segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

ALA DOS AMIGOS DE PE. CORREIA DA CUNHA





Os amigos que partiram…





IN MEMORIAM


MANUEL PEDRO SOUTO

1897-1988


122º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO



Manuel Pedro Souto foi sacristão da Paróquia de São Vicente de Fora, entre 1934 e 1967. Nasceu a 28 de Janeiro de 1897, em Pedrogão (Torres Novas), mais conhecido por Pedrógão d’Aire.

Passam hoje cento e vinte e dois anos do seu nascimento. Considero ser um dever relembrar este homem possuidor de uma alma de eleição que foi estimado e admirado por todos que com ele privaram, uma pessoa de inexcedível nobreza de sentimentos e de um cavalheirismo doutros tempos.


Cinquenta e dois anos são decorridos! E, todavia, lembro-me como se fosse hoje daquele ano de 1967, em que o Sr. Manuel, com os seus setenta anos, se retirou para a sua terra natal a fim de gozar do merecido repouso depois de tantos anos de generosa entrega ao serviço da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora.



Profundamente crente e austero, era  apreciado pelas muitas senhoras de piedosas virtudes que propositadamente se dirigiam à Igreja de São Vicente de Fora para o visitarem. Para elas, era sempre um confiável conselheiro e um cristão exemplar, o jovem sacristão de sessenta e tal anos. 



Nunca o ouvi dizer mal de ninguém. E tinha um respeito e veneração, diria mesmo, culto pela memória do seu amado prior: Monsenhor Francisco Esteves.

Era de uma pura e fina sensibilidade que lhe conferiam uma intuição especial para o negócio dos artigos religiosos, livros sagrados, pagelas e ceras..., mas contrariamente ao que se afirmava, pelos espaços da paróquia, não soube transformar essa sua arte em rendimento. Por isso morreu pobre. Morreu Santo.

Segundo testemunhos de muitos paroquianos, que ainda o conheceram, o Sr. Manuel Souto era um crente afectuosíssimo; muitas vezes nos falava do notável pastor Monsenhor Francisco Esteves e de outros seus amigos. Ao invocar esse passado de recordações, de factos, de episódios da sua vida e dos que lhe eram queridos, falava com tanto entusiasmo, tanto calor, tanta vida que parecia ressurgir o belo espírito, vigor e entusiasmo de um passado tão preenchido e pleno de felicidade. 

O Padre Correia da Cunha sempre enalteceu o serviço prestado por este seu brioso colaborador; homem honrado, cavalheiro incontestável e sempre muito afectuoso e leal. Pela sua provecta idade era um acérrimo defensor da tradição doutrinária e litúrgica. Não via com bons olhos os ventos de mudança que o jovem pároco Correia da Cunha introduzia na comunidade paroquial. Recordo um texto de 1967, sobre uma celebração litúrgica ocorrida em São Vicente de Fora ao som de música moderna. ''Só o velho sacristão Sr. Manuel Souto, que servia devotamente há mais de trinta e três anos a paróquia, ficou mal-humorado e expressava  toda a sua indignação'': «Não compreendo nem sei o que isto representa. Dizem que é o YÉ-YÉ…».

Ele era crente, profundamente crente; sempre disponível para acolher com todo o carinho no seu lar, que se situava em todo 1º andar da ala este Mosteiro, os familiares oriundos do seu lugar natal. Era um encanto ouvi-lo, expondo as suas ideias e a falar da sua desmedida Fé.

Assim fecho esta singela homenagem a Manuel Souto que soube zelar por todo aquele património do Mosteiro de São Vicente de Fora durante décadas com muito amor e dedicação.

No dia 26 de Fevereiro de 1988, foi repousar na Glória de Deus.

Dai-lhe Senhor, o eterno descanso e brilhe para ele o esplendor da Luz Eterna.


Paz à sua grande alma.

















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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

PE. CORREIA DA CUNHA - HOMENAGEM AO COADJUTOR









A DOMUS DOMESTICA SÓ ATINGE O SEU SENTIDO PLENO QUANDO SE TORNA LUGAR DA PRESENÇA DIVINA.



