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‘’25 de Abril sob o signo da liberdade’’
Com o 25 de Abril, operaram-se na sociedade Portuguesa grandes mutações de incalculáveis consequências, que trouxeram a Pe Correia da Cunha, grandes apreensões e preocupações na sua missão pastoral.
Havia uma grande esperança em todo o povo português na construção de uma sociedade assente na justiça, na liberdade e na paz. Pe. Correia da Cunha apenas se deslumbrava na incompetência da cultura política dos novos governantes e sobretudo os oriundos da carreira militar. Não acreditava que fossem asseguradas as condições para a efectivação de uma verdadeira liberdade e o respeito que era justo às pessoas e instituições.
Pe Correia da Cunha era um homem discreto mas estava muito atento aos problemas, lendo toda a imprensa publicada em Portugal e estrangeiro no que referia às relações entre a Igreja e o Estado, nomeadamente entre as situações mais difíceis da política portuguesa.
Viveu um período muito difícil. Como sabemos Pe Correia da Cunha era um homem simples mas tinha a admiração e simpatia de muitos que ocupavam altos cargos na sociedade portuguesa até à revolução. E por isso, acompanhou a perda de muitas boas e velhas amizades com grande tristeza e angústia. Ele que era um homem de fé, ao mesmo tempo vivia angustiosamente os problemas das várias crises revolucionárias, sabendo que não tinha meios e recursos para enfrentar tantas injustiças, vinganças e desafios…
Era tempo de prudência e de lucidez mas para ele era altura de se tomarem decisões de uma grande coragem, que não reconhecia nos novos dirigentes políticos do país.
Não conseguia entender a mudança abrupta de muitos seus seguidores ao assumirem cargos em partidos políticos que não respeitavam o pluralismo na vida social, ferindo a sua sensibilidade e a sua compreensão.
A sua saúde era débil, com tantos atropelos ao direito e à fraternidade humana e cristã, nós os seus amigos mais próximos fomos sentindo e assistindo a um empobrecimento gradual da sua doença assim como a um isolamento voluntário no culto da leitura de todas as novidades literárias da época.
Pe Correia da Cunha tinha o forte desejo de fazer mais e melhor, de antecipar problemas e encontrar soluções nuns tempos dramaticamente difíceis. E nessa medida, era incompreendido e vivia obsessivamente angustiado com o (PREC), e morreu convictamente convencido que: ‘’Portugal nunca viverá numa autêntica e verdadeira democracia. ‘’
É curioso que sendo um homem de espírito aberto e muito inteligente, muito o assanhavam designações como de uma igreja progressista ou cristãos empenhados na construção de uma sociedade avançada. A sua sólida formação não lhe permitia alimentar qualquer tipo de aventura e de falsa modernidade.
Pe Correia da Cunha referia que uma sociedade nova precisava de homens novos. As instituições ainda que alteradas na forma, só deixarão de ser velhas quando forem servidas por homens renovados. A mensagem evangélica exige que nos convertamos. Os políticos e os ‘’militares ‘’ não se deixam converter…
É QUE HÁ DEMOCRACIA E DEMOCRACIA.
Havia uma grande esperança em todo o povo português na construção de uma sociedade assente na justiça, na liberdade e na paz. Pe. Correia da Cunha apenas se deslumbrava na incompetência da cultura política dos novos governantes e sobretudo os oriundos da carreira militar. Não acreditava que fossem asseguradas as condições para a efectivação de uma verdadeira liberdade e o respeito que era justo às pessoas e instituições.
Pe Correia da Cunha era um homem discreto mas estava muito atento aos problemas, lendo toda a imprensa publicada em Portugal e estrangeiro no que referia às relações entre a Igreja e o Estado, nomeadamente entre as situações mais difíceis da política portuguesa.
