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Competição talvez exageradamente eufórica: o último quartel do Séc. XVI apresenta-se como o reverso dessa idade de ouro. A derrota de Alcântara reúne Portugal à coroa de Espanha, até à Revolução de 1640, que abre Lisboa para um Séc. XVII florescente.
Mas, em 1755, um terramoto destrói toda a parte baixa da cidade e causa graves prejuízos noutros edifícios – a cúpula da Igreja de S. Vicente de Fora desmorona-se.
O labirinto das ruas medievais é em muitos casos substituído pela geométrica baixa do Marquês de Pombal. Desde então, Lisboa não tem parado de crescer: bairros novos, porto, metropolitano, etc.…
A partir do rio chega-se à Igreja de S. Vicente de Fora pela Rua do Paraíso e deixando-se à direita a Feira da Ladra, desembocando-se pelo norte nos degraus da escadaria de S. Vicente de Fora.
Et toi, noble Lisbonne, qui dans le monde
Es facilement dês autres la princesse,
Bâtie que tu fus par l’homme éloquent
Dont la supercherie incendia la Dardanie
Toi à qui obéit la mer profonde,
Tu as obéi à la force portugaise,
Egalement appuyée par la flotte puissante
Qui dês régions boréales avait été expédiée…
Lusíadas III
Por Padre José Correia da Cunha
Próximo texto: - O VOTO DO PRIMEIRO REI DE PORTUGAL
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‘’LISBOA TEM A BELEZA NOSTÁLGICA E ALTIVA...’’
Como sabemos, o Padre Correia da Cunha (1917-1977) nasceu na freguesia de Arroios em Lisboa. O Padre Correia da Cunha era um alfacinha da gema, admirava e mantinha uma grande paixão pela sua cidade. Era um grande e obstinado AMIGO DE LISBOA.
É chegado o momento de publicar três textos da autoria de Padre José Correia da Cunha sobre:
- LISBOA ANTIGA
- O VOTO DO PRIMEIRO REI DE PORTUGAL
- A NOSSA IGREJA
Os seus originais estão redigidos em língua francesa. Só graças à prestável e amável colaboração da Drª. Maria Luísa Trincão de Paiva Boléo, é possível tornar visíveis estes textos inéditos na língua de Camões.
É chegado o momento de publicar três textos da autoria de Padre José Correia da Cunha sobre:
- LISBOA ANTIGA
- O VOTO DO PRIMEIRO REI DE PORTUGAL
- A NOSSA IGREJA
Os seus originais estão redigidos em língua francesa. Só graças à prestável e amável colaboração da Drª. Maria Luísa Trincão de Paiva Boléo, é possível tornar visíveis estes textos inéditos na língua de Camões.
Entre as grandes cidades da Europa mais sedutoras, para quem as descobre, Lisboa ergue-se na extremidade ocidental do continente, atlântica e mediterrânica, sentada diante do seu estuário, toda cor-de-rosa e salpicada de campanários brancos, misturando os seus bairros bem alinhados do Sec. XVIII, ou modernos, com aqueles que foram poupados pelo terramoto de 1755, como o ruidoso labirinto de Alfama.
Lisboa tem a beleza nostálgica e altiva que se respira perpétuamente nos fados duma cidade com a história à flor da pele.
E tem uma história complexa e movimentada. A ocupação deste local privilegiado na margem direita do Tejo perde-se na noite dos tempos. Os Fenícios e os Cartagineses precederam quatro longos séculos de dominação romana. No século I A.C., Lisboa é um município. No Séc. V começam as invasões inicialmente vindas do Norte: os Álamos, depois os Suevos, depois ainda os Visigodos, misturam-se com a população local, já de diversas origens, que ocupa a colina do Castelo e as numerosas casas que a rodeiam. A partir de 714, o invasor vem do Sul: a dominação muçulmana dura mais ou menos tanto tempo como a romana. Os cristãos do Reino de Leão e os Mouros sucedem-se à volta do Castelo, ora assaltantes ora cercados, até Lisboa cair definitivamente nas mãos do primeiro Rei Português, D. Afonso Henriques, em 1147.
