quinta-feira, 2 de abril de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA – TRINTA E DOIS ANOS

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IN MEMORIAM




Pe. JOSÉ CORREIA DA CUNHA

1917-1977



Faz hoje precisamente trinta e dois anos que, em 2 de Abril de 1977, se apagou o brilho de uma grande estrela: Pe. Correia da Cunha. Nesse ano, acabou por não celebrar a Grandiosa Festa da Páscoa que ele tão alegremente engrandecia e bem expressava nas suas instintivas e calorosas saudações de: Aleluia! Aleluia! Aleluia!



A sua passagem para junto do Pai Celestial ocorreu no sábado anterior ao Domingo de Ramos. Padre Correia da Cunha deixou em todos uma dor no coração. Privados de um grande e Querido Amigo, ardia nos nossos peitos o amor que ele nos transmitiu.

A sua grandiosa obra ficará para sempre e por muitas e muitas gerações. Cada pequeno espaço de São Vicente de Fora respira um pouco do Pe. Correia da Cunha.

A bondade, sinceridade e frontalidade deste grande homem de fé, de elevada cultura, e grande sabedoria litúrgica contagiava todos os que tiveram o privilégio de o conhecer.



A Igreja de Lisboa perdia um dos seus mais cultos clérigos, disse-o Cardeal Patriarca D. António Ribeiro, ao ser-lhe transmitida a triste noticia. A Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora ficou despojada de um grande pastor que marcou indelevelmente um tempo e várias gerações.

Porém temos uma certeza, a que ele foi e será hoje o inspirador do nosso empenhamento na nossa vida em sociedade e na nossa acção ao serviço da Igreja.


Padre Correia da Cunha era uma pessoa que estava presente em todos os grandes acontecimentos das nossas vidas. Sempre com uma inteligência brilhante e penetrante e de uma sábia mestria, se tinha a criticar fazia-o de uma forma muito velada. Gostava mais de apontar caminhos que reprovar ou julgar atitudes.

Sempre actualizado sobre a vida da Igreja, passava as noites lendo e estudando todas as novidades editoriais na área da teologia, liturgia e sagrada escritura, fazendo-o por puro amor aos seus paroquianos e à Igreja. Era um homem extremamente culto e gostava de estar actualizado.

Lembramos com muito afecto as celebrações da Semana Santa, que enchiam a igreja com cristãos vindos de todas as paróquias de Lisboa, e em que Pe. Correia da Cunha colocava na liturgia uma grande vivência: o sofrimento humano comparado ao de Jesus Cristo que continua a sofrer por nós. Tudo o que fazia era marcado pelo seu grande entusiasmo, apontando uma espiritualidade que a todos comovia.

Pouco se preocupava com a gestão material da igreja, o seu pensamento estava nas pessoas, e a razão era simples, o Cristianismo não era uma doutrina mas um encontro com uma Pessoa de onde brotava uma amizade. Vale a pena recordar hoje a vivência cristã de Pe. Correia da Cunha, pois nela pode estar o segredo da nossa actual humanidade: Viver a vida profundamente segundo os ensinamentos de Jesus Cristo e solidários com o nosso próximo.


Mais do que espalhar aquela que considerava a vivência cristã, Pe. Correia da Cunha construi à sua volta uma verdadeira comunidade de voluntários que se apaixonaram pelo trabalho aos mais necessitados dado o empenhamento e paixão, que era imprimido pelo seu mestre. Como ele dizia: - Vivemos hoje a palavra de Deus na prática. Aprendemos a amar a nossa Igreja pela transmissão do seu amor por ela.


Assim foi a vida desse magnífico sacerdote de uma enorme generosidade ao serviço dos seus paroquianos.


Jesus recebeu-o no céu com os coros dos anjos. Está em paz o nosso saudoso e querido amigo, sacerdote, pai espiritual e companheiro de muitas jornadas.


O Funeral de Pe Correia da Cunha congregou uma enorme multidão que se estendeu da Igreja de S. Vicente de Fora até ao Cemitério de Alto de São João. Era muito apreciado, mesmo por gente que não era muito frequentadora da Igreja, mas que acabou por ser muito marcada pela inteligência, frontalidade e invulgar cultura deste homem, que durante 17 anos serviu a Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora.


Ajudem-nos a manter a sua memória viva com envio de testemunhos e documentos.





Repousam no Cemitério do Alto de S. João os restos mortais de Padre José Correia da Cunha, no ossário n.º 36831 localizado na Rua 57A.

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