Viveu um período muito difícil. Como sabemos Pe Correia da Cunha era um homem simples mas tinha a admiração e simpatia de muitos que ocupavam altos cargos na sociedade portuguesa até à revolução. E por isso, acompanhou a perda de muitas boas e velhas amizades com grande tristeza e angústia. Ele que era um homem de fé, ao mesmo tempo vivia angustiosamente os problemas das várias crises revolucionárias, sabendo que não tinha meios e recursos para enfrentar tantas injustiças, vinganças e desafios…
Era tempo de prudência e de lucidez mas para ele era altura de se tomarem decisões de uma grande coragem, que não reconhecia nos novos dirigentes políticos do país.
Não conseguia entender a mudança abrupta de muitos seus seguidores ao assumirem cargos em partidos políticos que não respeitavam o pluralismo na vida social, ferindo a sua sensibilidade e a sua compreensão.
A sua saúde era débil, com tantos atropelos ao direito e à fraternidade humana e cristã, nós os seus amigos mais próximos fomos sentindo e assistindo a um empobrecimento gradual da sua doença assim como a um isolamento voluntário no culto da leitura de todas as novidades literárias da época.
Pe Correia da Cunha tinha o forte desejo de fazer mais e melhor, de antecipar problemas e encontrar soluções nuns tempos dramaticamente difíceis. E nessa medida, era incompreendido e vivia obsessivamente angustiado com o (PREC), e morreu convictamente convencido que: ‘’Portugal nunca viverá numa autêntica e verdadeira democracia. ‘’
É curioso que sendo um homem de espírito aberto e muito inteligente, muito o assanhavam designações como de uma igreja progressista ou cristãos empenhados na construção de uma sociedade avançada. A sua sólida formação não lhe permitia alimentar qualquer tipo de aventura e de falsa modernidade.
Pe Correia da Cunha referia que uma sociedade nova precisava de homens novos. As instituições ainda que alteradas na forma, só deixarão de ser velhas quando forem servidas por homens renovados. A mensagem evangélica exige que nos convertamos. Os políticos e os ‘’militares ‘’ não se deixam converter…
É QUE HÁ DEMOCRACIA E DEMOCRACIA.
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Para que conste:
ResponderEliminarNo 25 de Abril 1974 que eu vivi, não comportava a fome, nem o desemprego, nem os trabalhadores descartáveis, nem as listas de espera, nem a opulência feita à custa da exploração alheia… No meu 25 de Abril, não havia lugar para os políticos de carreira, com ordenados chorudos e reformas obscenas, profissionais do embuste e do oportunismo, parasitas de um povo que começa a ter saudades do tempo que éramos mais pobres mas muito mais felizes e onde havia mais equidade…
Será que Pe. Correia da Cunha, em seu perfeito juízo e bom senso que o caracterizavam podia hoje festejá-lo?
Não! Este Abril que vivemos já não é de festa. É um Abril de mágoas mil. E, por isso mesmo, de muita desilusão e mágoa.
Li este comentário e como conhecia muito bem este grande Padre Cunha posso afirmar com rigor que ele não estaria decerto feliz com a presente situação.
ResponderEliminarO Padre Cunha amava a Liberdade. Dizia-se em surdina que tinha sido ele a esconder o General Humberto Delgado. Nunca saberemos ao certo. Porém pertenci à JOC em S. Vicente e da Igreja de S. Vicente de Fora saiu nos anos 60 uma grande manifestação da JOC. O Padre Cunha era povo e não se fechava no cartório, fazia tudo para melhorar a vida das pessoas da paróquia. Teve mão dele acabar com as barracas miseráveis no Pátio de S. Vicente. Protegeu muita gente! Ajudou muitos jovens a serem o que hoje são. Eu aprendi e comungo dos seus ensinamentos. Para ajudar o próximo e para conservar aquele Mosteiro em ruínas eu presenciei, pois estava ao lado dele, e por duas vezes, conversas directas com Salazar. Conseguiu a iluminação do edifício coisa rara nesse tempo. As pessoas esquecem-se! Hoje tudo é diferente. Nesse tempo tudo era muito difícil de conseguir e ele conseguiu reunir um grupo imenso de jovens e paroquianos para as diferentes missões.
O Padre Cunha era um HOMEM extraordinário.
Rogério Martins Simões