sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PE. CORREIA DA CUNHA E O DOMINGO

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"Dies Dominica"





Para o Padre Correia da Cunha o Domingo era o grande dia do Senhor! Encontro de irmãos na grande e jubilosa festa da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora, reunida à volta do seu dedicado guia espiritual.



As ruas e ruelas animavam-se com os risos e cores dos fatos domingueiros das crianças. Raparigas e rapazes dirigiam-se para o templo, onde eram acolhidos, de braços abertos, pelo Padre Correia da Cunha que a seguir dava inicio à celebração da grande festa do Senhor – a Eucaristia Dominical.




A igreja estava lindamente decorada com arranjos florais. Todos os paroquianos gozavam nesse tempo de uma enorme simplicidade; as pessoas eram naturalmente alegres.

O coro constituído pelas mais belas vozes da paróquia era empenhado e muito exigente. Cantava com dedicação e carinho para animar com grande entusiasmo a magnifica celebração de fé e assim contribuir com a sua arte para a beleza do Reino de Deus.

O Padre Correia da Cunha após a liturgia da palavra dava  inicio à sua grande oratória, não hesitando chamar ‘’os bois pelos nomes’’; isto significava nomear cada coisa ou atitude pelo seu verdadeiro nome, fosse agradável ou não. Para ele quem dissesse que amava e adorava Deus com toda a reverência, sem amar o seu próximo com todo o respeito era um aldrabão. Como muitas vezes lhe ouvi: ‘’ Meus queridos irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo. Não nos enganemos. Sem caridade os nossos ideais cristãos são uma mentira.’’  

O Padre Correia da Cunha usando das suas prerrogativas, dava-se ao luxo de esquecer o tempo e prolongar as suas intermináveis práticas. Sempre havia alguém na assembleia que se sentia com o direito de apontar o relógio como sinal de momento de paragem. O Padre Correia da Cunha não se conseguia redimir deste seu imenso ‘’defeito’’; só lhe restava sempre pedir mil desculpas…   

Seguia-se o Credo. Creio em Deus Pai….que o Padre Correia da Cunha pedia que fosse recitado com todo o entusiasmo e força vocal.


Ao concluir a liturgia eucarística, todos eram convidados para a Ceia do Senhor. Recordo que nessas missas dominicais eram intermináveis as filas para a comunhão.



Terminada a Celebração Eucarística no interior do templo, seguiam-se os afazeres da catequese que todos recebíamos com grande reverência e onde aprendíamos o necessário da doutrina católica para nos tornarmos em pequenos seguidores de Jesus Cristo. Esta actividade era coordenada entusiasticamente pela saudosa Senhora Dona Anita Themudo Barata e Senhor Carlos Barradas.

Após cerca de quarenta e cinco minutos o Padre Correia da Cunha percorria os claustros tocando o sino para que fossem concluídas as sessões de doutrina.

Catequistas e pais revelavam o seu entusiasmo e prazer em ver os discípulos e filhos a evoluírem brilhantemente. O Padre Correia da Cunha ambicionava que estes meninos e meninas crescessem com as riquezas das virtudes cristãs, pois só assim poderiam no seu futuro profissional serem respeitados e motivo de orgulho e honra por parte da comunidade, pois contavam com a Graça de Deus.



Na Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora todos evoluíram, os jovens tinham a esperança de que a sua futura vida seria mais confortável do que a vida dos pais; porque sempre apreendiam mais e com esforço e a graça de Deus podiam alcançar patamares que muito honrariam os seus progenitores.


Os pais tinham esperança em seus filhos e viam-nos a crescer em virtudes e conhecimentos.



O povo de São Vicente de Fora tinha poucas riquezas materiais, mas considerava-se rico por ter este abnegado Pároco humanista que sabia dar valor à cultura com o pólo para o desenvolvimento humano e cristão.


O Padre Correia da Cunha era uma pessoa maravilhosa. Não culpava nem condenava ninguém tendo sempre uma palavra de orientação e conforto.


Esta Comunidade Paroquial produziu figuras de relevante valor que hoje desempenham actividades, em todas as áreas da sociedade e que são motivo de orgulho. Graças a Deus e ao grande mestre e sacerdote: Padre José Correia da Cunha.
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