quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

PE.CORREIA DA CUNHA - O NOVO ANO

 





DESPERTAR SEMPRE PARA UM NOVO AMANHECER...


Mais uma vez, estamos a chegar ao fim de um ano, que muito mudou as nossas vidas. Termina triste e sem grande festa! Perdemos quase dez meses em experimentações novas, que nos roubaram os belos sorrisos, ocultos por máscaras e os calorosos abraços, que nos fazem morrer de saudades. O Padre Correia da Cunha adorava multiplicar os abraços de felicitações pelos seus amigos. As nossas vidas tornaram-se misteriosas e distantes, de tão súbitas e imprevisíveis colhidas que nos confinaram, retirando-nos a felicidade que nos era devida. Muitas coisas findaram; muitas esperanças, sonhos e muitas vidas de amigos se extinguiram pelo maldito vírus…mas continuam vivas nos nossos corações. Foi com o Padre Correia da Cunha que apreendi, que enquanto os que partirem estiverem vivos no nosso coração, a morte não nunca poderá triunfar. Lembro também um celebre escritor, que escolheu para o epitáfio da sua sepultura a seguinte mensagem: Eu não estou aqui! Então onde estaria?

- Nos corações daqueles que o amaram e que não o querem deixar esquecer. Neste dia também o meu pensamento recorda com saudade o grande mestre Correia da Cunha.

Surgem os primeiros gestos optimistas com a vacinação, mas

ninguém é vitorioso diante de uma incógnita. Não nos falta a confiança e a esperança!

No limiar do fim do ano, sempre evocamos vários acontecimentos que não desejamos esquecer. Deste ano de 2020, só me resta o nascimento da minha amorosa neta Maria. Para além da pandemia foi um ano de desencanto, por falsas promessas e cansado de esperar por uma cirurgia, em hospitais confinados e profissionais centrados num único foco: A Covid. Factores diversos levaram-me a uma dobrada cirurgia e a duas semanas em cama de hospital. Algo que seria simples. Felizmente venci mais esta dolorosa etapa da minha vida.

No dia em que celebro mais um aniversário (31 DEZ), muitos dirão: Parabéns por mais um ano de vida, esquecendo-se eles que será menos um ano. Um pouco de tempo mais vivido é um pouco menos de tempo a viver. Cada ano que passa é mais um pedaço de vida consumido. Para mim o ano que finda é uma página lida e amarrotada. É passado!

É pois, motivo de jubilo no dia que surgirá um novo ano, recordar o glorioso passado da paróquia de São Vicente de Fora, onde aprendia a despertar sempre para um novo amanhecer, em cada novo ano que nascia… nas mensagem do pároco Correia da Cunha.

 

Um ano que finda não é mais do que o princípio de um ano novo.

Brevemente os relógios anunciarão o Ano Novo, haverá no olhar de cada um de nós um novo horizonte de sonhos e ilusões… A felicidade irá espalhar-se nesse dia em saudações de Bom Ano Novo. Não faltarão os brindes e palavras de optimismo, confiança e esperança.

Tão cheia de mistérios é a vida, que de imprevistas e maravilhadas surpresas da ciência, que espero confiadamente que este Novo Ano possa trazer-nos a alegria, que pela nossa resistência e sacrifício, bem merecemos. Como seria bom e reconfortante termos sabido esperar. Abramos confiadamente os braços a este NOVO ANO.

Neste fraterno espírito a todos envio um caloroso abraço de felicitações para o Novo Ano.

Feliz Ano Novo para todos os meus familiares e amigos.












.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

PE. CORREIA DA CUNHA - NATAL

 







ACHAREIS O MENINO ENVOLTO EM

 PANOS E DEITADO NUMA 

MANJEDOURA. (São Lucas, 2-12)


As horas vão-se aproximando uma a uma à grande celebração do Natal. E em cada um de nós vão nascendo sonhos de transparência e luz. Embora vivamos em tempos, que são de desilusões e angústias, de uma já longa e cansativa trajectória desta furiosa pandemia. É na sucessão de momentos festivos que todos vamos alimentando a jubilosa esperança…

A natividade de Jesus simboliza a luz e a luz sempre deverá ser representada pela imagem de um recém-nascido, o aprendi com o Padre Correia da Cunha. O menino Jesus é o exemplo da humildade e da fraternidade, lição sublime tantas vezes desprezada pela humanidade. Na comunidade paroquial de São Vicente de Fora, o Padre Correia da Cunha lembrava que o Natal estava ligado profundamente aquele estábulo de Belém onde nasceu Jesus.

