A NOSSA PASCOA
44º ANIVERSÁRIO
2 ABRIL 1977
Em tempo de tríduo pascal, não podia
deixar de lembrar com saudade o Padre Correia da Cunha, no dia em que se retirou
deste mundo. Foi precisamente há quarenta e quatro anos. (Nas. 26 de Setembro de
1917 e Faleceu 2 de Abril de 1977). Perpetuar a memória dos que pela sua
inteligência, cultura foram úteis à comunidade é dever que se impõe.
Dar
conhecimento aos presentes e aos vindouros das virtudes e acções que enobreceram
os antepassados, para que lhes sirvam de ensinamentos e estímulo, representa
benefício para os vivos e justiça para os que já abandonaram esta peregrinação
terrena. Foi no dia 2 de Abril do ano de 1977, que o zeloso sacerdote, cujas as
palavras de mestre durante anos se afirmaram nos púlpitos da marinhagem e dos
vicentinos nos deixou. Ficaram muitos livros de Vida Espiritual.
Hoje, trago a
publico um desses livros – PASCHA NOSTRUM – A NOSSA PÁSCOA. É este prestimoso
trabalho, uma compendiosa obra que foca a Liturgia Pascal, na vida dos cristãos.
Vem na hora própria como o Padre Correia da Cunha o escreve no prólogo: ’’. Nas
tuas mãos deponho este livro. Não para o leres com espírito de curiosidade, mas
para que, por ele, mais facilmente vivas o mistério central de toda a vida
cristã – A PÁSCOA – Foi por isso que lhe dei o nome de PASCHA NOSTRUM.É uma das
manifestações da vida da Igreja a que dela dimana como fonte primária e
indispensável do verdadeiro espírito cristão: a liturgia. É triste e faz pena…
Mas PASCHA MOSTRUM vai-te acompanhar durante estes dias…’’
Este livro da autoria
do Padre Correia da Cunha foi escrito em linguagem despreocupada que não exclui
a elegância da forma e pureza da língua, são conceitos informados por aquele
sentido prático e realista que o caracterizaram sempre nos seus escritos
litúrgicos, de que deixou imensa obra escrita. O Padre Correia da Cunha foi dos
mais esclarecidos espíritos do seu tempo nesta área, considerado um grande
latinista e cultor de humanidades. Este valioso livro que conservo em meu poder,
representa incalculável valor. Escrito por um homem dotado de uma aguda
inteligência e insaciável vontade de saber. Recordo que no cerimonial das suas
exéquias ocorridas no Domingo de Ramos de 1977, o seu bom amigo Padre Moreira
das Neves teve-o com cerimoniário de toda a celebração.
No espólio da Paróquia
de São Vicente de Fora, devem estar sabe Deus, em que estado, imensa obra e
manuscritos da autoria deste sacerdote, não seria difícil encontrar
preciosidades que deveriam conhecer a luz do dia. A sua alma de rara delicadeza
e fina sensibilidade, depurada nas suas persistentes maleitas, vibram nestas
obras tão cheias de ternura e amizade.
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