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.Ti Alice (Maria Alice da Fonseca Roque Alves) era familiar do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Mendes Belo. Veio habitar o Paço de São Vicente de Fora como os seus pais ainda muito criança. Foi guardiã do Panteão Real e realizava a cobrança dos bilhetes de entrada no Mosteiro. Ali viveu até ao ano de 1976.,
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‘’ Jovens voluntários de grande generosidade…’’
Velhos e bons tempos em que grupos de jovens indulgentes com formações nas mais diversas áreas do conhecimento, ali se encontravam para exercerem com toda a dignidade as funções de cicerones aos muitos visitantes nacionais e estrangeiros, acompanhando-os na visita daquele magnífico e esplendoroso Mosteiro de São Vicente de Fora.
Naqueles grupos eram criados laços de amizade, ternura e amor, indubitavelmente pela grande dedicação e amizade que todos tínhamos pela nossa querida Ti Alice (1), cimento da unidade dessa sã convivência solidária…
Estes jovens utilizavam a sua formação académica associada à formação que era ministrada pela grande ‘Mestra’, que durante de mais de quarenta anos honrava a ‘Cátedra’ no conhecimento de todos os detalhes da história da Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora. Ti Alice conhecia, como ninguém, toda a história da família Real da Dinastia de Bragança que ali repousava e estava confiada ao seu zelo, respeito e amizade especial.
Era solenemente cumprimentada por descendentes da Realeza Portuguesa e Europeia, que ali se deslocavam para prestarem sentidas homenagens aos muitos familiares que se encontram naquele sereníssimo jazigo de família.
Naqueles grupos eram criados laços de amizade, ternura e amor, indubitavelmente pela grande dedicação e amizade que todos tínhamos pela nossa querida Ti Alice (1), cimento da unidade dessa sã convivência solidária…
Estes jovens utilizavam a sua formação académica associada à formação que era ministrada pela grande ‘Mestra’, que durante de mais de quarenta anos honrava a ‘Cátedra’ no conhecimento de todos os detalhes da história da Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora. Ti Alice conhecia, como ninguém, toda a história da família Real da Dinastia de Bragança que ali repousava e estava confiada ao seu zelo, respeito e amizade especial.
Era solenemente cumprimentada por descendentes da Realeza Portuguesa e Europeia, que ali se deslocavam para prestarem sentidas homenagens aos muitos familiares que se encontram naquele sereníssimo jazigo de família.
Haviam ali cicerones que eram grandes e eloquentes oradores, que fascinavam os visitantes ao explanarem ao detalhe e com todo o seu entusiasmo a história de cada recanto daquela peça de arte.
Quero aqui hoje recordar de uma forma especial o nome de muitos desses jovens e menos jovens que abraçavam de uma forma profissional essa brilhante tarefa: Pedro Cardoso, António Rato, Hernâni Santos, Rogério Martins Simões, António Martins, José Melo e Faro, João Martins, Mário Jorge, José Manuel Barata, Vitor Soares, Fernando Rosas, António Mourato Quaresma, João Paulo Dias, Manuel Mourato Quaresma, António Melo e Faro …
Todos apreendíamos com a Ti Alice: um cicerone digno desse nome, se não tem por acaso resposta pronta para as eventuais perguntas que lhe sejam colocadas, que fuja da pergunta, mostrando toda a segurança e firmeza; ficar calado ou papaguear é que não, porque ficaria desacreditado e com a imagem negativa.
Padre Correia da Cunha, homem de grande amor a esse património e de reconhecido talento, também aproveitava sempre que possível, para manifestar aos visitantes toda a grandiosa beleza que se podia retirar daqueles espaços.