No vestíbulo da igreja era construído todos os anos, um grandioso presépio que simbolizava o nascimento do Salvador.


Natal! Na transfiguração das horas, os momentos passam e a gente vê o céu mais perto e a terra toda iluminada pelo presépio santificado, que simboliza o nascimento do Salvador. Natal! As chamas dos círios, junto daquele presépio, brilhavam com mais intensidade, iluminando as nossas almas e lembrando-nos que aquele menino vinha ao mundo, trazendo uma mensagem de solidariedade humana.




Nos longos sermões o Padre Correia da Cunha lembrava: muitos de nós, onde incluía os clérigos, fazemos do nome de Jesus, credenciais para a hipocrisia e egoísmo das nossas atitudes. Mas felizmente ainda existem por aí criaturas de alma límpida, que seguem os ensinamentos do menino, e que saberão esperar com fé e resignação, pelo dia feliz da concretização de seus desejos

O Natal é a festa da família! Este ano os lares estarão mais tristes pela presença reduzida de familiares. Nesta noite bem-aventurada fluirá um pensamento de união, dos que não estando presentes fisicamente, ali estarão espiritualmente. As estrelas cintilantes dependuradas no pinheirinho tradicional, simbolizarão os que já partiram devido a este maléfico Covid 19. As bolas coloridas brilhantes são o sinal de todos os que gostaríamos de estar connosco nesta noite mágica. Em local de destaque no lar estará o presépio iluminado, com a imagem daquele menino que trouxe como mensagem: a igualdade de sentimentos humanos.

Natal! Dia consagrado a Jesus.

Os nossos desejos e optimismos vão na ânsia de que a sabedoria da ciência, nos ofereça com triunfo aquilo que tanto ardentemente esperamos. No começo do fim, só nos resta a esperança; nas trevas só se espera a luz.

O Natal de Jesus deve ser motivo para gerar renovadas emoções, no irresistível aceno espiritual para os mandamentos do príncipe da Paz. Sejamos sinceros para com o menino que nasceu pobre num curral de Belém.













.


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

PE. CCORREIA DA CUNHA – IMACULADA CONCEIÇÃO

 





UM FERIADO DIFERENTE E ESPECIAL 


Quando eu era menino, neste dia celebrava-se a Imaculada Conceição, que era mãe de Jesus. Por isso, também se comemorava o dia da nossa mãe. Ainda hoje, para mim o dia da mãe é o dia 8 de dezembro. O segundo domingo de maio é o dia comercial da mãe.

Mãe: Palavra imaculada, que deve existir sempre em nossos corações. Palavra pura que significa tudo o que há de mais sublime para nós.

Hoje é dia, de recordarmos aquela semideusa que nos viu nascer, nos afagou, nos alimentou, nos beijou, nos guiou…a única que sempre nos perdoou e nunca nos julgou.

Há quem fique sem mãe no justo momento em que mais necessitava dela. Como foi o meu caso. Mas, no céu, brilhando na ponta de uma luminosa estrela, todas as mães que Deus chamou, têm o poder de reger os destinos de seus filhos.

Neste início do mês de dezembro pensamos na Mãe de Deus, mas também nas nossas mães. Recordo ainda que na paróquia de São Vicente de Fora, o Padre Correia da Cunha aproveitava para festejar também os filhos (fazia-o junto do altar de N. Senhora da Conceição), que nasceram do ventre das mães, pois tinham os olhos das mães, os gestos das mães, as atitudes das mães, as ilusões das mães…

Em todos os sentimentos humanos há sempre um espaço santificado, reservado a lembrar as nossas mães: a de Jesus e a nossa mãe.




Neste ano de 2020 em que pairam sobre nós nuvens muito escuras, trazidas pela pandemia do Covid19 em que vivemos, o meu pensamento vai para as minhas saudades da infância, em que aos pés do altar de Nossa Senhora da Conceição, com uma oração nos lábios agradecia à Mãe de Jesus a proteção que não esquecia de estender às nossas mães. Hoje rogo-lhe que faça o sol brilhar sobre estas sombras enigmáticas.
















