sexta-feira, 5 de junho de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA O POETA

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Tu és no mundo o primeiro! Segue o teu rumo a cantar!




Padre Correia da Cunha tinha o amor da Pátria e o culto vivo pela memória de quantos a ergueram, engrandeceram ou mantiveram, em todos os campos, através dos tempos. Considerava que deveria ser fomentada esta cultura para servir de esteio seguro à continuidade do seu muito amado Portugal.

Escreveu este lindo poema para solenizar a memorável vida dos grandes marinheiros que ajudaram e contribuíram à elevação da dignidade desta sua ditosa amada e querida Pátria.

Padre Correia da Cunha foi um fascinado desde sempre pelo amor ao mar e à Marinha Portuguesa.
Aqui ficam porém, escritos estes versos da autoria do 1º Tenente Correia da Cunha, dedicados a todos os marinheiros que continuam a honrar os pergaminhos da Armada Portuguesa e permanecem exortando o amor ao nosso grande Portugal.


PORTUGAL MARINHEIRO

As ondas do mar infindo,
Andam todas a cantar.
Esse poema tão lindo,
Que Deus quis beijar o mar.

E o Mundo maravilhado
Por tal prova de grandeza
Ouve o mar enamorado
Cantando, como quem reza

Meu Portugal Marinheiro,
Noivo das ondas do mar,
Tu és no mundo o primeiro!
Segue o teu rumo a cantar!

Por sobre as ondas do mar,
Na formosa Nau da Glória,
Vai Portugal a traçar
Rumos novos à História!


Força os Portais dos Segredos
do Mar-Oceano fundo
E, vencendo antigos medos,
Dá novos mundos ao Mundo!


Na linda Nau Catrineta
Portugal se faz ao Mar,
Bom marinheiro e Poeta,
Deus o quer sempre a cantar.

O seu heróico passado
É bem digno de memória
E será por nós honrado
Com novos feitos de Glória!


Para o Capelão da Armada Correia da Cunha, a Marinha Portuguesa estava ligada intimamente aos grandes feitos da Pátria tendo escrito das mais belas e assinaladas páginas do historial lusíada.







Lembrava que a divisa da Marinha se encontrava inscrita sempre em local bem visível nos navios NRP que serviu: «HONRAI A PÁTRIA QUE A PÁTRIA VOS CONTEMPLA» e era assumida como uma vivência de toda a tripulação.









Há quem desconheça este seu dote artístico e apenas recorde o Pe. Correia da Cunha pelos palavrões que deixava escapar na sua linguagem de antigo e castiço marujo. Eram recursos extremamente válidos e criativos que dotavam o seu vocabulário de expressões que traduziam com maior fidelidade os seus mais fortes e genuínos sentimentos. Ele era do povo e tinha a linguagem deste, mesmo utilizando vulgarmente o latim. Muitas vezes dizia que estas expressões se manteriam um dia…porque a voz do povo é a voz de Deus.


Hoje quero comemorar com este lindíssimo poema e o seu poeta, homem de grande sensibilidade e refinada linguagem, cujo amor dos portugueses sempre enalteceu e se esforçou por manter e alargar aos jovens da Paróquia de São Vicente de Fora.

Honra e glória a Padre Correia da Cunha que foi exemplo de um grande marinheiro que se manterá vivo nos nossos corações. Pe Correia da Cunha soube utilizar como ninguém os recursos linguísticos apreendidos como marujo para nos ensinar, numa linguagem corriqueira, grandes valores de amor a Deus e ao nosso próximo e consequentemente à Comunidade Nacional.




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1 comentário:

  1. FABULOSO!!!
    Peço o especial favor de me remeterem as pautas digitalizadas por email (sabino_pereira@hotmail.com), uma vez que as que colocaram no post são muito pequenas e gostaria de as mostrar à maestrina do Coro de Câmara de Cascais e, quem sabe, ensaiarmos!!!

    Obrigada!!!

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