Ao fundo dos claustros, revestidos de ricos de azulejos do séc. XVIII de assuntos ao gosto da época e com as célebres fábulas de La Fontaine, fica o Panteão da Dinastia de Bragança, mandado construir em 1855 por D. Fernando II. Este Panteão ocupa o antigo refeitório dos frades de Santo Agostinho. Em 1932, sobre a direcção do Arqt.º Raul Lino, foi dado a este espaço um sentido nobre e consentâneo ao seu destino. Ao centro, quatro túmulos de mármore de Vila Viçosa, Estremoz e Sintra: D. Carlos I, D. Luiz Filipe unidos e o de D.Manuel II e D. Amélia de Orleães e Bragança isolados.
No lado direito do Panteão dos monarcas, príncipes e mais pessoas reais situa-se o Panteão dos Patriarcas de Lisboa, depois de 1834 até ao Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro falecido em 1998.
A Sacristia situada nos claustros é toda revestida em mármores embutidos com arcazes de pau-santo e bronzes dourados. Possui ao fundo, um altar com pintura em tela de André Gonçalves, simbolizando Nossa Senhora da Assunção. Sobre a porta um alto revelo de D. João V.
Recomendo uma visita ao velho Mosteiro de São Vicente de Fora, hoje com uma imagem renovada, que certamente Padre Correia da Cunha muito se orgulharia mas certamente não perdoaria que a igreja não pudesse acolher os milhares de visitantes que ali se deslocam.
A terminar gostaria de ter uma palavra de homenagem a António Rato grande e nato cicerone e de uma enorme criatividade, entusiasmo na apresentação dos espaços do Mosteiro de São Vicente de Fora. Contrariamente aos jovens que ali passavam as suas férias escolares, para desenvolver os estudos das línguas e angariar umas boas ‘’coroas’’… António Rato fazia-o diariamente e as gratificações eram o seu principal rendimento, garantindo a sua sobrevivência…
Como referia Padre Correia da Cunha, estes jovens voluntários, através desta sua acção manifestavam o grande amor que dedicavam à sua paróquia. Era com o apoio deste ‘’ pequeno exército’’ que Padre Correia da Cunha continuava com o seu enorme bom gosto e engenho a criar condições de exposição de peças de arte singulares e pelas quais nutria uma paixão muito sentida.
Padre Correia da Cunha foi um magnânimo servidor deste mosteiro durante o ano 1960 até 1977.
Fico aguardar nomes de mais jovens cicerones.
Quero aqui hoje recordar de uma forma especial o nome de muitos desses jovens e menos jovens que abraçavam de uma forma profissional essa brilhante tarefa: Pedro Cardoso, António Rato, Hernâni Santos, Rogério Martins Simões, António Martins, José Melo e Faro, João Martins, Mário Jorge, José Manuel Barata, Vitor Soares, Fernando Rosas, António Mourato Quaresma, João Paulo Dias, Manuel Mourato Quaresma, António Melo e Faro …
Todos apreendíamos com a Ti Alice: um cicerone digno desse nome, se não tem por acaso resposta pronta para as eventuais perguntas que lhe sejam colocadas, que fuja da pergunta, mostrando toda a segurança e firmeza; ficar calado ou papaguear é que não, porque ficaria desacreditado e com a imagem negativa.
Padre Correia da Cunha, homem de grande amor a esse património e de reconhecido talento, também aproveitava sempre que possível, para manifestar aos visitantes toda a grandiosa beleza que se podia retirar daqueles espaços.
Ao fundo dos claustros, revestidos de ricos de azulejos do séc. XVIII de assuntos ao gosto da época e com as célebres fábulas de La Fontaine, fica o Panteão da Dinastia de Bragança, mandado construir em 1855 por D. Fernando II. Este Panteão ocupa o antigo refeitório dos frades de Santo Agostinho. Em 1932, sobre a direcção do Arqt.º Raul Lino, foi dado a este espaço um sentido nobre e consentâneo ao seu destino. Ao centro, quatro túmulos de mármore de Vila Viçosa, Estremoz e Sintra: D. Carlos I, D. Luiz Filipe unidos e o de D.Manuel II e D. Amélia de Orleães e Bragança isolados.
No lado direito do Panteão dos monarcas, príncipes e mais pessoas reais situa-se o Panteão dos Patriarcas de Lisboa, depois de 1834 até ao Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro falecido em 1998.