.



quarta-feira, 29 de julho de 2020

PE. CORREIA DA CUNHA - JOC «OS DOENTES» IV











MISSÃO DE VIDA: VOCAÇÃO PARA OS DOENTES


O Padre Correia da Cunha esteve à frente da Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora, de 1960 a 1977( durante dezassete anos). Ao assumir o governo da paróquia deparou-se com muitos problemas. A regência da paróquia estava entregue a «uma dúzia de beatas» que era «as donas daquilo tudo». Era uma freguesia morta e envolta numa trama de relações e ligações demasiado arcaicas. O jovem pároco vinha cheio de ideias inovadoras. Era um intelectual, um padre fiel mas pouco conformista. Para renovar a paróquia era necessário restituir-lhe gente nova e criar compromissos de empenho social. Vinha da Marinha de Guerra, onde exercia as funções de capelão no Hospital da Marinha. Pelo texto deste coro falado que hoje publico, o Padre Correia da Cunha desde de sempre teve uma predilecção pelos doentes, que considerava que o seu sofrimento era a grande força para o seu ministério. Os doentes eram um dos seus mundos.



Acompanhei o Padre Correia da Cunha em muitas visitas às casas dos seus paroquianos doentes. Hoje poderei testemunhar que aquelas visitas o enchiam de muita energia e felicidade. Nessas visitas sempre tratava os doentes pelos seus nomes próprios . Dedicava vários dias da semana para ir de casa em casa do bairro, onde houvesse doentes e pessoas em sofrimento, mesmo nos ambientes mais pobres. Recordo-o sentado junto do leito de cada doente, falando com todos eles com uma delicadeza paternal.

Na casa de cada doente, sempre havia outros elementos da família, que lhe exponham os graves problemas por que estavam a passar. A segurança social à época era uma miragem. Sempre deixava um envelope com dinheiro para as necessidades mais insistentes da família. Havia uma sincera atmosfera de caridade.

O Padre Correia da Cunha era duro para aqueles que dele se abeiravam, na tarefa da pedinchice e que faziam dessa arte uma profissão. Sofria muito por aqueles que na penumbra da sua casa passavam tantas dificuldades e até fome. Ele considerava que era nos espaços recatados que se tinha de viver a misericórdia e a compaixão, para a força da igreja.

Cada pessoa era importante para ele, e para cada um tinha uma palavra delicada e um gesto certo. Com ele aprendi: «que a mão esquerda não saiba o que faz a mão direita.» O seu ministério era ir de casa em casa para ver e sentir, as necessidades dos seus paroquianos, e contribuir para as solucionar, sem que fossem eles a procurarem a ajuda ou preencherem formulários. A pobreza não era para ser exposta ou o caixote do lixo dos ricos. Quantos lares... não eram apoiados pelo prior de São Vicente de Fora na  mais absoluta confidencialidade!





OS DOENTES

(Durante o desfile do cortejo que transporta os doentes nas macas e cadeiras de rodas em todo o «stadium», a multidão de pé, em silêncio faz a continência jocista!

Dirigente:

Honra a Vós, Irmãos doentes!

Vai para vós o nosso amor mais fervoroso.

Honra vos seja

A Vós, lutadores da primeira linha

A Vós que trabalhais na obscuridade

Das fundações.

Enquanto nós, os que gozamos saúde

Construímos a luz do sol e ao ar livre,

As torres altas do nosso edifício!

Coro Jocista:

Irmãos doentes.

Honra vos seja!

Dirigente:

É aos vossos sofrimentos

Tão nobremente aceites

Que nós devemos

O triunfo do nosso apostolado!

No silêncio das enfermarias

Na solidão de vossos quartos de doentes

A vossa fraqueza faz a nossa força!

Coro Jocista:

Irmãos muito amados, coragem!

Dirigente:

Quando vós sofreis mais

Ou quando as vossas dores se aquietam

Sempre Deus está convosco,

Sempre Deus vos abençoa;

E o que Deus quere

É sempre o melhor!

Coro jocista:

Bendito seja Deus!

Dirigente:

Não vos esqueçais:

Foi do sangue dos mártires

Que germinaram triunfantes

as primeiras legiões cristãs!

Não vos esqueçais:

Cristo pregado na cruz

Pela sua morte

deu-nos a Vida

Coro Jocista

Bendito seja Deus!

Dirigente:

Sobre a patena

Que o sacerdote levanta para o alto

em vosso nome,

bem junto à hóstia do sacrifício.

