunha era fundamental que os seus irmãos, em Cristo, não entrassem nestes mistérios de fé como estranhos ou espectadores mudos. Era essencial que participassem na acção sagrada, conscientes, activos, piedosamente, por meio de uma compreensão dos ritos e orações e que fossem instruídos pela Palavra de DEUS de forma a alimentarem-se do Corpo do Senhor. Os cristãos deviam aprender a oferecer conjuntamente com o sacerdote este santo sacrifício para honra e glória do Senhor.
A terminar gostaria de relembrar que o Capelão Correia da Cunha prestou serviços nas seguintes unidades: Aviso Gonçalves Zarco, Aviso Bartolomeu Dias, Navio Escola Sagres I, Aviso Afonso de Albuquerque, Corpo de Marinheiros, Base Naval do Alfeite, Escola Naval, Hospital da Marinha, Escola de Alunos Marinheiros e Escola de Mecânicos.
Muito gostaríamos que os seus amigos, os seus admiradores e os seus camaradas da Marinha, o pudessem recordar com testemunhos de momentos que com ele partilharam na sua vida de homem simples e empolgante Capelão da Armada Portuguesa.
Contínua…
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