terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PE CORREIA DA CUNHA E A BEIRA-SERRA

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O POVO ABANDONOU A ALDEIA
COM TRISTEZA E EMOÇÃO
PROCURARAM OUTRAS TERRAS
PARA TER MELHOR CONDIÇÃO

José Augusto Simões – Pampilhosa da Serra



Em meados do Século XX, Portugal era um país essencialmente rural e relativamente pobre.

Agudizavam-se as tensões entre a sociedade urbana, em vias de industrialização e o mundo rural tradicional e arcaico. Perante este cenário iniciava-se um surto migratório crescente que se dirigia para ‘’ a encosta de’’ São Vicente de Fora e Alfama, oriunda da BEIRA-SERRA (Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Lousã, Arganil, Tábua…).

Em SÃO VICENTE DE FORA eram bem acolhidos e tinham a possibilidade de ganhar dinheiro, arranjar um bom futuro para os seus filhos, sem terem de deixar este seu querido e amado PORTUGAL.

Grande parte desta mão-de-obra era colocada na indústria hoteleira, panificação, estiva, tráfego e carregadores do Porto de Lisboa.

Para que a saudade não matasse e não esquecessem a sua amada ‘’santa terrinha ‘’, toda esta gente voltava regularmente, todos os anos, às suas origens para celebrarem as festas e romarias tradicionais.

O PADRE CORREIA DA CUNHA reconhecia que estas pessoas traziam consigo uma entidade religiosa tradicional mas ao mesmo tempo um grande património cultural.

As suas prioridades na cidade assentavam no duro trabalho, sem nunca perderem a semente cristã que um dia havia sido plantada nos seus corações.

Como referia Padre Correia da Cunha a sua vivência cristã na cidade era como os motores dos automóveis a três tempos: BAPTISMOS, CASAMENTOS E FUNERAIS.

Como agir?

Em colaboração com os párocos das paróquias vizinhas,o Padre CORREIA DA CUNHA procurava reunir num Encontro de Amizade e Regionalismo, toda esta gente, aproveitando esse momento para evangelizar e mostrar que a comunidade paroquial muito contribuía para o desenvolvimento humano e cristão dos seus filhos. A educação dos filhos era da responsabilidade dos pais, mas a catequese podia cooperar para a uma formação mais plena.




Estes encontros fraternais eram iniciados com uma Eucaristia, lembrando todos aqueles que já partiram para o PAI e aproveitando igualmente para orar por todos os presentes que fazem parte desta Igreja peregrina e pecadora.

Após a Eucaristia decorria um jantar partilhado nos claustros do convento de São Vicente de Fora.

Estes encontros da BEIRA-SERRA tinham sempre um elevado número de participantes, contando sempre com pessoas ligadas ao movimento associativo, incluindo muitos padres dessa região.

As questões regionalistas agradavam-no em pleno e confessava que sentiu a necessidade de partir na companhia do seu amigo Padre JOSÉ VICENTE em busca dessas terras, visitando aldeia por aldeia desses concelhos da Beira Serra que muito o engrandeceram.

Depois dessa encantadora viagem, os diálogos abriam espaços, e tornavam mais fácil a relação com todos estes honrados paroquianos, trabalhadores, inteligentes e seus bons amigos.

História:

Um belo dia um Professor Catedrático, muito conhecido num seminário temático, perguntava ao Padre Correia da Cunha:

- Qual é a paróquia do SR.PADRE CUNHA?

O Padre Correia da Cunha, com a sua habitual serenidade, respondeu:

- Paróquia da Beira-Serra.

O Professor ficou intrigado com a resposta e retorquiu:

- Em LISBOA

- SIM – Na encosta da serra de SÃO VICENTE.

- SÃO VICENTE DE FORA.

- SIM

Perante esta resposta, resta-me apenas dizer que o Padre Correia da Cunha tinha um grande amor à BEIRA-SERRA.

Acredito que essa boa gente quer perpetuar este homem de carácter, que visitou essas belas terras e continua presente nos seus corações. Creio que os vossos testemunhos eram muito importantes para as gerações mais jovens que não o conheceram, mas terão oportunidade de ler esses sinais. Enviem informação.



















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