Vós pusestes o vosso dom,

O sacrifício que é o vosso 

- a doce aceitação do vosso sofrer

Isto que fazeis por nós,

Nunca o esqueceremos.

Multidão:

Nunca! Nunca!










.


sábado, 30 de maio de 2020

PE. CORREIA DA CUNHA - JOC «OS DESEMPREGADOS» III











«É PRECISO READQUIRIR A 

CONFIANÇA!»






Este coro falado, da autoria do Padre Correia da Cunha foi escrito no ano de 1935. Mantém-se actual e poderia ser redigido hoje. Estamos a viver uma terrível época. O desemprego alastra em grande ritmo, colocando muitas famílias em situação de grave pobreza. O desemprego juvenil é um flagelo que afecta gravemente muitas famílias e sobretudo os sonhos e as aspirações dos jovens.

Naqueles tempos, toda a juventude pretendia apenas entrar na aprendizagem de uma profissão ou ofício, mas debatiam-se com uma herança carregada de negras nuvens e uma realidade muito negativa. Creio que naquela época o flagelo do desemprego seria mais insuportável, numa sociedade profundamente desigual. O desemprego arrastava sempre consigo a miséria e a fome. O Padre Correia da Cunha preocupou-se sempre com o progresso material de todos os seus paroquianos, sobretudo daqueles que carregavam na alma histórias recheadas de segredos de miséria e dor… A paróquia era o seu único abrigo, na busca do pão. 

Pelo que presenciei o sacerdote era muito sensível a este drama (desemprego) e procurava, com a necessária brevidade, conseguir um emprego. Era impreterível que o seu semelhante voltasse a adquirir a elevação moral dos seus princípios. Por graça até lhe chamavam o padre das cunhas. Uma carta de recomendação do Padre Correia da Cunha era a chave certa, para abrir as portas em muitas empresas. 

Neste tempo de epidemia em que nos debatemos, há muita gente mergulhada em trabalho árduo, num sublime sacrifício para que renasça a esperança e se encha este grande vazio que invadiu os nossos corações. 

O cenário de hoje, são perspectivas de sacrifícios, porque hoje há muita gente passando necessidades, vítimas da pandemia, sem compreenderem a adversidade dos seus destinos.

Todos estendemos os nossos braços, à semelhança daqueles jovens Jocistas, numa suplica para que chegue um mundo novo, com mais dignidade, solidariedade humana e justiça justa. 

A grande maioria de desempregados conduzem as suas esperanças debruçadas no optimismo do desejado emprego, vencendo pelo esforço natural do trabalho. O desemprego só pode levar à degradação e indignidade. 

É urgente e imprescindível readquirir a confiança! 





OS DESEMPREGADOS


1º Coro dos desempregados
- A nossa época é sombria!
Coro dos desempregados
- A nossa época é de miséria!
1º Coro dos desempregados
- Em todos os países da terra
Coro
- A miséria!
1º Coro dos desempregados
- Em cada lar
Coro
- A miséria!
1º Coro dos desempregados
- Em cada coração
Coro
- A miséria!
1º Coro dos desempregados
- Por toda a parte
Coro
- Falta o trabalho,
Falta o pão,
Falta a esperança,
Falta o amor!
Dirigente Jocista:
- Irmãos! Porque estão assim descaradas as vossas mãos?
   Porque estão vossos rostos, assim tão pálidos?
   Porque tendes vosso corpo assim tão emagrecido?
Coro Jocista:
- Porquê?
1º Coro dos desempregados
- É que andamos há muitas semanas a mendigar
Coro dos desempregados
- O dia inteiro!
1º Coro dos desempregados
- A bater até fazermos sangue nas mãos.
Coro dos desempregados
- O dia inteiro!
1º Coro dos desempregados
- Vagueamos sem rumo! E vem um dia atras de outro dia,
   Sempre mais triste e mais negro.
Coro dos desempregados
- E nós não somos mendigos!
1º Coro dos desempregados
- Apesar de nossos braços inertes e da nossa fome.
1º Coro dos desempregados
- Não somos mendigos, a pedir esmola!
Coro dos desempregados
-Somos os operários sem trabalho, somos desempregados!
1º Coro dos desempregados
-Os nossos braços
1º Coro dos desempregados
Querem trabalho!
1º Coro dos desempregados
- A nossa fome
Coro dos desempregados
- Quere pão!





