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Os amigos que partiram…
IN MEMORIAM
IR.GINA MAGAGNOTTI – RELIGIOSA SALESIANA
1920 - 1989
IR.GINA MAGAGNOTTI – RELIGIOSA SALESIANA
1920 - 1989
No dia que passam vinte anos da sua morte, não podíamos deixar de prestar uma singela homenagem de gratidão a IR.GINA MAGAGNOTTI – RELIGIOSA SALESIANA (1920-1989), uma apaixonada catequista que entrou no coração de muitos adolescentes e jovens da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora.
Pe Correia da Cunha sempre viu na Ir. Gina uma grande apóstola e uma generosa missionária de Jesus Cristo.
Seguidamente passo uma Biografia desta grande evangelizadora que ajudou com a sua mensagem de grande força espiritual a construir uma comunidade de vivência cristã, seduzindo os seus catequizandos a um encontro íntimo com Jesus Cristo, modelo de autenticidade, simplicidade, de fraternidade: único que salva e liberta …BEM HAJA! IRMÃ GINA.
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A Ir. Gina Magagnotti nasceu a 20 de Março de 1920 em Sornio, a pouco mais de 10Km da cidade de Trento – Itália. Seu pai, após ter morrido a primeira esposa de quem tivera sete filhos, casou em segundas núpcias com aquela que viria a ser a mãe da Ir. Gina. Deste segundo matrimónio nasceram três filhas das quais Gina era a do meio. O ambiente familiar, bem como o da aldeia, era de profunda religiosidade como o comprovam as numerosas vocações tanto masculinas como femininas. Foi neste ambiente de profunda vivência cristã que a jovem adolescente sentiu o irresistível chamamento de se consagrar totalmente a Deus. Respondeu com todo o entusiasmo da sua juventude ardente, disposta a qualquer sacrifício desde que se tratasse de cumprir a vontade de Deus.Com sete anos fez a primeira comunhão e já então dizia que queria ser missionária para falar de Jesus a toda a gente. Interpelada pelo Pároco sobre o rumo a dar à vida, Gina disse que queria dar-se toda a Deus. A escolha do Instituto foi-lhe sugerida pelo Pároco uma vez que as Irmãs Salesianas também tinham missões.
Em Agosto de 1937, com 17 anos de idade entrou no Noviciado. Manifestando Gina o desejo de ser missionária, fez o pedido por escrito dizendo que gostava de trabalhar nos leprosários da India. Após a profissão religiosa e devida preparação missionária a Ir. Gina foi destinada a Portugal, com grande admiração sua. Depois de 46 anos de trabalho indefeso pela causa do Reino, deixou escrito. “Em Portugal encontrei um vasto campo de apostolado, muitos sacrifícios mas também muito carinho e muita alegria espiritual. Senti-me sempre totalmente realizada”.
Em 1947 a Ir. Gina foi nomeada Directora da Casa de Santa Ana que se abriu nessa altura em Setúbal. Os princípios foram difíceis mas a sua jovialidade e alegria sabiam tornar agradáveis as privações e sacrifícios e fazer crescer o espírito de família que transmitiu às Irmãs e alunas.
Uma das suas características foi a dedicação ao ensino catequístico: onde quer que estivesse dinamizava a catequese. Mais tarde, sendo directora na casa de Santa Clara, aprofundou os conhecimentos teológicos e dispendeu os seus esforços em prol do Secretariado Diocesano da Catequese do Patriarcado de Lisboa e colaborando em cursos de formação catequística. O Pe. Henrique Policarpo Canas, director do Secretariado, felicitou-a várias vezes, expressando o reconhecimento da Diocese pela sua magnífica e dedicada colaboração no apostolado catequético.
São inumeráveis os testemunhos acerca do ardor apostólico da Ir. Gina:
“À noite reunia com frequência as catequistas, orientava-lhes o trabalho de catequese dos sábados e domingos, para que resultasse mais eficaz”. “Eram tantos os pedidos que faziam à Ir. Gina para que assumisse mais compromissos de catequese e de preparação de catequistas, que não conseguia satisfazê-los na totalidade”. “A Ir. Gina era uma catequista inata, dotada de uma criatividade inesgotável; sempre optimista em relação ao seu trabalho; bem relacionada com todos e sempre bem disposta e alegre”.
“Sacerdotes, Bispos e até o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, apreciavam o seu trabalho na Igreja e pela Igreja. Consideravam-na uma mulher forte, persistente: dons que transmitia com toda a naturalidade”.
A doença que lhe bateu à porta (esclerose lateral atrófica) ao completar os 60 anos de idade veio reduzir-lhe aos poucos a possibilidade de se deslocar, mas continuou a dar catequese e a orientar catequistas e jovens quase até ao fim da vida. Bendito seja o Senhor que a visitou mas lhe deixou a mente lúcida para continuar a anunciar a Boa Nova até ao limiar do Paraíso. Confidenciava: “Nosso Senhor pensou em mim… Viu que eu andava a correr demais, sempre de um lado para o outro e achou por bem fazer-me parar para melhor me preparar para o encontro com Ele”.
D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, assim escreveu no “Correio do Vouga” de 21 de Março de 1986: “Não havia no Patriarcado de Lisboa uma catequista que não a conhecesse, que não tivesse aprendido com ela a dar melhor catequese mas, sobretudo, a crescer na paixão e no amor pela missão de catequista. Rica de natureza cantava, desenhava, animava jogos, expunha com vida, comunicava vida, mas mais rica ainda de fé, de amor à Igreja, de apreço pela sua vocação de consagrada, da encarnação da urgência de evangelizar e de catequizar… Numa cadeira de rodas, com talas nos braços e nas mãos, numa paralisia crescente… mas o mesmo sorriso, o mesmo entusiasmo, a mesma fé. Tolhidos os ossos mas não o coração. Diminuído o corpo mas engrandecida a alma. A mesma dos bairros das crianças pobres de Setúbal, das catequeses, cursos e assembleias de catequistas do Patriarcado. A mesma. Dando razão do seu amor ao Pai”.
A Ir. Gina, religiosa salesiana, italiana pelo nascimento, portuguesa pelo coração, sem fronteiras pela fé e pelo ardor apostólico… Como vela que se apaga depois de se ter consumido inteiramente, fechou os olhos mortais no Monte Estoril para entrar no gozo d’Aquele que desde há anos a vinha purificando. Eram as primeiras horas do dia 18 de Abril de 1989.
Texto da biografia : Ir. Mª das Dores Rodrigues
A Comunidade de São Vicente de Fora guarda-a em seu coração! Deixou em todos muitas e profundas saudades. Mas recordamos com muita alegria e gratidão os bons frutos que deixou nos corações dos adolescentes e jovens de São Vicente de Fora, onde estive incluído. Irmã Gina trabalhou com uma indescritível e intensa paixão a sua vocação de uma grande evangelizadora e servidora do reino, onde continua a interceder por nós.
O SENHOR JÁ RECEBEU NA SUA GLÓRIA ESTA NOSSA QUERIDA IRMÃ.
Bendito seja o Senhor, Pai, Filho e Espírito Santo! Bendito seja também a sempre Maria Auxiliadora. Mãe de Jesus e nossa Mãe!
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