Estou de volta para vos trazer novas emoções sobre a exposição: “O HOMEM DOMICILIADO”. É uma justa e merecida homenagem ao coadjutor «oficial», do saudoso prior de São Vicente de Fora, durante o período de 1970 a 1974, Ismael Sanches (Pe).

É já no próximo dia 1 de Fevereiro que se procederá à solene inauguração da exposição de pintura do mestre Rui Aço, na galeria Arte Graça. 

Estão de parabéns a Junta de Freguesia de São Vicente, a Oficina do Desenho e o Grupo Objectivo por terem contribuído para a concretização deste evento cultural. É para mim uma enorme alegria poder participar na sua divulgação junto dos amigos do inesquecível prior Correia da Cunha (1960-1977).




Esta exposição foi sonhada de modo a educar o olhar e propor uma visão intelectual sobre a obra literária do teólogo Ismael Sanches (Pe) «A CASA – PONTO DE HONRA». Assim, para esta exposição, optou-se por uma programação com dois tempos:



Primeiro – Dia 1 de Fevereiro ás 18 horas 

Inauguração da exposição com a presença das instituições que se associaram a esta acção cultural, com a presença da curadora a artista plástica e jornalista Marita Moreno Ferreira. 

Segundo – Dia 8 de Fevereiro às 18 horas 

Apresentação do livro «A CASA-PONTO DE HONRA», seguida de uma reflexão filosófica sobre a obra da autoria de Ismael Sanches (Pe), focando os mais diversos pontos de vista, de modo a preparar os participantes para uma reflexão sobre as temáticas abordadas no ensaio e na arte plástica. 

Contará esta sessão com a presença dos Drs. Fernando Machado, Rui Lagartinho, Ismael Sanches e o pintor Rui Aço.


Esta exposição nasce das muitas memórias de um grupo de jovens da Paróquia de São Vicente de Fora, fundado a 31 de Outubro de 1971, pelo Padre Correia da Cunha (1917-1977). Este sacerdote dedicou toda uma vida à formação cristã, cultural e social da juventude, na Armada Portuguesa e na sua amada paróquia. Como referia aos jovens: «Só pode haver uma mudança da sociedade, com base numa ampla formação intelectual que requer o envolvimento das áreas do conhecimento das letras e das artes


O Padre Correia da Cunha, prior da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora (1960-1977) soube escolher o beneditino D. Felix (Ismael Sanches) pelo seu génio, ousadia e pensamento universalista para orientador do Grupo de Jovens «OBJECTIVO», ajudando os jovens a construirem uma cultura e a edificarem uma casa para, no seu interior, se abrigarem e viverem… radicalmente a utopia do cristianismo.

Em inícios do ano de 2016, o filosofo teólogo Ismael Sanches editou o livro – A CASA- PONTO DE HONRA, que seduziria e desafiaria o mestre Rui Aço a pintar imensas obras que hoje compõem esta brilhante exposição. 

Convido-vos pois a participar neste evento de Homenagem ao Ismael Sanches, para educarmos os nossos olhares e a fazermos uma reflexão artística e racional sobre as temáticas desta esplêndida exposição. 


Conto com a vossa presença!


ISMAEL SANCHES foi monge beneditino (1950-1980) com o nome monástico de Frei Félix, no Mosteiro de Singeverga, onde cursou Filosofia e Teologia e onde foi ordenado em 1957.
Iniciou a sua carreira docente na cidade do Porto no Instituto Superior de Estudos Teológicos. Foi nomeado pelo Cardeal António Ribeiro no ano de 1974 para director do Externato Frei Luís de Sousa até 1980. Nos ano 60 cursou na Faculdade de Filosofia e Teologia da Universidade de Munique. Nos anos 90, no Brasil leccionou no Seminário Maior de São Salvador da Baía e Colégio de São Bento em São Paulo a cadeira de Filosofia. Presentemente dedica-se ao estudo e à escrita.
















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