terça-feira, 12 de março de 2019

PE. CORREIA DA CUNHA – ACÇÃO CATÓLICA X













SE ALGUÉM PUDER CONVENCER QUE ERREI POR ACTOS, DE BOM GRADO MUDAREI…




Para trabalhar com os jovens que são emocionalmente muito vivos e mentalmente ignorantes em matérias de sexualidade, era necessário educa-los e falar-lhes claramente. O saber nunca faz mal a ninguém, desde que seja administrado de maneira correcta e em tempo certo. A ignorância sobre a temática da sexualidade é muito perigosa. O Padre Correia da Cunha considerava inimaginável que os adolescentes e jovens não fossem instruídos na área da sexualidade na aprendizagem das ciências naturais.

À época, os pais da paróquia de São Vicente de Fora, na maioria não tinham noções sobre este assunto. Os pontos de vista eram tão deformados nas questões da sexualidade que não era possível convencê-los dos erros em que estavam. Era importante que os filhos fossem ajudados de fora, pois também não encontravam encorajamento em casa. Os jovens eram ávidos de conhecimentos e prontos para aprenderem. O prior Correia da Cunha organizava conferências sobre educação sexual nas instalações da paróquia e sempre contava com grande frequência de adolescentes e jovens de ambos os sexos. Estes colóquios eram muito úteis pois que, a despeito da sua vivacidade, o clérigo possuía imensos conhecimentos para lidar com a maior variedade de perguntas que surgiam por parte dos participantes.

A educação sexual estava inteiramente ausente nas famílias e nas escolas, por isso, o Padre Correia da Cunha considerava que seria obrigação da paróquia apresentar à juventude as concepções positivas do sexo, que pudessem servir para reconciliar uma visão mais construtiva da vida. O instinto sexual, se usado legitimamente, torna-se na base da forma mais elevada do amor. Se as relações sexuais advirem da harmonia, aperfeiçoamento, felicidade e paz de espírito, elas são boas. No caso de serem praticadas para mera satisfação física não serão aceitáveis. O sexo é um dom de Deus e por conseguinte um bem. Não existe no Cristianismo nenhum fundamento para considerar o sexo como motivo de vergonha. Era claro para o sacerdote que além de cuidar da vida espiritual dos seus paroquianos não poderia ignorar a vida física. Ninguém como ele conseguia lidar tão acertadamente com as questões sexuais, não só pela sua experiência, profundos conhecimentos, mas sobretudo pelo imenso respeito que estas questões lhe mereciam. Era indispensável uma perfeita união entre a ciência e a religião para poder-se assentar em alicerces sólidos a vida familiar e social.




Nunca esqueço estas suas palavras: «Jesus Cristo ensinava que Deus como Pai amoroso, somente deseja o bem para os seus filhos.». Nunca falava do sexo como uma coisa imunda, antes pelo contrário, pelo sexo a nossa personalidade se podia desenvolver em toda a plenitude da vida, tornando-a mais harmoniosa e repleta de felicidade.

O Padre Correia da Cunha era tão cheio de compreensão que, embora estes problemas do sexo não parecessem preocupá-lo, tudo fazia para ajudar os rapazes a não verem nas raparigas uns belos brinquedos ou objectos de mero prazer. A felicidade só pode ser gerada pelo auto-domínio e no respeito mútuo, e não pelo egoísmo. O amor é muito mais do que o simples desejo sensual; é a completa identificação de dois seres. Se procurais encontrar tal amor – uma tal compreensão – haveis de criar entre os dois um poder, uma força, que vos tornará capazes de fazer obra de Deus no Mundo.



O princípio básico da doutrina cristã é: «Amai-vos uns aos outros…» e a sua aplicação às nossas vidas afectivas resolverá muitas das nossas dificuldades, pelo que o Padre Correia da Cunha sempre concluía: que tudo o que era feito com amor não era pecado. 




Texto autoria do Padre Correia da Cunha


OS NOVOS SÃO MALEAVEIS


Os patinhos e pintainhos quando sentem as asas a crescer, instintivamente as usam e perdem a docilidade que antes tinham para com a ave progenitora.

Do mesmo modo os jovens gostam de se apresentar com um certo ar de independência devido à vigilância mesquinha que tiveram anteriormente bem como a sua acanhada educação. Se porém se insurgem contra a autoridade ou melhor contra o autoritarismo, deixam-se subjugar por explicações certas e singelas.

Não percamos de vista a instintiva repugnância a serem tratados como crianças. Devemos sempre fazer ver ao rapaz que os seus defeitos nos são inteiramente desconhecidos, embora nós os conheçamos todos plenamente. Nunca devemos enganar os novos dando-lhes explicações falsas porque eles depressa conhecerão que nós os enganamos e perante eles perdemos todo ou quase todo o prestigio; mas pelo contrário devemos ilumina-los e esclarecê-los com a lógica da moral cristã. Assim exercemos neles uma salutar influência.

MARQUEMOS A RESPONSABILIDADE DOS NOVOS

Devemos pôr à frente dos jovens a sua vida um conjunto tanto mais os seus deveres a cumprir actualmente como as obrigações da vida futura.

A «sífilis» ou qualquer outra doença transmissível com que há-de contaminar a esposa e a futura prole, em que momento a contraiu? …

Sem dúvida entre os 15 e 20 anos… quando se divertia! Daí a razão por que a raça é fraca e depauperada. Devemos mostrar aos jovens a responsabilidade que lhes acarreta por não se guardarem pois os seus corpos são verdadeiros templos do Espírito Santo.

Devemos mostrar-lhes que a falta não é simplesmente pessoal mas vai mais além, atinge a todos quantos deviam integrar o seu futuro lar.

E que dizer das donzelas, que aos 15 ou 20 anos divertem, dançando horas seguidas e para se tornarem mais elegantes usam trajes apertadíssimos, assim estão pondo obstáculos a um desenvolvimento e para a formação da sua prole?

Devemos mostrar-lhes com suavidade, caridade e carinho que o seu defeito em geral se traduz em ruínas incalculáveis, prejuízos morais, materiais e muitas vezes em prejuízos eternos.






O PAPEL DO ASSISTENTE

Incumbe ao assistente eclesiástico corrigir com bondade e encaminhar os jovens. Não se deve mostrar aos jovens apenas o aspecto negativo das coisas, mas também o positivo.

A juventude é a primavera da vida e por isso é que assim devemos encaminhá-la para que dê muitos e bons frutos no outono ou seja no declinar da vida.

O amor ao trabalho, a boa ordem e a disciplina serão para o jovem, as nascentes da alegria da boa consciência e da prosperidade no futuro lar.

Acima de tudo devemos incutir nos jovens uma vida profundamente cristã criando neles uma mentalidade que tem como base e fundamento o Santo Evangelho e não a onda avassaladora do materialismo.

Devemos ensinar-lhes a terem com Nosso Senhor uma intimidade superior aquela que tem a criancinha para com os seus pais e também aquela que terá um dia para com a futura esposa: mas para isto é necessário que tenhamos uma convicção profunda e mais ainda viver esta intimidade em Cristo.


Acima de tudo deve ser um verdadeiro cristão, isto é: soldado cristão, pedreiro cristão, caixeiro cristão etc…




















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