segunda-feira, 5 de novembro de 2018

PE. CORREIA DA CUNHA – ACÇÃO CATÓLICA VII











 «O HOMEM FOI CRIADO PARA DAR GLORIA A DEUS!»


Em certas ocasiões da nossa vida, relembramos aulas aprendidas na nossa infância. Ao transcrever esta lição do Padre Correia da Cunha aos jocistas, veem-me à memória muitas coisas ouvidas nas catequeses deste zeloso pároco.
Como a voz do eco, o passado surge trazendo à minha mente as palavras do Padre Correia da Cunha, na sessão inicial de preparação para a minha primeira comunhão: “fomos criados para servir e amar a Deus”. Todas as pequeninas coisas que fazíamos como crianças, eram para a glória de Deus…
Deus criou o mundo e tudo o que nele existe; tudo foi criado para a glória de Deus.
Já na minha adolescência, muitas vezes interroguei o Padre Correia da Cunha: Porque o plano de Deus não contemplava um mundo onde todos vivêssemos na paz, na justiça e na fraternidade?

Havia uma grande verdade e que estava entranhada na profunda crença deste sacerdote – o pecado original. Se me recordo, este era o seu discurso: - O homem pecou, errou… que originou uma ruptura do homem com a sua origem, que era Deus. Esta falha ficou indelével no coração de todos os homens. O pecado da origem é perceptível, detectável e sentido por todos e cada um de nós. Foi um acto de desobediência a Deus. 0 Homem dotado de inteligência e de vontade quis experimentar a sua capacidade de decidir indo contra à vontade de Deus que o queria imensamente feliz. Esta experiência tornou-nos uns desgraçados e marcou-nos para sempre, desde a origem da humanidade.
É urgente e necessário que o homem volte a adorar a Deus observando e praticando agora a nova lei de Jesus Cristo e só assim será possível viver para sempre em paz, justiça e fraternidade. 




Texto da autoria do Padre Correia da Cunha


Quadro plástico ou vivo que representa ou que explica a solução do problema.

O Reverendíssimo Chanoine Pe Glorieux digníssimo e ilustríssimo Professeur au Grand Seminaire de Lille e erudito autor do nosso livro apresenta um quadro plástico que garante a autoridade: é o seguinte:
«Encostados a um muro encontravam-se quatro escadas de mão. Junto de cada uma um homem, melhor um jovem. O primeiro é um desportista, o segundo um trabalhador manual, o terceiro um trabalhador intelectual e finalmente junto da ultima escada um jocista com a sua insígnia e a cruz que representava a sua fé e vida cristãs.

Havia um árbitro que dava o sinal para subirem as respectivas escadas. Ao primeiro sinal o desportista com toda a facilidade ginasta trepa rapidamente ao cimo do muro, enquanto que os outros três ficam nos primeiros degraus.
Qual o seu significado? – o seguinte, continua o autor, significa que ele não passava de um desportista; fraco trabalhador e mais fraco ainda sob o ponto de vista cristão.
Ao segundo sinal é o trabalhador manual que sobe a escada até acima ficando os outros nos primeiros degraus. Isto significa que era unicamente trabalhador. Pouco se interessa das questões intelectuais e só rezará quando faz trovoada!...
Ao terceiro sinal e o trabalhador intelectual que vai na dianteira. Chega ao cimo, vê… mas não tem tempo para mais…

Ao quarto sinal sobe o jocista mas…não vai só arrasta consigo os outros todos. Quer isto dizer que o jocista é jocista em todos os sentidos, meios e condições: quer nos jogos, quer no trabalho tanto manual como intelectual etc…o jocista é sempre jovem, operário e cristã.






PLANO INICIAL DO CRIADOR

Nunca devemos esquecer o grande princípio: «todo o homem foi criado para dar glória a Deus pelo desenvolvimento de todas as energias, forças e actividades» Estas faculdades eram boas e auxiliares na nossa perfeição porque eram mantidas na perfeita harmonia pelos dons, principalmente pelos sobrenaturais no estado de justiça original.

O homem além de rei era o pontífice da criação por isso devia por , a sua inteligência  ao serviço harmonioso do seu fim ultimo : dar glória a Deus.

O homem era a «obra-prima» das mãos criadoras de Deus, no mundo visível é claro, a ponto de exclamar: Glória Dei vivens homo!

A salvação tanto antes como depois da queda original é uma obra pessoal e individual.
Perguntava São Francisco de Sales qual seria melhor o estado actual ou o primitivo, o original? A esta pergunta ele mesmo se respondia: O estado actual é cem vezes melhor! Não cabe nenhuma dúvida que a graça da redenção é incomparavelmente superior.

Deus tratou-nos com tanto carinho do qual não podemos ter a menor ideia, essa ideia torna-se tanto mais clara e forte quanto mais for a nossa fé.



Após a queda original – É impossível imaginar catástrofe maior do que a que foi causada pelo pecado original, porque todas as outras catástrofes são uma consequência da primeira.

Foi destroçada a harmonia da criação embora as criaturas sejam boas, todavia o homem passando a carecer de integridade nativa, carece também da prudência e discrição necessárias para se utilizar bem dos bens da terra, e tende a açambarcar egoisticamente e a encaminhar todas as criaturas á satisfação das suas paixões desordenadas da sua concupiscências, por ser assim desvia-se do seu caminho e da ordem querida pelo plano do criador. Daqui a importância de estabelecermos a ordem primitiva e reconquista da obra da realeza das criaturas sendo para isto necessária uma completa indiferença a respeito de todas elas como diz Santo Inácio: «No plano original todas nos ajudavam sempre, mas hoje vemos que não é assim.»

A NOVA ORDEM DE COISAS

A nova ordem aspira a reconquistar a primitiva como já dizia São Paulo (Romanos VIII. O mundo espera ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus, porque todo ele está sujeito à vontade não por seu querer, mas pelo daquele que o sujeitou.

Toda a criatura é boa embora por vezes possa ser ocasião de pecado para quem não domina em si as paixões e caprichos, mesmo no estado presente. Não perdendo de vista que se trata do homem total sob o duplo ponto de vista da sua vida natural e sobrenatural.

Tenhamos sempre presentes esta regra de oiro: «Devemos usar das criaturas como se as não usássemos, lembrando-nos sempre de que são meios e não o fim (Coríntios VIII – 30-31)».

TUDO DEVE DESABROCHAR REFORTIFICAR PARA DEUS

O homem deve tomar muito a sério a uma vocação de Filhos de Deus. Tanto a vida natural como a sobrenatural devem sempre desenvolver-se e aperfeiçoar-se até atingirem toda a perfeição possível. Isto exige, é verdade, grandes e contínuos esforços durante toda a vida, mas nunca as religiões deve entrar em conflito com a vida natural e muito menos acima esta com aquela.

As duas vidas nunca se devem aniquilar ou contrariar uma à outra, antes pelo contrário devem desenvolver-se paralela e totalmente fazendo entre si uma espécie de com próximo.













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