quarta-feira, 15 de novembro de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA - PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO IX














«…UMA SÓ ÁRVORE EM QUE DOIS RAMOS FORAM ENXERTADOS POR DEUS.»



Continuamos a dar seguimento ao Curso de preparação para o sacramento do Matrimónio, que o Padre Correia da Cunha escreveu com a maior alegria e felicidade, visando ajudar os noivos a encontrar realmente com Cristo ressuscitado, através do sacramento do matrimónio, sinal tão belo dos tesouros da Igreja, a tranquilidade e serenidade na vida matrimonial.

Ao optarem pelo sacramento do matrimónio os noivos reconhecem que Deus é a fonte de todo o amor e imploram-lhe que olhe com bondade para eles e os acompanhe na dura caminhada que desejam percorrer para a formação de uma nova família cristã.

Essa caminhada tornar-se-á mais fácil se houver a força que vêm da fé cristã e só assim o amor jurado perante o altar, não poderá nunca ser destruído.

O sacerdote unido a toda a comunidade cristã invoca a Deus para que o Espírito Santo conceda aos que se unem neste sacramento, a sua força e protecção para esta nova etapa das suas vidas.
Era sempre aludido pelo Padre Correia da Cunha que haveria sempre situações difíceis na vida conjugal, mas o sacramento do matrimónio teria de ser sinal de fidelidade ao amor de Deus que os unia até ao dia em que só a morte os poderia separar.


O amor de Deus que uniu os esposos como era lembrado pelo Padre Correia da Cunha: - “Deixam de ser dois corações que se amam, para passarem a ser um só coração!”
























Texto de Padre Correia da Cunha


Para os católicos a união do homem e da mulher em ordem à constituição da família é, como vimos, um sacramento. Mas é também um sacrifício, ou seja, uma doação, uma oferta total, generosa, cheia de amor e sobretudo sagrada.


Com efeito, no casamento não há somente um sinal da graça da união entre o marido e mulher a ponto de serem dois num só; nem simplesmente graças espirituais de compreensão e auxílio mútuos para uma vida em comum e para a criação e educação dos filhos; há mais:
- Há uma doação ou oferta feita pelos próprios nubentes de um ao outro e dos dois a Deus; há o que se chama um sacrifício.


Na verdade, a noiva dá ao noivo a sua alma e o seu corpo; dá-se. E nesta oferta dá tudo o que tem de feminino. Complementar do homem.


Dá a sua integridade física na originalidade; dá aquela faculdade de amar que só os corações femininos têm; dá o seu pudor, a sua virtude, a sua dedicação, a sua graça e alegria a sua capacidade de sacrifício no sentido geralmente conhecido.


O homem, por sua vez, dá também à noiva não só seu corpo e a sua alma, mas ainda tudo o que tem. Dá a sua liberdade, a virilidade fecundante, o seu poder de trabalho, a força do seu braço, as qualidades da sua inteligência e do seu coração.
































Na construção do lar, enquanto os dois são os alicerces que se dão e sacrificam para a felicidade dos filhos que, por venturam venham a ter e para a sua própria felicidade.



Tem-se dito e repetido vezes sem conto que o homem só se realiza, só se torna verdadeiramente homem quando se dá a qualquer ideal superior. Pois no casamento, segundo a doutrina católica, o homem e a mulher unidos pela graça sacramental dão-se um ao outro  sob a bênção de Deus, e oferecem-se no altar do Senhor para, nas suas mãos divinas, desempenharem uma missão verdadeiramente superior.


Missão de colaboradores de Deus na obra mais bela e maior que é dado realizar ao homem: - a criação de outros seres humanos e a sua formação cristã, de sorte que eles não só sejam bons cidadãos deste mundo, mas grandes santos no céu. E além desta missão tão bela, os noivos, ligados pela graça sacramental e abençoados com os dons divinos, realizam ainda a missão de se santificarem mutuamente, aperfeiçoando-se na vida espiritual. Quando os noivos têm a noção das exigências do seu casamento cristão, hão-de procurar ser o que Deus deles quer: - Um só corpo e uma só alma. Não pode um ficar indiferente ao destino eterno do outro, os dois têm de se salvar com os filhos, porque todos são uma só família, ou uma só árvore em que dois ramos foram enxertados por Deus e, por Deus, deram frutos que são os filhos.


Mas esta mística exige ainda que ambos, marido e mulher, saibam realizar dia a dia o sacrifício do seu casamento, oferecendo a Deus as penas, cuidados, preocupações e sofrimentos de uma vida em conjunto. É que eles têm de colaborar com a graça de Deus, por esta graça não força a pobre liberdade humana a fazer aquilo que deve.


Cada qual tem de se esforçar por que o dom de Deus encontre terreno bom nos seus corações. Quer dizer cada qual deve trabalhar por aceitar, compreender e sofrer os defeitos, o feitio, a maneira de ser do outro, fazendo nesses pequenos sacrifício o grande sacrifício da sua vida.



Frutos desse grande sacrifício: a Glória de Deus, a Santificação dos esposos, a formação e santificação dos filhos e o exemplo para o mundo do que é uma família cristã, imitação da Sagrada Família!













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