sábado, 1 de dezembro de 2012

PE. CORREIA DA CUNHA – 1º DEZEMBRO







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PE. CORREIA DA CUNHA

"UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL
PALAVRAS"








Posso afirmar, com toda a verdade, que desde a minha chegada ao convívio com o Padre Correia da Cunha – Pároco de São Vicente de Fora, nunca tive conhecimento da sua passagem, como assistente religioso da Mocidade Portuguesa, nos seus primeiros anos de sacerdote. Por aquela altura, o jovem sacerdote não teria ainda trinta anos.



Sem paixão, não teria aceitado um múnus que lhe impusesse tanto sacrifício. Seja como for, não devemos esconder as memórias do passado, mesmo as memórias de tempos considerados mais obscuros (mas obviamente com alguns aspectos positivos como não poderá deixar de ser) dos anos de acérrimo nacionalismo. Portugal e Humanidade! Era a sacrossanta divisa a gravar nos corações que despontavam para a vida!



Ainda me recordo de na Avenida da Liberdade, no primeiro dia de Dezembro, desfilar orgulhosamente marchando ao som das cornetas e dos tambores, na minha farda verde e caqui, de lusito e de todos seguirmos com os olhos e o coração a sublime bandeira portuguesa.


O primeiro dia de Dezembro, data da Restauração da Independência Nacional e da Mocidade Portuguesa, era celebrado com grande solenidade, entusiasmo e elevação, junto do grandioso monumento dos Restauradores. Em volta do obelisco, havia uma guarda de honra, com todo o garbo e aprumo, constituída por alunos aspirantes da armada, cadetes da escola militar, colégio militar e pupilos do exército com os respectivos estandartes.







Tornar vivas estas memórias deve ser entendido como um acto de civismo. É preciso não esquecer que naquele tempo era obrigatória a filiação na Mocidade Portuguesa. O espírito dos líderes da Nação era formar os rapazes e raparigas no sentido da vocação histórica de Portugal, com exemplos de que é fecunda a História, exemplos e sacrifícios, patriotismo, abnegação, valentia, sentimento de dignidade própria e respeito absoluto pelas glórias do passado. Não vacilo em dizer que estávamos demasiadamente presos à memória dos nossos majestosos heróis venerados com extraordinária e grandiosa devoção.


O Padre Correia da Cunha tinha bem presente as excepcionais qualidades da juventude, e como bom mestre, procurava passar a mensagem, que pelas suas mãos dependia o engrandecimento de Portugal na entrega ao trabalho, verdade e ao próximo.


Compreendendo hoje que, na época da fundação da Mocidade Portuguesa, o Padre Correia da Cunha procurava através desta instituição criar um homem novo, um novo cidadão completamente moldado para viver um «espírito nacional» no amor a Deus e ao próximo.


Onde quer que a sua missão o tivesse levado, o Padre Correia da Cunha despertava as mais vivas simpatias. Recordo que no primeiro de Dezembro do ano de 1942, no TE DEUM, celebrado na Catedral de Lisboa, e presidido pelo beneficiado Ramos Ferreira e acolitado pelos Reverendos Ruela e Canuto, o Padre Correia da Cunha pronunciou uma verdadeira e histórica alocução.




No transepto, tomavam lugar os Srs. Almirante Botelho de Sousa, General Pereira Coutinho, Cap. Mar e Guerra Nuno Brion, Coronéis Linhares de Lima, Pestana de Vasconcelos, Lopes Mateus Viana e familiares dos conjurados de 1640, Condes de Almada, da Azambuja, de Belmonte e de Lagos, Marquês de Rio Maior e D. Nuno de Noronha.


Esse discurso foi publicado em várias brochuras editadas pela Mocidade Portuguesa. Lanço o desafio a quem disponha desta peça literária, que a faça chegar até nós para sua publicação neste blogue. Todos poderíamos compreender melhor o pensamento de Padre Correia da Cunha na sua missão de assistente religioso da Mocidade Portuguesa.








Esta organização juvenil foi criada para servir os mais elevados ideais da Pátria. Mas durante muitos longos anos muito fez em prol das actividades educativas da juventude portuguesa. E em muitos domínios foi verdadeiramente percursora.


Esquecer tudo quanto de positivo se fez no desenvolvimento físico, intelectual e religioso da juventude é uma injustiça. Creio que ainda hoje haverá muitos que não se envergonham de terem participado nas muitas actividades de caracter desportivo e espiritual que MP promovia no âmbito das suas competências.


Para o Padre Correia da Cunha trabalhar apaixonadamente pela generosa juventude do seu país era uma das exigências da sua vocação sacerdotal, ensinando a viver o amor a Deus e ao semelhante através de uma activa e vigilante valorização pessoal, que permitisse a cada um cumprir em plenitude a sua verdadeira missão.


Não se podia dar ao luxo de criar divisões porque todo o jovem merece ser ajudado no seu desenvolvimento humano e cristão. A sua tarefa era ampla, infinita para uma mocidade radiosa formada no sentido da vocação histórica de Portugal cuja História era assente no respeito dos mais nobres e gloriosos valores humanos.


O Dia 1 de Dezembro é o mais antigo feriado cívico português, que une toda a Nação Portuguesa, em torno da sua Bandeira, do seu Hino, da sua História e cuja Instituição Histórica evoca a Restauração da Independência Nacional. É um mau caminho apagar esta data nacional que a História e o Povo consagrou como Instituição Memorável.



















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