.
.
.
.
.
São Nuno é a encarnação suprema da Pátria.
É hoje canonizado, em Roma, Nuno Álvares Pereira. Neste sentido, não podíamos deixar de publicar uma biografia deste Santo Português que foi modelo para muitas gerações de Jovens de São Vicente de Fora. Nuno Álvares Pereira foi Protector do Patronato, criado pelo Monsenhor Francisco Esteves, em 1905, na Paróquia de São Vicente de Fora e continuado por Pe. Correia da Cunha, que muito contribuiu para um trabalho pedagógico de instrução, catequético e de formação moral e cívica.
Nuno Álvares Pereira (1360 – 1431) era filho bastardo do Prior do Hospital, D. Fr. Álvaro Gonçalves Pereira, também este filho bastardo de D. Gonçalo Pereira (Arcebispo de Braga) e de Iria Gonçalves. Condestável do Rei de Portugal D. João I, nasceu a 24 de Junho de 1360, em Sernache do Bonjardim.
Foi um homem com várias facetas: general brilhante, frei humilde…figura exemplarmente típica do povo português.Trouxe sempre fundidos no seu coração o amor de Deus e o amor da Pátria. Foi Monge e Soldado; Santo e Herói. Teve o duplo misticismo: o do Céu e o da sua terra.
Na hora mais aguda das batalhas, a sua capacidade de inovação só lhe proporcionou vitórias: não perdeu uma única batalha. Tinha uma prolongada resistência militar. Mas também ajoelhava e rezava. E, como os maiores místicos, possuía o sentido rectilíneo do equilíbrio e das realidades. Era um espírito positivo de patriota, animado pela fé mais viva da crença mais alta.
Nuno Álvares Pereira tinha 13 anos quando o pai o enviou para a corte de D. Fernando I. Uma vez na corte distinguiu-se de todos os outros rapazes que por lá andavam. A rainha D. Leonor decidiu tomá-lo como seu escudeiro. Foi também ela que o armou cavaleiro.
Tinha 16 anos quando lhe foi comunicado pelo pai que tinha chegado a altura de casar. O casamento não fazia parte dos planos do futuro Condestável. Teria mesmo o propósito de se manter casto. Não conseguiu contrariar os desejos do progenitor e acabou por casar com D. Leonor de Alvim, em Vila Nova da Rainha, freguesia do Concelho de Azambuja. Leonor era uma jovem viúva minhota, com quem teve uma filha. Deixou a corte e foi viver para o Entre Douro-e-Minho, onde permaneceu até 1379.
Em 1381, em fins do reinado de D. Fernando I, tendo 21 anos e uma energia imparável, Nuno Álvares Pereira partiu para a fronteira de Portalegre, onde se encontravam as forças invasoras de Castela. Esta terá sido a sua primeira grande incursão aguerrida. Aos 21 anos, o excesso era uma virtude.
O Rei D. Fernando I de Portugal, não tinha herdeiros, a não ser a princesa D. Beatriz, casada com o Rei João I de Castela.
Nuno Alvares Pereira foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de D. João, Mestre de Avis, à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de Pedro I, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos.
Em Abril de 1384, obteve o primeiro êxito militar: venceu a batalha dos Atoleiros. Apesar da inferioridade numérica, as tropas portuguesas conseguiram debandar o adversário, utilizando pela primeira vez, em território luso, a táctica do quadrado. A sua senda vitoriosa continuou por Tomar, Santarém e Lisboa, que se encontravam cercadas. Passado algum tempo, o soberano de Castela desistiu dos cercos e deu ordem para a retirada das tropas.
Em 1385, realizaram-se as Cortes de Coimbra. O mestre de Avis foi aclamado rei de Portugal, tornando-se D. João I. No dia seguinte à coroação, sua majestade nomeia Nuno Álvares Pereira Condestável do Reino - o cargo militar mais importante da nação. Tornou-se um homem muito poderoso.
Em 14 de Agosto de 1385, Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a Batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6.000 portugueses e aliados ingleses, contra os 30.000 das tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva, colocaria o final da instabilidade política de 1383-1385 e a consolidaria a independência portuguesa.
Finda a ameaça castelhana, Nuno Álvares Pereira permaneceu como Condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João I de Castela, Nuno Álvares Pereira dedicou-se a realizar raides contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.
Nuno Álvares Pereira ficou viúvo em 1388. No ano seguinte deu início à construção do Convento do Carmo. Depois de ter dedicado uma vida inteira ao serviço do reino, o condestável decidiu abandonar o mundo terreno.
Nesta longa e difícil guerra pela independência da terra portuguesa, ao lado do seu Rei, acompanhando-o incansavelmente, vemos a pessoa do Condestável, riquíssimo de tudo — de honras, de bens e de glória. Tudo trocou pelo hábito rude e áspero da estamenha de carmelita, quando viu que a sua Pátria já não precisava de que pusesse por ela «seu corpo em grandes aventuras», como dissera o Rei D. João I, no diploma em que lhe conferia o título de Conde de Barcelos.
Nuno Álvares Pereira foi uma das maiores figuras da nossa história. Um homem corajoso, caridoso e humilde .
Como foi dito, o Convento do Carmo começou a edificá-lo, em Lisboa, em 1389. Lentamente, as obras prosseguiam. Os primeiros monges entrariam em 1397 — só portugueses. Nuno Álvares também queria habitá-lo mas um elo ainda o prendia à vida familiar: a sua filha. Mas esta em 1415 morre em Chaves. Dispõe-se a entrar no Carmo nesse mesmo ano.
Nuno Álvares Pereira morreu no dia 1 de Abril de 1431, numa cela austera do mosteiro que tinha mandado construir.
O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no terramoto de 1755. O seu epitáfio dizia: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou-se a esta igreja onde descansa o seu corpo."
Nuno Álvares Pereira é a encarnação suprema da Pátria Portuguesa: está nos altares, porque a Igreja o reconheceu merecedor de culto; e está nos corações dos portugueses fiéis que vêem nele o símbolo do seu amor pátrio.
Sem a sua espada vigorosa e santa, Portugal teria caído possivelmente na órbita de Castela e tudo quanto se fez em prol da nossa Civilização andaria hoje escrito em língua estranha.
Com o decorrer do tempo, o povo de Portugal começou a prestar culto à sua figura, atribuindo-lhe inúmeros milagres. Ficaram criadas as condições para que o nome de santo se associasse ao de Condestável.
Santo Condestável, que viveu de 1360 a 1431, foi beatificado em 1918 pelo então Papa Bento XV. Esteve para ser canonizado, em 1947, por decreto que Pio XII, o que acabou por não acontecer.
O seu dia festivo é 6 DE NOVEMBRO. O processo de canonização foi iniciado em 1940, tendo sido interrompido posteriormente. Em 2004 foi reiniciado e tinha o seu termo anunciado para o ano de 2009. Hoje concretizou-se esse sonho e desejo de todos os Portugueses. É um dia feliz para os Portugueses!
O seu dia festivo é 6 DE NOVEMBRO. O processo de canonização foi iniciado em 1940, tendo sido interrompido posteriormente. Em 2004 foi reiniciado e tinha o seu termo anunciado para o ano de 2009. Hoje concretizou-se esse sonho e desejo de todos os Portugueses. É um dia feliz para os Portugueses!
.
.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário