sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PE. CORREIA DA CUNHA - PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO XII













«PACTO DE AMOR… COM VISTA À 

PROCRIAÇÃO E EDUCAÇÃO DOS 

FILHOS.»




Nestes cursos de preparação para o matrimónio da autoria do Padre Correia da Cunha, o casamento canónico é tratado como um «pacto de amor», sendo o amor dos cônjuges o ponto crucial da teologia matrimonial.

Era sua preocupação apresentar valores que contribuíssem para a sustentabilidade dessa livre união, ou seja o amor como princípio de força e comunhão conjugal assente na fidelidade. A poliandria e a poligamia não só ferem a dignidade humana como excluem a formação de um lar fecundo e feliz.

Só um amor monogâmico pode valorizar a igualdade dos cônjuges e fazer com que um casamento seja uma verdadeira história de amor.

Estas palestras do Padre Correia da Cunha, de preparação pré nupciais visavam mostrar que o casamento é um processo de amadurecimento afectivo que conduz à procriação.

Para o Padre Correia da Cunha os filhos para serem bem formados, precisavam não só do amor dos pais, mas do amor entre os pais. Neste contexto o amor não só ocupa um lugar central no casamento religioso como se constitui no seu fundamento.






texto de Padre Correia da Cunha

A UNIDADE: Falamos já de duas condições necessárias para a realização do matrimónio, a saber, a Capacidade moral e física, e a liberdade consciente de contrair o vínculo matrimonial com quem se quer desde que ambos os nubentes estejam nas condições de casar validamente

Falemos agora de uma terceira condição, a saber, a Unidade. Unidade quer dizer monogamia, isto é casamento de um só homem com uma só mulher.

Opõem-se à monogamia, ou seja, à unidade matrimonial, a poliandria – estado em que uma mulher tem vários homens – e a poligamia – estado em que um homem tem várias mulheres.

Qualquer destas duas situações é contrária aos fins do casamento, e, portanto, é inadmissível entre gente civilizada e muito mais entre gente cristã.

Com efeito, a poliandria, situação em que vários homens têm relações com uma mulher, trás consigo:
   a)    infecundidade pois normalmente o abuso das relações sexuais torna estéril a mulher. É João de Deus, o grande poeta lírico do século XIX, quem diz que «Deus à prostituta não dá honra da maternidade».

   b)     A prostituição da mulher que normalmente se sente um animal de prazer para os homens com que vive. A entrega do corpo ou corresponde a um amor, isto é, ou se considera como símbolo, sinal de amor das almas, ou é um simples acto animal, indigno do ser humano que é mais do que animal.

   c)      A degradação do homem. Este sente-se simplesmente um macho como os outros que usam a mesma mulher e não um ser superior com quem ela reparte os carinhos e comunga uma vida de família.

   d)    A ruína moral e física dos filhos que por ventura nasçam. Realmente sem se saber qual é o pai, como é que algum dos homens pode tornar o seu corpo a formação da criança?

E dado o abuso das relações sexuais a criança normalmente nascerá com taras e deficiências físicas.


    e)     Além disto tudo, há a própria desgraça física e moral da mãe, como é fácil concluir.

A poligamia, em que um homem tem várias mulheres, embora não tenha tão graves e funestas consequências, tem, no entanto, tremendos horrores a castiga-la.


1º. A destruição da família. Um homem que vive com várias mulheres é um homem sem lar. Não quer dizer que não possa ter filhos de todas; mas onde é que está o ambiente de família, o sentido das responsabilidades paternais, o amor dos filhos para com o pai e até entre si mesmos? São todos filhos do mesmo pai, talvez, mas não se sentem irmãos!

2º. O homem macho. Numa situação destas o homem sente-se unicamente o macho que fecunda, e que normalmente se esgota até sob o ponto de vista físico.

3º. A mulher fêmea. Unicamente fêmea visto que não partilha dos carinhos e amizade conjugais, mas só a que serve de prazeres meramente animalescos. E se alguma é a favorita, logo as outras, que dão ao homem o seu sexo como a própria favorita, sentem a inveja e o ciúme por não terem filhos, com que direito é que os da favorita são filhos queridos e os outros não?


4º. Perde-se o sentido da fraternidade, como é óbvio.








5º. Não pode desenvolver-se a educação dos filhos nem o verdadeiro amor entre o homem e as várias mulheres. Podíamos acrescentar ainda muitas outras razões. Mas cremos que estas são mais que suficientes para que entre gente civilizada se evite tão horrível flagelo. De resto, a poligamia presta-se a que as mulheres reduzidas a simples fêmeas sejam facilmente desprezadas logo que se tornem pouco apetitosas, e, por consequência, se atirem para a prostituição, até por ciúme.

Por tudo isto, o casamento tem de ser monogâmico, isto é, de um só com uma só. União total para toda a vida é a única que estabelece uma solidariedade, uma comunhão perfeita entre ambos e cria as condições de fidelidade fundamental entre o homem e a mulher, criaturas humanas, criadas por Deus com iguais direitos e deveres.

Forma a entidade moral, a família, em vista da procriação e educação dos filhos.

União moral: só a monogamia favorece tal união entre os esposos:

- União de duas vidas e de duas almas, para além da satisfação das paixões carnais.

União de igualdade: só a monogamia concede dignidade à mulher igual ao homem.

Unidade familiar: só a monogamia permite a educação séria dos filhos pelo pai e pela mãe, unidos para essa grande obra da formação de homens.

Isto é tão claro que dispensa mais comentários.


















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