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| MONS. PEREIRA DOS REIS COM GRUPO SEMINARISTAS 1942 | 
“ QUEM É BOM JÁ NASCE
FEITO! “
No passado ano, apresentei o meu livro: CORREIA DA CUNHA - MESTRE DE VIDA.
Escrever esse livro foi um acto de gratidão para com um mestre
que muito se empenhou na minha formação cristã e humana.
A felicidade é fruto das nossas opções de vida, mas também
dos grandes educadores que tivemos ao longo da nossa vida.
Porém, creio que o maior tributo que podemos prestar aos
nossos mestres de vida é reflectirmos sobre os seus ensinamentos, continuando a
seguir os conselhos e a praticar os exemplos de vida que nos deixaram.
Há lições que ficaram registadas. São estímulos para nós e
para os transmitirmos as novas gerações. 
Houve também na vida do Padre Correia da Cunha um grande
Mestre de Vida, que o marcou profundamente. Não me é fácil falar dessa
descomunal figura: MONS. PEREIRA DOS REIS – REITOR DO SEMINÁRIO DOS OLIVAIS.
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| D. JOÃO DE CASTRO, CARD. CEREJEIRA E MONS. PEREIRA DOS REIS | 
Não tive a sorte de o conhecer, mas recordo a emoção com que
o Padre Correia da Cunha falava desse seu Reitor. As suas qualidades morais,
intelectuais e espirituais faziam dele uma figura fora do comum.
O seu querido Reitor era possuidor de uma força de carácter
que levava a que todos os seus discípulos lhe rendessem respeito, admiração, consideração e
mesmo fidelidade. Um mestre como Pereira dos Reis, podem crer, não correm nas
ruas; só nascem de tempos em tempos…
Se Monsenhor Pereira dos Reis fosse vivo teria completado 137
anos. É muito difícil falar sobre esse Reitor do Seminário dos Olivais. Nem
sempre as palavras são suficientes para descrever a nobreza e a personalidade
de um grande mestre. 
O texto da autoria do discípulo Correia da Cunha, na altura muito jovem ainda, pode conter toda a força para nos revelar o
pensamento e as responsabilidades desse magnânimo reitor. 
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| GRUPO SEMINARISTA DOS OLIVAIS COM MONS. PEREIRA DOS REIS E CORREIA DA CUNHA - ANO 1934 | 
Para resumir, falar do Reitor Pereira dos Reis é acima de
tudo transmitir o exemplo que ele era para todos os seminaristas. O grande
Mestre de Vida do Padre Correia da Cunha era um homem de espírito humanizado,
capaz de ter sensibilidade diante das coisas que o rodeavam. 
Era assim que o Padre Correia da Cunha nos transferia a
grandeza deste grande Mestre de Vida que sabia superar todas a angustias e
sofrimentos. 
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| MONS. PEREIRA DOS REIS - REITOR | 
AO MEU REITOR
Pai Nosso, Ó Pai do
Céu
Com todo o meu amor
Vos peço: Olhai p’lo
meu 
Querido Reitor
Ao tempo dizei vós, ó
meu Senhor!
Que vá devagarinho 
Para que nunca chegue
o meu Reitor
A ser velhinho!
E ao nosso irmão Sol.
Senhor dizei 
Também que pare um
pouco em tal corrida
Para que o meu Reitor
– como antiga lei –
Me ajude a vencer
esta batalha: - da vida.
Dizei às florinhas
para exalar
Seu perfumado odor
Quando virem passar 
O meu Reitor.
E ao irmão vento 
Ordenai que não seja
barulhento
Nem bulhe tanto
Por especial favor,
Deix’ ele descansar,
à noite, o Santo
Do meu Reitor.
E à passarada desde a
cotovia 
Ao rouxinol poeta e
trovador
Ordenai que executem uma sinfonia
Em louvor do meu
Reitor.
Pai Nosso, Ó Pai do
Céu
É vosso filho a
rezar: sou eu!
Toda a paternidade em
Vós se encerra
Enchei de vosso amor 
Meu pai da terra,
O meu Reitor.
Que toda a criatura,
ó criador
Tenha um sorriso
franciscano de ternura
Pró meu Reitor.
Para m’aturar, Senhor
E perdoar alguma
imprudência 
Da minha juventude
Dai a virtude 
Da paciência
Ao meu Reitor.
E Vós, filho de Deus 
Gerado no esplendor 
Da eternidade 
Mandai a Vossa Luz
dos altos Céus:
- Ó Verbo da Verdade!
 Ao meu Reitor.
Ó Cristo, ó meu Jesus
Que de uma cruz
fizeste Trono Pontifício
Por vossa imensa dor
Aliviai a Cruz, o
sacrifício 
Do meu Reitor.
E que o Seminário
Transfigurado em
monte de Tabor
Nunca seja Calvário 
Do meu Reitor!
É grande a sua cruz?
Talvez que eu lha
tenha feito ainda mais pesada…
Fazei de mim um novo
Cirineu
Para que d’hoje em
diante :  - Ó Salvador!
Não lhe pese nada
A cruz do meu Reitor.
Talvez que eu tenha
semeado abrolhos
em seu caminho com
alguma má acção
Picos de ervas
daninhas …
Meu Deus que nunca
mais seus olhos 
Nem o seu coração 
Chorem por culpas
minhas.
Jesus, Hóstia Divina,
Fazei de mim, fazei
de meus irmãos
Uma Hóstia imaculada,
embora pequenina
Qu’em oblação de Amor
Possa à Trindade ser
sacrificada 
Pelas santas mãos 
Do meu Reitor.
Espírito Divino
Que a vossa graça, orvalho
em Luz e Amor
Inunde o coração tão
delicado e fino
Do meu Reitor.
Enfim, Senhor,
Quando chegar a hora
derradeira.
E a irmã morte se
sentar à beira 
Do seu leito de dor
Levai a santa alminha
Do meu Reitor
Muito direitinha ao
Céu.
Autoria do
Seminarista Correia da Cunha 
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| Seminaristas no SEMINÁRIO DOS OLIVAIS | 
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