terça-feira, 1 de agosto de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA – PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO - V















«…é dos actos mais importantes da vida 

humana!»



Fiquei fascinado ao ler este capítulo do Curso de Preparação para o Matrimónio da autoria do Padre Correia da Cunha, sobre a religiosidade e ritos do matrimónio.

São solenidades que me lembram poemas de amor transformados em festa. Há um desejo ardente nos noivos de que estes eventos sejam eternos nas suas vidas (para sempre, até que a morte os separe).

Não é o amor que faz o casamento. São as promessas pronunciadas no ritual do matrimónio que amarram o futuro, na partilha dos bons e maus momentos. O futuro há-de ser da forma como o idealizarmos e o desenharmos naquela entrega livre de corpos e almas num momento transcendental.

E no final de contas são de actos de amor consumados que se gera o mais sagrado do matrimónio: os filhos. Naquele instante de sobriedade prometemos proteger, cuidar… e só de pronunciarmos os seus nomes somos invadidos de uma esplendorosa felicidade!






O nascimento de um filho é uma experiência rara e única que faz brotar do fundo da alma aquele grito bravo de exaltação: O amor tem o poder mágico de fazer coisas maravilhosas.

O que Deus uniu não se pode separar e a solene promessa dos deveres assumidos só pode ser de pessoas adultas e esclarecidas, declaradas na presença de dignos representantes das comunidades em que nos integramos.

Não são necessários altares ou lugares de culto luxuriante, pois a maior das testemunhas é Deus, ali presente, e Deus é a fonte de todo o Amor.

Os principais intervenientes neste acto reflectem toda a beleza, harmonia, encantamento e magia. É o momento mais adequado para invocar que Deus faça companhia ao longo da nova e longa caminhada.


É a entrega plena de corpos e almas num sonho de amor e num orgasmo de alegria e felicidade que todos os deuses aprovam com um radioso sorriso.





CAPITULO V


O casamento, mesmo sob o ponto de vista natural, é uma instituição religiosa. Quer dizer isto, que para o homem e para a mulher que se unem para constituir família sempre essa união tem de ter um carácter religioso, mesmo que não sejam católicos. E porquê?


- Porque o ser humano é por sua natureza religioso. A consciência da imortalidade é própria do homem. É esta consciência que o faz lutar contra a morte e acreditar numa outra vida. Todo o homem tem dentro de si uma voz que lhe diz: Tu não vives só para ficares reduzido ao nada. O que são os monumentos, como as pirâmides e todos os outros, senão uma afirmação desta crença?








Os antigos germanos acreditavam no Wahal espécie de lugar onde eram recebidos os heróis depois da morte. Os gregos tinham no Olímpio e no Eden a sua esperança, os brâmanes ainda aguardam o Nirvana,etc..


Esta consciência da imortalidade está ligada à existência de Um Ser Superior – Divindade – que acompanhando a vida humana castiga ou premeia depois conforme os méritos.

O casamento, instituição em que o homem se completa, e realiza a sua maior obra que é a formação do filho, é dos actos mais importantes da vida humana. Por isso o homem lhe reconheceu sempre o caracter religioso.

2º - A história ensina que em todos os povos, por mais baixo que fosse o seu grau de civilização, a instituição da família, pelo casamento, assentava nas bênçãos divinas sem as quais os homens não podiam agradar à Divindade nem assumir os pesados encargos de colaboradores na obra da Criação dando ao mundo e a Deus novos homens.

Mesmo sem folhear a Bíblia, onde a cada passo se encontra a presença do representante de Deus a ligar os cônjuges em matrimónio, nos povos primitivos do oriente, segundo o rito dos gigantes que levavam as filhas à força (Râkshana), a uma celebração do casamento era procedida de um sacrifício aos deuses. Seria interessante até ver como na India se realizavam os casamentos. Para os Bramanes é como uma espécie de sacramento.

Na China, os noivos iam, por caminhos diferentes, a monte sagrado onde, na presença de um Bonzo (espécie de sacerdote), dentro de um templo adornado de archotes, se faziam preces e sacrifícios ao deus Hiimeneu cuja estátua tinha a cabeça de um cão, para significar a fidelidade conjugal.

Mas para quê trazer mais exemplos. Basta abrir um compêndio de história, e ver-se-á que sempre e em toda a parte o casamento teve carácter religioso.

3º - E ainda hoje, mesmo para aqueles que se dizem ateus, o casamento é no fundo um acto religioso. Senão digam o que significa aquela festa que costumam fazer; aqueles trajes de cerimónia e vestidos de noiva, aquela forma de se apresentarem perante o oficial do registo civil como se fosse um sacerdote e sobretudo aquelas alianças que trazem nos dedos anelares?









É que todos estes usos e costumes mas principalmente as alianças são de origem religiosa.

4º Mas as principais razões por que o casamento é de caracter religioso são estas:

- Os trabalhos, dores, sacrifícios que os cônjuges têm de suportar para criarem e educarem os filhos para se complementarem, para se auxiliarem e ainda para permanecerem unidos durante a vida, exigem uma sanção religiosa que lhes dê força e lhes garanta uma recompensa eterna.

- A obra da Criação em que os esposos tomam parte é tão grandiosa e ultrapassa tanto as forças humanas que só com o auxílio da Divindade pode ser realizada.

Mesmo para os materialistas e ateus é sempre um mistério a geração do homem. Um filho que há-de vir é sempre uma interrogação. Primeiro o respeito da vida e da morte: nascerá vivo? Terá saúde?

Segundo, a respeito da sua psicologia: - será um tarado? Um criminoso? Um louco? Um herói? Um cobarde?

O que será esse filho? De que depende a sua vida futura?

E ainda: Os pais darão o seu concurso físico e amoroso para a formação de um corpo humano segundo as leis naturais, estabelecidas por quem? – Por um Deus é claro! 

- E podem os pais criar uma alma? Uma alma imortal e espiritual pode ser formada pelos esposos? Não depende, em última análise da vontade criadora de Deus?



Por todas estas razões, indicadas resumidamente e com a preocupação de ser facilmente compreendidas, o casamento é mesmo sob o ponto de vista natural, um acto de carácter religioso.








Escreve um autor: Brahma, Moisés, Zorrastro, Fo, Confúcio, Budha , Orfeo, Numa, Tentates, Fócio, Lutero, Calvino, sem falar nos católicos , todos os legisladores e reformadores reconheceram a necessidade de dar caracter sagrado à mais importante de todas as instituições naturais da qual depende a felicidade ou a desdita, a vida ou a morte do homem:



- o casamento.

Nós católicos temos uma doutrina que não vem de legisladores humanos, mas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
















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