quarta-feira, 1 de agosto de 2018

PE. CORREIA DA CUNHA - ACÇÃO CATÓLICA IV















UMA VIDA A ANUNCIAR O EVANGELHO

 DA ALEGRIA.




As pregações do Padre Correia da Cunha aplicavam os princípios da oratória, da eloquência e da retórica, dando-lhe uma clareza de ideias. Para ele a liturgia do culto tinha que ser muito simples afim de não perder a direcção do Espírito Santo. Preferia a informalidade, quase didáctica e familiar, mas bem expositiva pois todos nos sentíamos atraídos em escutá-las naquele ambiente descontraído e sociável.

Havia sempre uma magna pergunta: Que sentido Cristo faz nas nossas vidas?

Lembrava, o cristão é aquele que em primeiro lugar, tem um contacto íntimo com os Evangelhos, procurando viver os princípios transmitidos por Cristo, adaptando-os para os dias actuais, implicando-os na transformação do mundo.

Para o Padre Correia da Cunha a Igreja não deveria estar preocupada consigo, consolando-se, mas inquieta com todos os Homens. No texto que hoje publico, verifica-se um homem que luta pela boa formação dos Jocistas que os ajudará na transformação do ambiente laboral onde estavam inseridos. 

Sempre lhe conheci um sonho: o de transformar a sociedade com a ajuda da graça do Espírito Santo. Não concebia o divórcio entre o culto e a vida quotidiana.

Defendia e praticava um permanente diálogo com as famílias da comunidade, com os jovens jocistas, com os marujos e políticos e a base dessa caminhada era sempre a do Evangelho como fonte transformadora da sociedade pela paz com justiça, dando voz aos que não têm voz. Não era só o culto, por muito espectacular que fosse, e as rezas que ajudavam a Construir o Reino de Deus mas o diálogo inclusivo com todos. 

Que bom seria haver uma pleiâde de padres Correia da Cunha. Uma vida inteira a anunciar o Evangelho da alegria.




Texto autoria do Padre Correia da Cunha


O que implica a plenitude da Vida Cristã?

A posição, o enunciado do problema é muito simples, mas encerra enormes exigências para quem o quiser viver ou fazê-lo viver profundamente como o deve querer o assistente jocista; e simplesmente isto: formar cristãos, formar jovens cristãos e formar jovens operários cristãos.

Formar cristãos e todo o fim principal do nosso labor de assistentes: formar gente que saiba ser cristão no verdadeiro sentido da palavra. Sabemos que a palavra: cristão se começou a usar aí pelo ano 43 em Antioquia com os discípulos ou santos como até então eram chamados os que seguiam a Cristo. Pois que este nome de cristãos seja bem compreendido pelos jovens operários com todos os seus direitos e com todas as suas exigências: que eles saibam aliar na sua vida quotidiana as aspirações de uma fé com os apelos da sua natureza que saibam resolver criteriosamente os árduos problemas da religião e da vida.

Formar jovens cristãos: Já é tempo de fazer desaparecer essa piedade piegas e mulheril da juventude. Ser cristão não equivale a andar de cabeça de lado e mãos no peito a toda a hora, mas ser cristão é ter a plenitude da vida, ter orgulho de o ser, cabeça bem levantada em todo o ardor da juventude. O jovem cristão não está proibido de jogar (os jogos lícitos bem entendido) de desenvolver o seu vigor físico, antes pelo contrário: anima sana corpore sano.

Formar jovens operários cristãos que vivam a sua vida cristã plena em qualquer estado que a Divina Providência os tenha colocado por menos viável que seja social ou moralmente - Trata-se pois de ajudar os jocistas a realizarem totalmente a sua vocação jocista.

É só isto, mas é tudo isto!

O nome jocista veio-nos da Bélgica. É tirado das iniciais de uma das especialidades da Acção Católica. 




Quer dizer: Jovens Operários Cristãos. Como jovens cristãos. Como jovens cristãos devem levar uma vida integralmente cristã, embora hoje em dia, infelizmente tenham de empregar esforços heróicos porque o seu meio está, em geral, muito corrompido. Como, porém diz o Cónego Cardyn é necessário transformar o meio operário porque os homens não podem na sua maioria despender esforços heróicos.

É o de cristão. Um jocista é antes de mais nada um cristão convicto, que não se envergonha de o ser e de o parecer. Deve portanto na sua vida privada e social corresponder a tão sublime vocação. O jocista devido à sua fé deve ser apóstolo conquistador de modo a levar para Cristo os seus irmãos apostados da Igreja pela nefasta influencia do liberalismo do passado século.


O cristão é o homem de Cristo porque acredita n’Ele vive N’ele, por Ele e com Ele para a glória ao Pai na Unidade do Espírito Santo.

A fé em Cristo é toda a Boa Nova. Viver em Cristo conhecendo-se seu membro no Corpo Místico, amá-lo vivendo a própria vida cristã pela graça.

Fazer como Cristo fazia: isto vos fará sentir sempre em tudo esta influência vital de Cristo é ser cristão no pleno sentido da palavra Vita functus est Cristimus.

De todas exigências da plena vida cristã a mais importante é viver com Cristo, proceder como cristão porque se o fizer possuirá a vida de cristão e verá forçosamente ela desenvolver-se em si assim como a fé: É este um duplo ponto ontológico e psicológico que encerra toda a vida cristã; o segundo aspecto leva-nos mais directamente à direcção das almas, mas só em vista do primeiro. Se, se considerar o jocista, operário, como filho de Deus ou membro de Cristo, deve antes de tudo mostrar-se à altura de tal nome.

Tudo isto nos leva, afinal ao grande problema: a religião e a vida. Em que relação estão a natureza e a supranatural, a vida e a religião. São realidades que se repilam, compenetram ou se ignoram? São coisas homogéneas, heterogéneas ou idênticas?

Pusemo-nos já algumas vezes em face de tais problemas? A teologia ensina-nos que basta ir ao sentido da graça ou da elevação ou as do pecado para termos a resposta técnica. Mas na sua transposição prática, concreta a sua projecção na vida é mais difícil mas iremos trata-la e aborda-la.

E todavia é este problema que se apresenta mais vivo e flagrante na vida cristã: Quais são as relações do homem com o cristão? E da vida com a religião? Se os fiéis e a juventude sobretudo não sabem dar-lhes resposta adequada sabê-lo-emos nós que temos a obrigação?




















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