A Sacristia situada nos claustros é toda revestida em mármores embutidos com arcazes de pau-santo e bronzes dourados. Possui ao fundo, um altar com pintura em tela de André Gonçalves, simbolizando Nossa Senhora da Assunção. Sobre a porta um alto revelo de D. João V.
Recomendo uma visita ao velho Mosteiro de São Vicente de Fora, hoje com uma imagem renovada, que certamente Padre Correia da Cunha muito se orgulharia mas certamente não perdoaria que a igreja não pudesse acolher os milhares de visitantes que ali se deslocam.
A terminar gostaria de ter uma palavra de homenagem a António Rato grande e nato cicerone e de uma enorme criatividade, entusiasmo na apresentação dos espaços do Mosteiro de São Vicente de Fora. Contrariamente aos jovens que ali passavam as suas férias escolares, para desenvolver os estudos das línguas e angariar umas boas ‘’coroas’’… António Rato fazia-o diariamente e as gratificações eram o seu principal rendimento, garantindo a sua sobrevivência…
Como referia Padre Correia da Cunha, estes jovens voluntários, através desta sua acção manifestavam o grande amor que dedicavam à sua paróquia. Era com o apoio deste ‘’ pequeno exército’’ que Padre Correia da Cunha continuava com o seu enorme bom gosto e engenho a criar condições de exposição de peças de arte singulares e pelas quais nutria uma paixão muito sentida.
Padre Correia da Cunha foi um magnânimo servidor deste mosteiro durante o ano 1960 até 1977.
Fico aguardar nomes de mais jovens cicerones.
(1) -
.Ti Alice (Maria Alice da Fonseca Roque Alves) era familiar do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Mendes Belo. Veio habitar o Paço de São Vicente de Fora como os seus pais ainda muito criança. Foi guardiã do Panteão Real e realizava a cobrança dos bilhetes de entrada no Mosteiro. Ali viveu até ao ano de 1976.,
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João Paulo, boa noite.
ResponderEliminarQuero agradecer as palavras que escreveste sobre aquela grande senhora que foi a TI Alice. De facto, foi ela que nos ensinou, melhor, que nos transmitiu a sua sabedoria, o respeito e admiração pela família Real da Casa de Bragança. Como eu era menino adorava escutar a Ti Alice nomeadamente quando ela se referia a factos históricos que passavam despercebidos; quando nos falava sobre o primitivo Panteão e sobre a forma como primitivamente se poderia visualizar alguns Reis embalsamados. Também adorava escutar a história da última visita da Rainha Dona Amélia ao Panteão e já agora a história do Príncipe D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos, por alcunha o “Arreda”.
No início só o Panteão da Casa de Bragança tinha entrada paga. Como sabes foi o Padre Cunha que ampliou o espaço físico das visitas; mudou o local de cobrança das senhas e o preço por duas ou três vezes. Deste modo esse valor cobrado aos turistas revertia a favor da Igreja.
Recordo alguns conflitos na mudança. Todavia foi a única forma de evitar a canibalização dos claustros e restantes locais que estiveram décadas votados ao abandono.
Voltando à Ti Alice, esta senhora tinha o condão de cativar, de juntar à sua volta os rapazes do meu tempo, contribuindo assim para a nossa educação e formação. Claro que faltam aqui muitos nomes, não importa. Importa, sim, lembrar o seu filho adoptivo o Hernâni da Anunciação Santos. O “NÔ como era conhecido faleceu a meu lado no regresso de uma excursão promovida pela paróquia. Este facto triste, “matou” a Ti Alice e terá sido um dos meus maiores traumas da minha adolescência.
Tudo isto para acrescentares o nome do Hernâni aos cicerones. Resta dizer que o Hernâni cantava lindamente. Pergunta aos que estão vivos o que cantamos quando nos juntamos: “A FONTE DA MINHA ALDEIA”.
Um abraço,
Rogério Martins Simões