segunda-feira, 10 de julho de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA – PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO - IV
















‘’SACRIFÍCIO DE AMOR E DE ALEGRIA 

EM CRISTO.”




Continuamos a transcrever o Curso de Preparação para o Matrimónio da autoria do Padre Correia da Cunha. Creio que o escreveu com o máximo gosto e o mais vivo interesse. Confesso que pela leitura destas amarelecidos folhas os casamentos canónicos naquela época eram casamentos idealizados, de perfeição e de uma relação maravilhosa.

A passagem do namoro ao casamento consistia na formação de um compromisso de projectos, selados nas alianças de criar e educar os filhos.
O mandamento do matrimónio católico exige a união até que a morte separe os casais, por isso a Igreja Católica não prescinde da cooperação e da colaboração daqueles que o adoptam.

No casamento católico exige-se que os noivos prometam ‘’receber com alegria os filhos que Deus lhes enviar educando-os no Amor a Deus’’.

Homem e mulher através do Sacramento do Matrimónio são a única e verdadeira imagem de Deus. Unidos pelo sacramento, o homem e a mulher formarão uma só carne o que implica viver em comunhão total um com o outro. A separação será sempre o fracasso do Amor, não está prevista no projecto de Deus, pois Este não concebe um amor que não seja total e duradouro. Só o amor eterno, expresso num compromisso indissolúvel, respeita o projecto primordial de Deus para o homem e para a mulher.







Pelo Santo Sacramento do Matrimónio realiza-se a união natural de um homem com uma mulher, mas a união sobrenatural, isto é, divina de um cristão com uma cristã. Estas simples palavras têm um significado muito mais profundo que, à primeira vista parece.


A união conjugal de um cristão com uma cristã tem o valor de uma comunhão robusta em que não só dois corpos se unem, mas duas almas se fundem numa só alma e num só coração, e Deus, que é uno – UM SÓ -, liga-os no seu eterno e infinito amor. Na verdade, o amor humano, a simpatia mútua, baseada em motivos naturais, como a beleza, a juventude e frescura e outras qualidades mesmo de ordem moral, esse amor humano, natural, base do casamento passa a ser, em virtude do Sacramento do Matrimónio, um amor sobrenatural, divino. Os esposos cristãos, que sabem o que é o casamento, amam-se não por motivos humanos, mas por razões divinas; amam-se em Deus e amam Deus em cada um deles. Por isso mesmo, São Paulo chama ao matrimónio o grande Sacramento, e diz que o marido se deve entregar ao amor da sua esposa como Cristo se entregou pela Cristandade a ponto de se deixar sacrificar na Cruz; e que a esposa deve amar o marido como a Igreja ama a Cristo. E continuando na explicação destas ideias, o grande apóstolo, ensina que o marido e a mulher formam um só corpo cuja cabeça é o marido, devendo a mulher, portanto, obedecer-lhe e servi-lo, e devendo o marido guiá-la, encaminha-la e viver para ela, a mulher. Pois assim como a Igreja e Cristo formam um só Corpo Místico, assim também os esposos formam um só corpo em Cristo.






Para os cristãos, o casamento não é, por mais que assim pareça, uma simples obra do acaso ou resultado de interesses humanos. O casamento para nós é o encontro e uma união de dois seres, filhos de Deus e esse encontro foi preparado e querido por Deus desde toda a eternidade. Deus não muda; para Deus não há tempo com ontem e amanhã: O que Deus é hoje, o que Deus sabe e quer e vê hoje, via, queria e sabia ontem; verá, quererá e saberá amanhã. Para Deus tudo é presente.

E Deus soube e sabe desde sempre que determinado filho seu (que só dali a milhões de anos havia de nascer) encontrará determinada rapariga também filha de Deus.
E o amor que entre os dois surgirá é como semente por Deus lançada aqueles corações, que de resto, já fizera um para o outro.  É bem verdadeiro o ditado popular que diz: «Casamento e mortalha no céu se talha».

O amor para os cristãos é, pois, qualquer coisa de infinitamente maior que a mera simpatia fundada, em motivos terrenos e transitórios…É qualquer coisa de eterno, infinito, e portanto permanente, que não pode estar sujeito a caprichos irreflectidos. É que esta qualidade divina do amor cristão é colocada, por assim dizer, nas mãos livres dos seus filhos que não são autómatos inconscientes, mas homens livres. É como perfume precioso e delicadíssimo lançado em frascos muito frágeis.








E nada do que é divino se desenvolve no homem sem sacrifício. A semente divina do amor exige sacrifício. Exige que os homens se entreguem ao seu cultivo com toda a alma e também com a graça do céu, é claro, porque sozinho nada os homens poderão fazer.
Precisamente porque é divino, o amor cristão, exige que os esposos o tratem divinamente, isto é, o tratem não com intenções ou interesses humanos mas com cuidados cristãos. E para isso têm os esposos de se envolverem em sacrifício.

Podemos dizer que o Matrimónio, assim como é sacramento é também um autentico sacrifício. Mas não esqueçamos: Sacrifício de amor e de alegria em Cristo.



















.

Sem comentários:

Enviar um comentário