Coro dos desempregados
- O nosso coração
Coro dos desempregados
- Quere uma esperança!
1º Coro dos desempregados
- A bandeira da miséria flutua. A bandeira da morte flutua sobre o mundo,
   Sombria como nuvem de tempestade, negra como a fome!  
    Nas ruas estreitas, nos becos imundos.
    Há multidões desesperadas, multidões desesperadas, multidões.
 Coro dos desempregados
- Irritados. Furiosas. Revoltadas. Ameaçadoras!
1º Coro dos desempregados
- Ouvi!
Coro dos desempregados
- Milhões de peitos gritam o seu ódio, o seu desejo de revolta
   e de sangue!
1º Coro dos desempregados
- Ouvi!
Coro dos desempregados
- Milhões de peito gritam o seu ódio, o seu desejo de revolta de sangue!
1º Coro dos desempregados
- Ouvi!
Coro dos desempregados
- Amanhã, sobre o mundo em sangue e fogo, ressoará o clamor imenso da vingança.
Dirigente Jocista:
- Escutai: Camaradas sem trabalho, coragem !
Coro Jocista
- Coragem irmãos!
Dirigente Jocista:
- Nós estamos construindo para vós um mundo novo!
Coro Jocista:
- Um mundo cristão!
Dirigente Jocista:
- Mocidade trabalhadora: das lutas entre irmãos nunca podem nascer a fartura e a paz.
   Nós trazemos connosco uma imensa esperança!
   Nós os mensageiros do amor divino, vimos trazer-vos a Lei de Cristo, o mandamento sublime.
Coro Jocista:
- Amai-vos uns aos outros
Multidão:
- Amai-vos uns aos outros
Dirigente Jocista:
- Escutai. Homens de todas as nações!
                 Homens de todas as classes!
Coro Jocista:
- Escutai!
Dirigente Jocista:
- É grande a miséria da mocidade sem trabalho, dessa juventude que, na
   Esperança caminha para a morte. Escutai!
Coro Jocista:
- Escutai! Voltemos a Cristo! Voltemos à sua Lei! Voltemos ao seu amor!
   Voltemos a Roma! Cidade da Verdade Eterna!
Dirigente Jocista:
- Voltemos à felicidade!
Dirigente Jocista:
- Nós! Nós! Nós! Nós a juventude! Nós a juventude nova! Nós a juventude operária cristã
   Com a nossa acção corajosa!
Dirigente Jocista:
- Estamos a construir!
Coro Jocista:
- O futuro!
Dirigente Jocista:
- Que o papa exige de nós!
Coro Jocista:
- O futuro!
Dirigente Jocista:
- Que a miséria do mundo reclama!
Coro Jocista:
- O futuro!
Dirigente Jocista:
- Que realizará promessas de paz verdadeira, de verdadeira Felicidade!
Coro Jocista:
- O futuro!
Dirigente Jocista:
- Em que a geral alegria virá do trabalho certo e do salário justo!
Coro Jocista:
- Com a nossa acção corajosa, vamos construindo o futuro que o Papa exige de nós!
Multidão:
- A nova ordem cristã!
Dirigente Jocista:
- Não com discursos! Não com palavras vazias de sentido! Não com o vão ressoar de cânticos!
Coro Jocista:
- Mas com a nossa acção enérgica, audaciosa, cheia de esperança,
   Firme, tenaz, obstinada até à vitória!
   Acção à qual damos sem contar o nosso dinheiro, o nosso tempo as nossas energias moças, a
   Nossa vida!
    Acção ao serviço de todos, a única acção!
Dirigente Jocista:
- Quem está connosco?
Multidão:
- Nós, Nós, Nós a juventude!
   Nós a juventude operária.
   Nós a juventude operária cristã
Dirigente Jocista:
- Jocista, escutai: Esta acção exige uma batalha!
Multidão:
- Aceitamos a batalha!
Dirigente Jocista:
- Essa batalha exige sacrifício
Multidão:
- Aceitamos o sofrimento!
Dirigente Jocista:
- Sofrimento que pode ir até à morte.
Multidão:
Fiéis até à morte! Fiéis! Fiéis!
Dirigente Jocista:
Mãos juntas, joelhos em terra! Rezemos!
Coro jocista
- Rezemos!




