terça-feira, 28 de abril de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA-OFICIAL DA MARINHA






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MENÇÃO DE APREÇO E LOUVOR CAPELÃO JOSÉ CORREIA DA CUNHA




Ao serviço da Marinha, durante 18 anos, o Capelão Pe. José Correia da Cunha viu os seus excelentes serviços reconhecidos ao ser-lhe atribuída uma Menção de Apreço e um Louvor, que aqui orgulhosamente transcrevemos:


Transcrição do Louvor da Ordem da Armada Nº 12, em 6 de Junho. O.D.A. nº 116 de 17 de Junho de 1955.



Confirmado por S.Ex.ª o Almirante Superintendente dos Serviços da Armada em 16 do corrente, publica-se o seguinte louvor, dado pelo Director do Hospital da Marinha, Comodoro Médico António Telmo Augusto Cardoso Correia, ao seguinte oficial:




O capelão equiparado a primeiro-tenente Padre José Correia da Cunha vem desempenhando as suas funções no Hospital da Marinha desde 1943 com elevada dignidade, são critério e inexcedível dedicação.



Dotado de superior inteligência, grande cultura, bondade, dinamismo e espírito de colaboração, além de excelente camarada, tem o Padre José Correia da Cunha visão perfeita do valor da acção social que o capelão de marinha pode e deve exercer. A sua actuação neste Hospital, em estreita cooperação com a direcção, tem sido altamente benéfica, não só pela assistência religiosa que presta, mas ainda pela incessante acção social que tem desenvolvido no sentido de proporcionar aos doentes o bem-estar e o conforto moral de que tanto carecem. Assim, usando da faculdade que me confere o artigo 122º do Regulamento de Disciplina Militar, louvo o capelão equiparado a primeiro-tenente Padre José Correia da Cunha pelas suas brilhantes qualidades que tem desenvolvido a bem dos doentes deste Hospital.






Menção de apreço dada, em 26 de Maio de 1961, pelo Director e 1º Comandante da Escola Naval, Contra-Almirante Manoel Maria Sarmento Rodrigues, e mandada averbar pelo Comodoro Intendente:


‘’ Gostaria de significar que foi apreciada a sua actuação na importante missão que lhe competia na Escola Naval e os sacrifícios que teve de fazer para conseguir prestar aos cadetes a assistência religiosa e educativa que era requerida, pois que ao mesmo tempo tinha a seu cargo grandes responsabilidades, de idêntica natureza, fora da Escola. No entanto, ficou-se a dever ao seu conselho e experiência o esclarecimento de situação no campo espiritual, o que certamente, muito poderá concorrer para encontrar uma situação satisfatória para tão importante problema. ‘’




Ao longo da sua carreira na Armada Portuguesa, o Capelão Pe. José Correia da Cunha prestou serviços nas seguintes unidades:



- Aviso Gonçalves Zarco
- Aviso Bartolomeu Dias
- N.E. Sagres I
- Aviso Afonso de Albuquerque
- Corpo de Marinheiros
- Base Naval do Alfeite
- Escola Naval
- Hospital da Marinha
- Escola de Alunos Marinheiros
- Escola de Mecânicos



Para quem teve o orgulho bem como o prazer de conhecer e conviver com o Pe. Correia da Cunha sentia que este era um homem realizado pelos relevantes serviços prestados à Marinha Portuguesa e que manifestava muita altivez, e mesmo uma certa vaidade desta grande Força Militar. Ali adquiriu forte experiência nas suas várias missões em que se empenhou e com grande brio participou.


Hoje vou aqui recordar um velho marujo e amigo de Pe. Correia da Cunha - António dos Santos (1919-1993), fadista.


 O Pe. Correia da Cunha passou muitas noites na companhia deste afável e simpático homem, ouvindo as suas histórias de marujo e poemas cantados, que este com uma voz terna e profunda entoava. O fado fazia parte da cultura de Pe. Correia da Cunha. Quero teimosamente recordar e transmitir às novas gerações de marujos que deverão manter vivas estas antigas tradições de tertúlias onde o companheirismo de velhos marinheiros com a sua linguagem de frontalidade arrebatadora vivia momentos do verdadeiro espírito de marujada.




Quero hoje aqui, nesta balada, recordar o velho marujo António dos Santos (1919-1993) num dos grandes sucessos de ontem e de sempre!... – Um momento sublime musical com um vídeo tão sugestivo e feliz que nos falava de marujos e de desejos de amor. Tantas vezes, o Pe Correia da Cunha e muitos dos seus amigos oficiais marinheiros escutaram e aplaudiram, naquele pardieiro emblemático (o ‘’ Cantinho do António’’ em Alfama) os belos fados nostálgicos e dolentes, da balada coimbrã, numa presciente antecipação de um estilo que nos anos sessenta se tornaria importantíssimo.










Gaivotas em terra de asas fechadas

Gaivotas em terra de asas fechadas,
Marujos sem rumo num banco de um bar.
Barcaças dormentes no cais ancoradas,
Meninas morenas que sonham casar.


Preciso é que voem que batam as asas,
Preciso é que deixem as altas janelas,
Preciso é que saiam as portas das casas,
Preciso é que soltem amarras e velas.


Marujos sozinhos, pensando outro mundo,
Meninas em casa, fiando desejos.
Preciso é que cruzem seu olhar profundo.
Preciso é que colem as bocas num beijo.


Mãos de marinheiro não temem procelas,
Se houver outras mãos para além vendaval.
Rezando por ele tecendo outras velas,
Mais brancas, mais belas do seu enxoval.


Rezando por ele tecendo outras velas,
Mais brancas mais belas do seu enxoval
Rezando por ele tecendo outras velas
Mais brancas mais belas do seu enxoval




 O Pe. Correia da Cunha, pelas fantásticas vivências e sã alma de marujo que compartilhou nesta grande instituição, a Marinha, amou-a até ao fim da sua vida!




. Nota: Foto e dados cedidos gentilmente pela prestigiosa Revista da Armada. Endereçamos os nossos mais sinceros agradecimentos. Bem hajam .
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4 comentários:

  1. Anónimo9.12.10

    A Marinha de Guerra Portuguesa apresenta-se como instituição que para além de cumprir bem a sua missão, preocupa-se em dotar de quem a serve de principios "sagrados" que inevitavelmente marcam uma personalidade unica e incomparavel que nos acompanha pela vida toda. A todos "Filhos da Escola" as minhas sinceras felicitações e desejos de um óptimo Natal. Armando Marques Neves

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  2. Anónimo10.12.10

    Rogério Martins Simões Por isso enquanto viver não o esqueço. Devo muito da minha formação moral e humana a este homem.
    Um abraço

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  3. Anónimo25.11.11

    Estes poemas, esta voz, obrigam-me a relembrar os meus tempos de ouvir fado nas casas que hoje já não existem. Para além disso, para mim este é um dos "poetas malditos" de Portugal. Só por isso se pode minimamante perceber porque não é (mais) conhecido. "Mes hommages" a Antonio dos Santos e ao meu amigo Dr Barata Nunes, dignisssinimo advogado que mo fez conhecer e tão bem canta estes poemas..

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