Começa então um desenvolvimento rápido que transborda das muralhas mouriscas, nascem novos bairros à volta dos edifícios religiosos espalhados pelos vales e colinas circunvizinhas. No fim do Séc. XIV, o Rei D. Fernando faz rodear a cidade agora capital do reino de Portugal com novas fortificações.
O Séc. XV, D. João I e o Infante D. Henrique tornam Lisboa senhora de mares até então desconhecida. O caminho para as Índias conquista-lhe a sua hora de maior glória: a Lisboa da Renascença, da exuberante decoração manuelina, que se pode admirar no Mosteiro dos Jerónimos e na Torre de Belém, e que se torna num dos centos cosmopolitas mais famosos da Europa… de tal modo que nem a opulenta Veneza resiste a tal competição…
Lisboa tem a beleza nostálgica e altiva que se respira perpétuamente nos fados duma cidade com a história à flor da pele.
E tem uma história complexa e movimentada. A ocupação deste local privilegiado na margem direita do Tejo perde-se na noite dos tempos. Os Fenícios e os Cartagineses precederam quatro longos séculos de dominação romana. No século I A.C., Lisboa é um município. No Séc. V começam as invasões inicialmente vindas do Norte: os Álamos, depois os Suevos, depois ainda os Visigodos, misturam-se com a população local, já de diversas origens, que ocupa a colina do Castelo e as numerosas casas que a rodeiam. A partir de 714, o invasor vem do Sul: a dominação muçulmana dura mais ou menos tanto tempo como a romana. Os cristãos do Reino de Leão e os Mouros sucedem-se à volta do Castelo, ora assaltantes ora cercados, até Lisboa cair definitivamente nas mãos do primeiro Rei Português, D. Afonso Henriques, em 1147.
Começa então um desenvolvimento rápido que transborda das muralhas mouriscas, nascem novos bairros à volta dos edifícios religiosos espalhados pelos vales e colinas circunvizinhas. No fim do Séc. XIV, o Rei D. Fernando faz rodear a cidade agora capital do reino de Portugal com novas fortificações.
O Séc. XV, D. João I e o Infante D. Henrique tornam Lisboa senhora de mares até então desconhecida. O caminho para as Índias conquista-lhe a sua hora de maior glória: a Lisboa da Renascença, da exuberante decoração manuelina, que se pode admirar no Mosteiro dos Jerónimos e na Torre de Belém, e que se torna num dos centos cosmopolitas mais famosos da Europa… de tal modo que nem a opulenta Veneza resiste a tal competição…
Competição talvez exageradamente eufórica: o último quartel do Séc. XVI apresenta-se como o reverso dessa idade de ouro. A derrota de Alcântara reúne Portugal à coroa de Espanha, até à Revolução de 1640, que abre Lisboa para um Séc. XVII florescente.
Mas, em 1755, um terramoto destrói toda a parte baixa da cidade e causa graves prejuízos noutros edifícios – a cúpula da Igreja de S. Vicente de Fora desmorona-se.
O labirinto das ruas medievais é em muitos casos substituído pela geométrica baixa do Marquês de Pombal. Desde então, Lisboa não tem parado de crescer: bairros novos, porto, metropolitano, etc.…
A partir do rio chega-se à Igreja de S. Vicente de Fora pela Rua do Paraíso e deixando-se à direita a Feira da Ladra, desembocando-se pelo norte nos degraus da escadaria de S. Vicente de Fora.
Et toi, noble Lisbonne, qui dans le monde
Es facilement dês autres la princesse,
Bâtie que tu fus par l’homme éloquent
Dont la supercherie incendia la Dardanie
Toi à qui obéit la mer profonde,
Tu as obéi à la force portugaise,
Egalement appuyée par la flotte puissante
Qui dês régions boréales avait été expédiée…
Lusíadas III
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