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"Dies
Dominica"
Para
o Padre Correia da Cunha o Domingo era o grande dia do Senhor! Encontro de
irmãos na grande e jubilosa festa da Comunidade Paroquial de São Vicente de
Fora, reunida à volta do seu dedicado guia espiritual.
As
ruas e ruelas animavam-se com os risos e cores dos fatos domingueiros das
crianças. Raparigas e rapazes dirigiam-se para o templo, onde eram acolhidos,
de braços abertos, pelo Padre Correia da Cunha que a seguir dava inicio à
celebração da grande festa do Senhor – a Eucaristia Dominical.
A
igreja estava lindamente decorada com arranjos florais. Todos os paroquianos
gozavam nesse tempo de uma enorme simplicidade; as pessoas eram naturalmente
alegres.
O
coro constituído pelas mais belas vozes da paróquia era empenhado e muito
exigente. Cantava com dedicação e carinho para animar com grande entusiasmo a
magnifica celebração de fé e assim contribuir com a sua arte para a beleza do
Reino de Deus.
O
Padre Correia da Cunha após a liturgia da palavra dava inicio à sua grande oratória, não hesitando
chamar ‘’os bois pelos nomes’’; isto significava nomear cada coisa ou atitude
pelo seu verdadeiro nome, fosse agradável ou não. Para ele quem dissesse que
amava e adorava Deus com toda a reverência, sem amar o seu próximo com todo o
respeito era um aldrabão. Como muitas vezes lhe ouvi: ‘’ Meus queridos irmãos
em Nosso Senhor Jesus Cristo. Não nos enganemos. Sem caridade os nossos ideais
cristãos são uma mentira.’’
O
Padre Correia da Cunha usando das suas prerrogativas, dava-se ao luxo de
esquecer o tempo e prolongar as suas intermináveis práticas. Sempre havia
alguém na assembleia que se sentia com o direito de apontar o relógio como
sinal de momento de paragem. O Padre Correia da Cunha não se conseguia redimir
deste seu imenso ‘’defeito’’; só lhe restava sempre pedir mil desculpas…
Seguia-se
o Credo. Creio em Deus Pai….que o Padre Correia da Cunha pedia que fosse
recitado com todo o entusiasmo e força vocal.
Ao concluir a liturgia eucarística, todos eram convidados para a Ceia do Senhor. Recordo que nessas missas dominicais eram intermináveis as filas para a comunhão.
Terminada a Celebração Eucarística no interior do templo, seguiam-se os afazeres da catequese que todos recebíamos com grande reverência e onde aprendíamos o necessário da doutrina católica para nos tornarmos em pequenos seguidores de Jesus Cristo. Esta actividade era coordenada entusiasticamente pela saudosa Senhora Dona Anita Themudo Barata e Senhor Carlos Barradas.
Após
cerca de quarenta e cinco minutos o Padre Correia da Cunha percorria os
claustros tocando o sino para que fossem concluídas as sessões de doutrina.
Catequistas
e pais revelavam o seu entusiasmo e prazer em ver os discípulos e filhos a
evoluírem brilhantemente. O Padre Correia da Cunha ambicionava que estes
meninos e meninas crescessem com as riquezas das virtudes cristãs, pois só
assim poderiam no seu futuro profissional serem respeitados e motivo de orgulho
e honra por parte da comunidade, pois contavam com a Graça de Deus.
Na Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora todos evoluíram, os jovens tinham a esperança de que a sua futura vida seria mais confortável do que a vida dos pais; porque sempre apreendiam mais e com esforço e a graça de Deus podiam alcançar patamares que muito honrariam os seus progenitores.
Os
pais tinham esperança em seus filhos e viam-nos a crescer em virtudes e
conhecimentos.
O
povo de São Vicente de Fora tinha poucas riquezas materiais, mas considerava-se
rico por ter este abnegado Pároco humanista que sabia dar valor à cultura com o
pólo para o desenvolvimento humano e cristão.
O
Padre Correia da Cunha era uma pessoa maravilhosa. Não culpava nem condenava
ninguém tendo sempre uma palavra de orientação e conforto.
Esta
Comunidade Paroquial produziu figuras de relevante valor que hoje desempenham
actividades, em todas as áreas da sociedade e que são motivo de orgulho. Graças
a Deus e ao grande mestre e sacerdote: Padre José Correia da Cunha.
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