sábado, 9 de julho de 2011

PE. CORREIA DA CUNHA, UM RETRATO (VII)

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“Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É preciso que a pureza e justiça existam dentro de nós.




O Padre Correia da Cunha, desde o início dos anos 60, serviu a sua Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora com a generosa ajuda dos seus companheiros dos Lions Club. Membro deste honroso clube, Padre Correia da Cunha era uma pessoa com um espírito arrebatado de serviço, que trabalhava obstinada e desinteressadamente a favor da sociedade, promovendo padrões éticos tanto na vida pessoal como nas actividades da pastoral cristã.

Nas grandes convenções Lions, que se realizavam na Casa do Leão do Castelo de São Jorge, Padre Correia da Cunha era ladeado de grandes amigos como o Dr. José Jaime Neves, Engº João Korth e Belard da Fonseca, Arqtº Joaquim Tojal, Dr. Mário Fialho e Aragão Pinto, José Trindade Martnez, entre muitos outros. Nestas convenções, estava também presente o seu coadjutor Reverendo José Mitchel, Arquimandrita da Igreja Ortodoxa que proferia nesta magnas reuniões excelentes conferências sobre as suas viagens ao Oriente, onde haviam povos que falavam português e referenciavam Portugal com elevada veneração e muito respeito.






O Padre Correia da Cunha foi um indefectível Lion do Clube Lisboa Mater.

Servir a sua comunidade e atender às necessidades humanas, fomentar o conhecimento, a paz e promover a sã amizade e a compreensão entre todos os homens, filhos do mesmo Pai, era a sua ambiciosa missão. Padre Correia da Cunha era um homem sereno e humilde. Nunca ambicionou lugares elevados na hierarquia eclesial, não por falta de méritos, mas porque sempre esteve imbuído do espírito de circunspecção, serviço e humildade.

Nunca o Padre Correia da Cunha deixou de ter bem presente os seu deveres, para com o seu DEUS, sendo-lhe sempre leal em pensamento, palavras e actos. Todos os serviços religiosos eram administrados gratuitamente na sua comunidade.



Não esquecerei que o Padre Correia da Cunha trabalhava diariamente, enriquecendo a vida de muitos dos seus semelhantes sem exigir glória ou atenção. Fazia autênticos milagres através dos serviços que prestava, preenchendo lacunas e necessidades de muitos dos seus paroquianos carenciados e colocando alimentos em muitos lares. Ajudava as pessoas a obterem um emprego, através da sua intervenção, melhorando assim a sua qualidade de vida. Estes actos íntimos em benefício dos seus irmãos tinham grande influência no mundo de uma forma definitiva.







Era também através dos Lions Club que podia proporcionar aos seus paroquianos mais carenciados Cabazes de Natal, tornando-lhes o Natal mais feliz. O Natal devia ser celebrado com alegria e devoção na reunião dos familiares, lembrando o Padre Correia da Cunha o que foi, para os pobres, o primeiro olhar inocente do Menino Jesus.

Naquela noite, os pobres da sua comunidade deveriam ter mesa igual aos ricos. Só quem vive com o coração aberto para os outros é capaz de encontrar a DEUS. Recordo igualmente as roupas e bens que distribuía pelas crianças da catequese.




O Padre Correia da Cunha, na sua passagem por essa desventurada Comunidade Paroquial, exerceu efectivamente o ministério de um grande pároco pelo que continua a ser recordado pelos seus muitos paroquianos em São Vicente de Fora.






Também não podemos deixar de referir a sua missão de capelão das OGFE (Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento) desde 1961 até 1977.O Padre Correia da Cunha era apreciado como um fiel amigo que todos os dias levava aos trabalhadores, dessa grande instituição, uma palavra que ajudava a resolver as objecções e a encaminhar as ideias e consciências. As suas precisas palavras ajudavam a alimentar e elevar os espíritos e os corações.


Mas uma das obras que foi grande cooperador foi a criação do infantário, nas instalações da cerca, para os filhos dos trabalhadores das oficinas, que como sabemos, em grande percentagem, habitavam na sua paróquia. Daí a sua importância e alcance no que respeita à protecção da infância.


Não vacilo em recordar os altos elogios das várias Direcções daquela casa aos seus notáveis talentos e sobretudo à sua vasta cultura humanista, excelente forma de tratar com os homens, distinção pessoal, cortesia de maneiras e incondicional dedicação à Comunidade. Padre Correia da Cunha no “casão” sempre provocava a mais viva admiração de que era merecedor.




Como sabemos deixou obra escrita no domínio da teologia, da liturgia e um Auto de Teatro.



O Padre Correia da Cunha foi um herói do excesso, no talento, na virtude, na transgressão e no arrependimento. E tudo lhe desagradava em si, talvez porque, projectando-se para o absoluto, reconhecia que o absoluto só podia residir em Deus, no qual ele acreditava profundamente.


Continuo convicto da enorme influência do grande filósofo e teólogo francês Jacques Maritain, no pensamento de Padre Correia da Cunha.

Para este teólogo, um homem era uma pessoa, querendo significar que ele não é uma porção de matéria. O homem é um indivíduo que se sustenta e se conduz pela inteligência e pela vontade. Não existe apenas uma existência física, há nele uma existência mais rica e elevada que o faz super existir em conhecimento e amor…
A amizade e o reconhecimento para com o Homem, seu irmão, que Padre Correia da Cunha sempre tornava como o seu principal símbolo, são merecedores da homenagem que este blogue lhe pretende fazer. Conhecimento, Amor e Paz são valores que tão incessantemente procuramos para esta humanidade…e que ele tão bem nos soube transmitir.

Ajude-nos com os seus testemunhos sobre Padre Correia da Cunha.

Contínua…
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