quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
PE. CORREIA DA CUNHA - NATAL 2021
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
PE. CORREIA DA CUNHA E OS MAGUSTOS
São Martinho! Bela página cristã, recordando um salutar sentimento de partilha. No encontro com o mendigo, com a sua espada Martinho cortou o seu manto ao meio para o dividir com o pedinte. Desde esse momento, por esta época o tempo mantem-se soalheiro, designando-se verão de São Martinho.
Hoje este dia traz-me à memória
os grandes magustos organizados pelo Padre Correia da Cunha, na paróquia de São
Vicente de Fora, onde os sentimentos puros, aquelas singelas demostrações de fraternidade
e aquelas sublimes provas de amizade congregavam toda a comunidade à volta da fogueira
das castanhas.
Não faltavam as castanhas assadas, no forno da padaria do Senhor António Barata (1931-2021) que recentemente nos deixou. Aproveito para recordar este homem de uma postura e de um trato formidável. A sua preciosa colaboração nos magustos de São Martinho era de mestria e grande zelo pelas suas extraordinárias qualidades e virtudes. Sempre apreciei este homem franco, simples, amigo do trabalho e muito honesto. Era um ser humano verdadeiramente feliz porque é dotado dos melhores sentimentos cristãos. Nunca recusava um pedido do seu pároco e sempre manifestava a sua disponibilidade para colaborar na feitura do grandioso magusto da Paróquia. Eram uma larga quantidade de sacos de castanhas. Toda a família paroquial se reunia no pátio dos corvos, para degustar castanhas e regá-las com o vinho novo e jeropiga. Para o Padre Correia da Cunha esta tradição não podia deixar de se comemorar na sua paróquia, pois era também uma forma de homenagearmos os nossos antepassados…
Na época actual esquecemos de
tudo o que somos para pretender sermos tudo o que jamais seremos… São Martinho
apesar de ser quase indiferente dos contemporâneos, com as comunidades entregues a
outras preocupações, haverá, ainda, por aí, quem se lembre de imitar as
tradições herdadas deste clérigo. Provar a pinga no dia de São Martinho. Que
saudade dos meus dezoito anos!
Hoje, olhando para aquela Igreja
de São Vicente de Fora, apenas me traz recordações e saudades nos meus
pensamentos retrospectivos que a fúria da actualidade não consegue afastar das
minhas ideias.
sexta-feira, 2 de abril de 2021
PE. CORREIA DA CUNHA – PASCHA NOSTRUM
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
ALA DOS AMIGOS DE PE. CORREIA DA CUNHA
Os amigos que partiram...
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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
PE. CORREIA DA CUNHA - FADISTA CARLOS DO CARMO (1939-2021)
CARLOS DO CARMO (1939-2021) - E SUA MENINA E MOÇA
Não sei como começar a escrever de algo que aconteceu há mais de 50 anos, num dos pátios, dos amplos claustros do Mosteiro de São Vicente de Fora, na cidade de Lisboa.
O fadista Carlos do Carmo a convite do seu grande amigo Padre Correia da Cunha foi cantar a São Vicente de Fora, com toda a sublimidade do fado. Lembro que ele sorria de felicidade radiante, diante de uma enorme plateia completa. Um homem sozinho, acompanhado apenas de um guitarrista e um viola. Cantava primorosamente, pois a sua voz era toda sentimento.
Creio que muitos nunca esquecerão aquela tarde do ano de 1970, como refere o meu bom amigo Carlos Pissarra que muito contribui para a realização daquele maravilhoso evento. O António Carlos Pissarra ficou tão entusiasmado com o êxito obtido, que tentou convencer o Padre Correia da Cunha a transformar aqueles claustros, revestidos de azulejos, numa permanente sala de fados.
Foi brilhante a interpretação do genial fadista, com as melodias extraídas dos acordes daquela guitarra e viola. Conquistou a simpatia e efusivos aplausos dos vicentinos. As almas encheram-se de profundas emoções. No fadista Carlos do Carmo até o próprio silêncio tinha sonoridade.
Os fados interpretados pela voz do Carlos do Carmo eram sentidos pela alma. A arte musical não tem propriedade; é de quem a admira, a entende e a pratica com voluptuosidade dos amantes apaixonados. Era o caso do reverendo Padre Correia da Cunha, que sempre lutou para transformar a sua paróquia num verdadeiro Centro Cultural (a sua sonhada Associação para a música organística). Obviamente, dando primazia às actividades pastorais e ao culto.
Jamais poderemos esquecer a figura deste fadista e as interpretações das cantigas à sua cidade de Lisboa, como ainda hoje recordamos as belas cartas de amor que o Padre Correia da Cunha escrevia à cidade onde nas, cera. Nas nossas almas ficarão impressos pedaços de melodias poéticas, musicando o sentimento existente nos sonhos do nosso amor a esta cidade feiticeira: LISBOA MENINA E MOÇA...
Carlos do Carmo morreu. Soube-o através das Tv's neste primeiro dia do ano de 2011. O seu nome ficará gravado para sempre na história da canção nacional.
Por isso escrevo esta singela homenagem de muita admiração a este grande Homem de bondade e cavalheirismo. Lisboa nunca o esquecerá!
Sei da verdadeira amizade do Padre Correia da Cunha com a Dona Lucília do Carmo. Era plena e cimentada em grandes virtudes, desenvolvida em mútua nobreza de caracteres. Nesta foto : O Padre Correia da Cunha está numa tertúlia com amigos, no Restaurante típico O FAIA, que era proprietária a Senhora Dona Lucília do Carmo.
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