Dirigente Jocista:
- Deus de misericórdia e de amor, os moços desempregados, no mundo inteiro
   Erguem para Vós as mãos suplicantes, milhares de mãos prontas para o trabalho
   Trementes de impaciência, ávidas de construir um futuro melhor.
Multidão:
(de pé) Senhor dai-nos trabalho, trabalho!
Coro jocista
- Dai-nos trabalho Senhor!
Dirigente Jocista:
- E poderemos deixar contentes o repouso forçado, que nos consome as forças
   E nos mata de fome!
   Não consintais que o nosso ardor moço e forte se perca em vão.
   Não nos deixes morrer lentamente!
Multidão:
- Trabalho, Senhor, trabalho!
Coro jocista
- O mundo está nas nossas mãos!
Dirigente Jocista:
- Não consintais que se afunde na desordem! Não deixeis que a miséria alastre mais os seus estragos!
Multidão:
- Dai-nos o bem-estar pelo trabalho!















.

terça-feira, 14 de abril de 2020

ALA DOS AMIGOS DE PE. CORREIA DA CUNHA








Os amigos que partiram…






IN MEMORIAM


CARLOS DIAMANTINO PEREIRA


1920 - 2020


100º Aniversário de Nascimento



CARLOS DIAMANTINO PEREIRAnasceu no dia 14 de Abril de 1920, no bairro da Mouraria em Lisboa, tendo falecido em 2 de Novembro de 2002 na sua amada cidade e repousa em paz na localidade de  Pomares. É grande a alegria quando se tem a felicidade de neste dia, lembrar os 100 anos do seu nascimento. Carlos Diamantino foi um honrado paroquiano de São Vicente de Fora.

Refiro desde já, que por muito que me esforce, será impossível escrever em palavras a grandiosidade da vida deste bondoso homem, que tive a felicidade de conhecer, ainda eu era uma criança. Para a época era um homem muito alto e de grande corporatura, sentia-me atemorizado face à maneira áspera como se apresentava. Só mais tarde descobri que esta sua imagem era motivada por uma personalidade amparada em energia, disciplina austera e rígida, nunca admitindo deslizes e fraquezas. Encoberto por aquela fisionomia séria era uma alma que só sabia derramar amor. Era um excelente conversador e um apaixonado pela leitura, com quem era muito fácil criar afinidades. 


Nos anais da paróquia de São Vicente de Fora está indelevelmente registado o seu nome, como paroquiano com espírito de renuncia, sacrifício, lealdade, generosidade e rigidez moral…uma personalidade fértil de predicados. 



O Padre Correia da Cunha sempre confiou no Carlos Diamantino, e ele nunca desmereceu essa confiança. Entregou-lhe várias missões na área da caridade, da liturgia e dos cursos de preparação para o matrimónio. A mensagem transmitida aos noivos era que seguissem o seu exemplo: caminhando com firmeza, de fronte erguida e com espírito aberto, construíssem uma família e um lar feliz. 



Na verdade, tratava-se de uma pessoa digna e dedicada à sua comunidade paroquial. Sempre o via trocando muitas impressões e longas conversas com o Padre Correia da Cunha, mas era tão confiante na acção do seu estimado pároco, que se tornou seu amigo familiar, colaborando em todas as práticas pastorais infatigavelmente e em todos os momentos. 


A disciplina era tudo para si e sempre se empenhava em cumpri-la, foi através da disciplina que conseguiu evoluir; ela foi a base do seu triunfo na vida. Foi através da constância do trabalho na luta pela vida que abriu as portas à sua imensa experiência e  sabedoria. Venceu por ser um homem honesto e seguidor das virtudes cristãs e pela consciência do dever de as cumprir. 

Os exemplos dignificantes do Padre Correia da Cunha e Carlos Diamantino serão perenizados através da posteridade para incentivo das gerações vindouras. 

Felizes são aqueles que tão belos ensinamentos souberam passar aos seus. 

Assim fecho esta singela homenagem a Carlos Diamantino que soube servir com imenso empenho e carinho a Paróquia de São Vicente de Fora durante décadas com muito amor e dedicação. 

Dai-lhe Senhor, o eterno descanso e brilhe para ele o esplendor da Luz Eterna. 

Paz à sua grande alma.


Requiem aeternam donaei Domine,

et lux perpetua luceat ei. Requiescat in pace. Amen.










.